Publicação: Moralidade e pragmatismo: os elos de legitimidade entre proteção e democracia no humanitarismo multidimensional das Nações Unidas
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Data
Autores
Orientador
Fuccille, Luís Alexandre 

Coorientador
Pós-graduação
Relações Internacionais (UNESP - UNICAMP - PUC-SP) - IPPRI
Curso de graduação
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Tipo
Dissertação de mestrado
Direito de acesso
Acesso aberto

Resumo
Resumo (português)
A trajetória do humanitarismo no pós-Guerra Fria é marcada por narrativas de direitos humanos – galgadas no espírito cosmopolita vigente nos anos 1990. Este cenário implicou na elaboração de instrumentos intervencionistas que tinham por mote central a primazia da proteção de civis. Assim, as perspectivas de legitimidade do sistema de segurança coletiva – concentrado na figura do Conselho de Segurança – foram atreladas à sua capacidade de cumprir com a eficácia de objetivos de proteção arguidos como um conjunto de princípios próprio da governança global contemporânea. Neste bojo, a inauguração das operações de paz multilaterais e do princípio de Responsabilidade de Proteger (R2P) construiu uma cultura de práticas globais securitárias, atreladas à teleologia protetiva. A preconização de estruturas de reconstrução democrática passou a permear transversalmente os esforços das Nações Unidas, imbuída de um senso de realização protetiva na garantia de direitos políticos, bem como de estabilização social. Deste modo, o objetivo principal deste trabalho é a compreensão do postulado democrático nos processos de peacebuilding realizados pelas Nações Unidas, e sua consequente transformação no entendimento das doutrinas de intervenção humanitária, em vetores conexos de reforma entre os instrumentos intervencionistas e as interpretações de condicionantes da estabilização. Foram, assim, discutidos fundamentos do contexto institucional das Nações Unidas que possibilitaram a conjunção axiológica em pauta; as lentes teóricas e os instrumentos basilares que traçaram as transformações mais relevantes do humanitarismo contemporâneo neste recorte. Resoluções do CSNU e fontes documentais do Secretariado foram analisadas na busca das coordenadas sobre os postulados de democracia e verificaram a existência de três chaves centrais. Ademais, foi explicitada a colocação destes alicerces em um verniz tecnocrata, arrefecendo disputas políticas sobre os significados da democracia na comunidade internacional. Por fim, a síntese conceitual sobre o humanitarismo protetivo foi explorada com o intuito de explanar a dinâmica dialógica entre as narrativas protetivas morais e a baixa capacidade do engajamento em concretizar objetivos emancipatórios; gerando a figura binomial entre proteção e estabilização.
Resumo (inglês)
The trajectory of humanitarianism in the post-Cold War era is noticeable by narratives of human rights - built on the cosmopolitan spirit prevailing in the 1990s. This scenario implied the elaboration of interventionist instruments which the central motto was the primacy of civilians protection. Hence, the prospects for the legitimacy in the collective security system - centered on the Security Council - were linked to its ability to comply with the effectiveness of protection objectives as a set of principles emblematic of contemporary global governance. In this context, the inauguration of multilateral peace operations and the principle of Responsibility to Protect (R2P) have built practices on global security cultures, linked to protective teleology. The promotion of democratic reconstruction structures have been part of the United Nations' efforts across the board, imbricated with a sense of protective realization in guaranteeing political rights, as well as social stabilization. In this way, the main objective of this work is the understanding of the democratic postulate in UN’s peacebuilding processes, and its consequent transformation in the understanding of the doctrines of humanitarian intervention, in related vectors of reform between the interventionist instruments and the interpretations of conditioning factors for stabilization. Therefore, were here discussed foundations on UN’s institutional context, which enabled the axiological conjunction on this matter; the theoretical lenses and the basic instruments that traced the most relevant transformations of contemporary humanitarianism. UNSC resolutions and documentary sources from the Secretariat were analyzed in the search for coordinates on democracy postulates and were verified the existence of three central keys. In addition, the placement of these foundations in a technocratic veneer was made explicit, demobilizing political disputes over the meanings of democracy in the international community. Finally, the conceptual synthesis of protective humanitarianism was explored in order to explain the dialogical dynamics between the moral protective narratives and the low capacity of the engagement to achieve emancipatory objectives; generating the binomial figure between protection and stabilization.
Resumo (espanhol)
La trayectoria del humanitarismo en la post Guerra Fría está marcada por narrativas de derechos humanos inspiradas en el espíritu cosmopolita vigente en los años noventa. Este escenario influyó en la elaboración de instrumentos intervencionistas que tenían como objetivo central la primacía de la protección de civiles. Así, las perspectivas de legitimidad del sistema de seguridad colectiva – centrado en la figura del Consejo de Seguridad – fueron conectadas con su capacidad de cumplir con la eficacia de objetivos de protección, caracterizados como un conjunto de principios propios de la gobernanza global contemporánea. La inauguración de las operaciones de paz multilaterales y del principio de la Responsabilidad de Proteger (R2P) construyó una cultura de prácticas globales de seguridad, ligadas a la teleología protectora. La preconización de estructuras de reconstrucción democrática pasó a permear transversalmente los esfuerzos de las Naciones Unidas, imbuida de un sentido de realización protectora en la garantía de derechos políticos, así como de estabilización social. El objetivo principal de este trabajo es la comprensión del postulado democrático en los procesos de peacebuilding realizados por las Naciones Unidas, y su consecuente transformación en el entendimiento de las doctrinas de intervención humanitaria y en vectores conexos de reforma entre los instrumentos intervencionistas y las interpretaciones de condicionantes de estabilización. Asimismo, se discuten los fundamentos del contexto institucional de las Naciones Unidas que posibilitaron la conjunción axiológica en cuestión; las lentes teóricas y los instrumentos basilares que proyectaron las transformaciones más relevantes del humanitarismo contemporáneo en este tema. Se analizan resoluciones del CSNU y fuentes documentales del Secretariado en la búsqueda de las coordenadas sobre los postulados de democracia, y se verifica la existencia de tres claves centrales. Además, se explica la colocación de estos cimientos en un barniz tecnócrata, refrescando disputas políticas sobre los significados de la democracia en la comunidad internacional. Finalmente, se explora la síntesis conceptual sobre el humanitarismo protector con la intención de explanar la dinámica dialógica entre las narrativas protectoras morales y la baja capacidad del compromiso en concretar objetivos emancipatorios, lo que genera el binomio entre protección y estabilización.
Descrição
Palavras-chave
Humanitarismo, Responsabilidade de proteger, Cosmopolitismo, Proteção, Democracia, Legitimidade internacional, Operações de paz, ONU, Humanitarianism, Responsibility to protect, Cosmopolitanism, Protection, Democracy, International legitimacy, Peace operations, UN, Responsabilidad de proteger, Protección, Legitimidad internacional, Operaciones de paz
Idioma
Português