Disputas por territórios e por modelos de desenvolvimento: estudo das práticas agroecológicas do Assentamento 14 de Agosto no Município de Campo Verde – MT

Carregando...
Imagem de Miniatura

Data

2019-12-20

Autores

Scarabeli, Vanderly

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

As disputas por territórios e por modelos de desenvolvimento compõem uma conflitualidade no campo brasileiro. Permeadas por interesses de classes sociais antagônicas, imprimem uma dinâmica de avanços e recuos, tensionadas pelas contradições num movimento permanente que territorializa e desterritorializa concepções e práticas de produção, de relação com o meio ambiente e com as relações humanas. O que chamamos de disputas por territórios e por modelos de desenvolvimento refere-se tanto à luta pela terra e pela reforma agrária no enfrentamento com o latifundiário e com o agronegócio quanto às políticas públicas, planos e projetos de desenvolvimento da agricultura camponesa, com destaque para a Agroecologia, Segurança Alimentar e Soberania Alimentar. Esta conflitualidade tem como conceito central o território, categoria de análise geográfica fundamental para compreender os espaços da luta de classes, onde se disputam os recursos naturais e valores humanos guiados por projetos societários antagônicos. Nosso objetivo nesse trabalho foi aprofundar o conhecimento sobre essas disputas e modelos de desenvolvimento e analisar os impactos socioterritoriais das ações de diversas instituições, na perspectiva de conservar ou alterar os territórios em disputa, nesse caso, o campo mato-grossense. Elegemos como estudo de caso as práticas agroecológicas do Assentamento 14 de Agosto, situado no Município de Campo Verde, Estado de Mato Grosso, por ser uma das primeiras conquistas no contexto de expansão nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST, nesse estado. Nossa intenção foi a de compreender como é possível produzir alimentos para o mercado interno na perspectiva da segurança e da soberania alimentar, diante de um modelo que produz predominantemente monocultura para exportação, no estado que é o maior expoente do agronegócio nacional. Neste estudo, utilizamos o conceito de conflitualidade para aprofundar as análises das disputas territoriais a partir de dois modelos de desenvolvimento da agricultura: agronegócio e agroecologia.
The disputes over territories and development models make up a conflict in the Brazilian field. Permeated by the interests of antagonistic social classes, they create a dynamic of advances and retreats, tensioned by the contradictions in a permanent movement that territorializes and deterritorializes conceptions and practices of production, in relation to the environment and human relations. What we call disputes over territories and development models refers to both the struggle for land and agrarian reform in confronting landowners and agribusiness as well as public policies, plans and projects for the development of peasant agriculture, with emphasis on Agroecology, Food Security and Food Sovereignty. This conflict has as its central concept the territory, a category of fundamental geographic analysis to understand the spaces of the class struggle, where natural resources and human values are contested guided by antagonistic societal projects. Our objective in this work was to deepen the knowledge about these disputes and development models and to analyze the socio-territorial impacts of the actions of several institutions, with the perspective of conserving or altering the disputed territories, in this case, the Mato Grosso field. We chose as a case study the agroecological practices of the 14 de Agosto Settlement, located in the Municipality of Campo Verde, State of Mato Grosso, for being one of the first achievements in the context of national expansion of the Movement of Landless Rural Workers - MST, in that state. Our intention was to understand how it is possible to produce food for the domestic market from the perspective of food security and sovereignty, in the face of a model that produces predominantly monoculture for export, in the state that is the greatest exponent of national agribusiness. In this study, we used the concept of conflict to deepen the analysis of territorial disputes based on two models of agricultural development: agribusiness and agroecology.
Las disputas sobre territorios y modelos de desarrollo constituyen un conflicto en el campo brasileño. Permeados por los intereses de las clases sociales antagónicas, crean una dinámica de avances y retiros, tensados por las contradicciones en un movimiento permanente que territorializa y desterritorializa las concepciones y prácticas de producción, en relación con el medio ambiente y las relaciones humanas. Lo que llamamos disputas sobre territorios y modelos de desarrollo se refiere tanto a la lucha por la tierra y la reforma agraria para enfrentar a los terratenientes y los agronegocios como a las políticas públicas, planes y proyectos para el desarrollo de la agricultura campesina, con énfasis en Agroecología, Seguridad Alimentaria y Soberanía Alimentaria . Este conflicto tiene como concepto central el territorio, una categoría de análisis geográfico fundamental para comprender los espacios de la lucha de clases, donde los recursos naturales y los valores humanos se disputan guiados por proyectos sociales antagónicos. Nuestro objetivo en este trabajo fue profundizar el conocimiento sobre estas disputas y modelos de desarrollo y analizar los impactos socio-territoriales de las acciones de varias instituciones, con la perspectiva de conservar o alterar los territorios en disputa, en este caso, el campo de Mato Grosso . Elegimos como caso de estudio las prácticas agroecológicas del asentamiento 14 de Agosto, ubicado en el Municipio de Campo Verde, Estado de Mato Grosso, por ser uno de los primeros logros en el contexto de la expansión nacional del Movimiento de Trabajadores Rurales sin Tierra: MST, en ese estado. Nuestra intención era entender cómo es posible producir alimentos para el mercado interno desde la perspectiva de la seguridad y soberanía alimentaria, frente a un modelo que produce predominantemente monocultivo para la exportación, en el estado que es el mayor exponente de la agroindustria nacional. En este estudio, utilizamos el concepto de conflicto para profundizar el análisis de disputas territoriales basado en dos modelos de desarrollo agrícola: agronegocios y agroecología.

Descrição

Palavras-chave

Soberania alimentar, Segurança alimentar, Disputas territoriais, Agronegócio, Campesinato, Agroecologia, Food sovereignty, Food security, Territorial disputes, Agribusiness, Peasantry, Agroecology, Soberanía alimentaria, Seguridad alimentaria, Disputas territoriales, Agronegocios, Campesinado, Agroecología

Como citar