Jovens negras e a sala de aula: caminhos para promover o reconhecimento da negritude feminina por meio do ensino de sociologia

Carregando...
Imagem de Miniatura

Data

2020-03-30

Orientador

Possas, Lidia Maria Vianna
Barbosa, Maria Valéria

Coorientador

Pós-graduação

Sociologia em Rede Nacional - FFC

Curso de graduação

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Tipo

Dissertação de mestrado

Direito de acesso

Acesso abertoAcesso Aberto

Resumo

Resumo (português)

O presente trabalho tem como tema central o reconhecimento da negritude feminina por meio do Ensino de Sociologia, em uma perspectiva interseccional entre raça e gênero. Para tanto, considera-se que as dimensões do racismo, a desigualdade de gênero e aos padrões construídos em torno desta, constituem entraves para que o processo de identificação de jovens negras seja tardio. Para melhor problematizar esse fenômeno social, foi realizada a aplicação e análise de entrevistas semiestruturadas com jovens negras estudantes do Ensino Médio relacionadas ao método de pesquisa etnográfica, a fim de analisar como as relações sociais desse público repercute no ambiente escolar. Os dados coletados evidenciaram que, de fato, raça e gênero são marcadores sociais que se correlacionam e produzem problemáticas na construção da identidade étnico-racial de jovens negras em decorrência das opressões que se desdobram na realidade social desse público. No ambiente escolar, essas jovens ainda vivenciam as dimensões do racismo e a desigualdade de gênero, inclusive por parte do senso comum dos(as) educadores(as) que pouco problematizam esses fenômenos sociais e, consequentemente, os naturalizam. Desse modo, interseccionalidade representa um pressuposto primordial para que, por meio do Ensino de Sociologia, o reconhecimento da negritude feminina ocorra de forma menos tardia e as problemáticas de raça e gênero sejam debatidas de forma crítica em sala de aula. Os principais objetivos da pesquisa consistiram na ampliação do debate da interseccionalidade com o Ensino de Sociologia, a partir da análise dos livros didáticos da disciplina que integram o Plano Nacional do Livro Didático (PNLD) e a problematização da medida em que os materiais fomentam ou não a discussão acerca da negritude feminina em uma perspectiva interseccional. Diante da ausência desse debate no campo da Sociologia da Educação, é necessário construir um contexto de emergência do mesmo, a fim de transformar o cenário de invisibilidade teórica e social que envolve a vivência de jovens e mulheres negras. Nesse sentido, destacou-se a necessidade de que as práticas pedagógicas sejam relacionadas aos pressupostos da Lei 10.639/2003, para a construção de uma imagem positiva dos sujeitos negros e femininos na sociedade.

Resumo (inglês)

This study has as its central theme the recognition of female blackness through the Teaching of Sociology, in an intersectional perspective between race and gender. Therefore, it is considered that the dimensions of racism, gender inequality and the standards built around it, constitute obstacles for the process of identifying young black women to be late. To better problematize this social phenomenon, semi-structured interviews with young black high school students related to the ethnographic research method were applied and analyzed, in order to analyze how the social relations of this public affects the school environment. The data collected showed that, in fact, race and gender are social markers that correlate and produce problems in the construction of the ethnic-racial identity of young black women as a result of the oppressions that unfold in the social reality of this public. In the school environment, these young women still experience the dimensions of racism and gender inequality, including on the part of the common sense of educators who do little to problematize these social phenomena and, consequently, naturalize them. In this way, intersectionality represents a primordial assumption so that, through the Teaching of Sociology, the recognition of female blackness occurs less late and the issues of race and gender are discussed critically in the classroom. The main objectives of the research were to expand the debate on intersectionality with the Teaching of Sociology, based on the analysis of the textbooks of the discipline that are part of the National Textbook Plan (PNLD) and the questioning of the extent to which the materials promote or not the discussion about female blackness in an intersectional perspective. In the absence of this debate in the field of Sociology of Education, it is necessary to build a context of its emergence, in order to transform the scenario of theoretical and social invisibility that involves the experience of young people and black women. In this sense, the need for pedagogical practices to be related to the assumptions of Law 10.639 / 2003 was highlighted, in order to build a positive image of black and female subjects in society.

Descrição

Idioma

Português

Como citar

Itens relacionados