Logotipo do repositório
 

Publicação:
Uma clínica para a atualidade: transformações técnicas em psicanálise de crianças

Carregando...
Imagem de Miniatura

Orientador

Abrão, Jorge Luís Ferreira

Coorientador

Pós-graduação

Psicologia - FCLAS

Curso de graduação

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Tipo

Dissertação de mestrado

Direito de acesso

Acesso abertoAcesso Aberto

Resumo

Resumo (português)

A Psicanálise emerge da dialética entre a prática teórico-técnica e o sujeito histórico-social, objeto de seu estudo. Na década de 1920, quando a técnica de análise de crianças foi sistematizada por Melanie Klein, a infância moderna encontrava-se em sua preamar. Hoje, por sua vez, a infância contemporânea organiza outras formas de existir, de brincar, de se expressar e de se subjetivar, estando, particularmente, atravessada pela internet e pelos aparelhos tecnológicos, ainda mais em tempos de pandemia e da necessidade premente de distanciamento social. Tudo isso adentra ao setting analítico atual. Assim, se o sujeito da infância se transformou, a teoria e técnica de análise de crianças também precisou se atualizar. Partindo dessa premissa básica, o presente estudo objetivou conhecer as atualizações técnicas na clínica psicanalítica com crianças ao longo das últimas décadas a partir da experiência de psicanalistas atuantes. Como metodologia, utilizou-se da Historiografia da Psicanálise no campo da Abordagem Contextual, buscando integrar a análise de fatos históricos ao contexto social e científico do período averiguado. Logo, foram realizadas 5 entrevistas semi-dirigidas com psicanalistas de crianças que atuam há 10 anos ou mais, as quais foram gravadas, transcritas e analisadas. Nas análises, notou-se que a clínica psicanalítica de crianças na atualidade: a) tem consolidado suas últimas fronteiras epistêmicas ao abarcar, mais comumente, quadros de estados primitivos de mente e ao integrar os pais de pacientes ao setting, o que corrobora a passagem de uma técnica de interpretação do simbólico para uma técnica de manejo da relação; e, b) tem buscado alternativas para ler e significar, psicanaliticamente, seus desafios atuais diante da utilização da aparelhos tecnológicos, e afins, pelas crianças dentro do ambiente terapêutico. Segundo nossas entrevistadas, o trabalho analítico tradicional, centrado na clínica das neuroses e na interpretação do simbólico, não é mais predominante. Pois, cada vez mais, os estados psíquicos que têm dificuldade de articular o simbolismo estão mais presentes. E, nesses casos, a técnica se modula em direção ao manejo de setting e da relação entre o analista e o paciente, além da construção de encadeamentos simbólicos e da possibilidade de apropriação subjetiva da experiência, mais do que tornar consciente o inconsciente. Em outras palavras, a técnica atual ampliou suas possibilidades de intervenção consolidando tendência, e, ao mesmo tempo, continua a flertar com territórios epistêmicos desconhecidos, exigindo mais sensibilidade, análise pessoal, supervisão e formação teórica dos analistas.

Resumo (inglês)

Psychoanalysis emerges from the dialectics between the theoretic, technical practice and the social-historical subject, which is the object of its study. In the 1920s, when the technique of child analysis was systematized by Melanie Klein, modern childhood was at its peak. Nowadays, in its turn, contemporary childhood has set other ways of existing, playing, and expressing and subjectify itself, being particularly influenced by the internet and technological devices, especially in times of pandemic and the urgent need for social distancing. All of this composes the current analytical setting. Thus, if the subject of childhood has changed, the theory and technique in child analysis also needed to be updated. Starting with this basic premise, the present study aimed to know the technical updates in the psychoanalytic clinic with children over the last decades from the experience of active psychoanalysts. The methodology used was the Historiography of Psychoanalysis in the field of Contextual Approach, in order to integrate the analysis of historical facts into the social and scientific context during the examined period. Therefore, 5 semi-structured interviews were conducted with child psychoanalysts who have been working for 10 years or more, which were recorded, transcribed and analyzed. From the analyses, it could be noted that the psychoanalytical clinic for today’s children: a) has built up its latter epistemic borders in covering, more commonly, frames of primitive mental states and in integrating the patient’s parents to the setting, which corroborates to the transition from a technique of interpreting the symbolic to one of managing such a relationship; and b) has looked for alternatives to read and signify, psychoanalytically, its current challenges given by the use of technological devices and others by children in the therapeutic environment. According to our psychoanalysts interviewed, the traditional analysis, which is centered on the clinic of neuroses and on interpreting the symbolic, is not predominant anymore. This is because the psychic states which have difficulty in articulating symbolism have become common. In these, technique models itself towards the managing of the setting and the relationship between analyst and patient, and towards the construction of symbolic chaining and of the possibility of subjective appropriation of experience, rather than make it conscious or unconscious. In other words, the current technique has broadened its intervention possibilities, thus reinforcing a tendency, and, at the same time, it continues to flirt with unknown, epistemic territories. Hence, it demands sensibility, personal analysis, supervision and theoretical formation by the analysts.

Descrição

Palavras-chave

Psicanálise, Técnica Psicanalítica, Infância, Contemporaneidade, Psychoanalysis, Psychoanalysis technique, Psychoanalytic Therapy, Childhood, Contemporaneity

Idioma

Português

Como citar

Itens relacionados

Financiadores

Unidades

Departamentos

Cursos de graduação

Programas de pós-graduação