Equilíbrio e medo de quedas em pessoas idosas: efeito do treinamento resistido e relação com bioimpedância elétrica e funcionalidade

Carregando...
Imagem de Miniatura

Data

2020-09-04

Orientador

Gobbo, Luis Alberto
Messias, Iracimara de Anchieta

Coorientador

Pós-graduação

Ciências da Motricidade - FCT

Curso de graduação

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Tipo

Tese de doutorado

Direito de acesso

Acesso abertoAcesso Aberto

Resumo

Resumo (português)

Introdução: O processo de envelhecimento promove alterações fisiológicas, tais como redução da força e da massa muscular, comprometimento da integridade da membrana celular e alterações nos sistemas sensoriais, neuromuscular e na velocidade de processamento de informação no sistema nervoso central. Essas alterações podem causar deteriorações no controle postural, o que afeta negativamente a capacidade funcional e predispõe os idosos a um maior risco de quedas e medo de cair. A prática regular de exercícios físicos, entre eles o treinamento resistido, é indicado para a população idosa, tendo em vista os seus benefícios para a força e massa muscular, equilíbrio e capacidade funcional. Objetivos: 1) Investigar os efeitos de um programa de treinamento resistido e acompanhamento de cinco meses sobre o controle postural, medo de cair e funcionalidade em idosos, e 2) Avaliar o comportamento do controle postural em relação à integridade da membrana celular e funcionalidade. Métodos: A amostra foi composta por 21 idosos de ambos os sexos (idade média 75,80 ± 9,56 anos). O equilíbrio estático foi avaliado por meio da plataforma de força e o equilíbrio dinâmico e funcionalidade foram avaliados pelos testes Timed-up-and-go (TUG) e Short Physical Performance Battery (SPPB). O medo de cair foi avaliado pelo questionário Falls Efficacy Scale International (FES-I-BRASIL). A integridade da membrana celular foi mensurada pela bioimpedância elétrica (BIA) e a força isométrica foi estimada por dinamômetro eletrônico. Os participantes foram submetidos a um programa de treinamento resistido com periodização linear durante 12 semanas e acompanhados durante cinco meses após o término do programa. As avaliações propostas foram realizadas no momento basal, após 12 semanas de treinamento resistido e cinco meses após o término do programa. Para análise estatística foram utilizados testes para avaliação da normalidade dos dados, análise de variância para comparação dos valores de controle postural, medo cair e funcionalidade nos diferentes momentos e análise de regressão múltipla, ajustado pela idade, índice de massa corporal e sexo, para correlação entre equilíbrio, BIA e funcionalidade. O nível de significância foi estabelecido em p< 0,05. Resultados: Não houve alterações sobre as variáveis mensuradas do equilíbrio estático (p>0,05). Quanto aos testes de funcionalidade não foram observadas alterações no TUG (F = 1,49, p = 0,23, η² = 0,08), testes de equilíbrio (F = 1,92, p = 0,16, η² = 0,10), teste de sentar e levantar (F = 0,42, p = 0,65, η² = 0,02). Também não foi observado mudança sobre o medo de cair nos momentos avaliados (F = 2,0, p = 0,15, η² = 0,10). Houve manutenção da força muscular para o movimento de extensão de tronco entre os momentos basal e após 12 semanas e diminuição entre os momentos basal e 5 meses (p<0,001). Adicionalmente, houve correlação inversa entre as variáveis de equilíbrio e bioimpedância elétrica na análise da velocidade média de oscilação na direção médio-lateral (vel/ml). Na análise da área do deslocamento do centro de pressão (A/CoP) foi verificada correlação inversa entre ângulo de fase e reatância na posição apoio unipodal, em todos os modelos de ajuste. Houve correlação inversa entre o TUG e a posição semitandem e olhos fechados (p = 0,04) e correlação positiva entre o SPPB e a condição pés juntos e olhos abertos. Na análise da variável vel/ml para a condição semitandem e olhos fechados foi observada uma correlação negativa com a reatância, resistência e ângulo de fase (p <0,05), enquanto a correlação com o TUG foi positiva (p <0,05). Conclusão: Doze semanas de treinamento de resistência não promoveu alterações no controle postural, medo de cair e funcionalidade em idosos. Houve manutenção do controle postural e da força muscular após a intervenção. Foi observado que o controle postural está linearmente relacionado aos parâmetros de bioimpedância e funcionalidade em idosos.

Resumo (inglês)

Introduction: The aging process promotes physiological changes, such as reduced strength and muscle mass, impaired cell membrane integrity and changes in sensory, neuromuscular systems and the speed of information processing in the central nervous system. These changes can cause deterioration in postural control, which negatively affects functional capacity and predisposes the elderly to a greater risk of falls and fear of falling. The regular practice of physical exercises, including resistance training, is indicated for the elderly population, in view of its benefits for strength and muscle mass, balance and functional capacity. Objectives: 1) To investigate the effects of a resistance training program and a five-month follow-up on postural control, fear of falling and functionality in the elderly, and 2) To evaluate the behavior of postural control in relation to cell membrane integrity and functionality. Methods: The sample consisted of 21 elderly men and women (mean age 75.80 ± 9.56 years). Static balance was assessed using the force platform and dynamic balance and functionality were assessed using the Timed-up-and-go (TUG) and Short Physical Performance Battery (SPPB) tests. Fear of falling was assessed by the Falls Efficacy Scale International questionnaire (FES-I-BRASIL). The integrity of the cell membrane was measured by electrical bioimpedance (BIA) and the isometric strength was estimated by an electronic dynamometer. Participants underwent a resistance training program with linear periodization for 12 weeks and followed up for five months after the program ended. The proposed evaluations were carried out at baseline, after 12 weeks of resistance training and five months after the end of the program. For statistical analysis, tests were used to assess the normality of the data, analysis of variance to compare the values of postural control, fear of falling and functionality at different times, and multiple regression analysis, adjusted for age, body mass index and sex, for correlation between balance, BIA and functionality. The level of significance was p <0.05. Results: There were no changes in the variables measured for static balance (p> 0.05). As for the functionality tests, no changes were observed in the TUG (F = 1.49, p = 0.23, η² = 0.08), balance tests (F = 1.92, p = 0.16, η² = 0, 10), sit and stand test (F = 0.42, p = 0.65, η² = 0.02). There was also no change in the fear of falling at the moments evaluated (F = 2.0, p = 0.15, η² = 0.10). Muscle strength was maintained for trunk extension movement between baseline and after 12 weeks and decreased between baseline and 5 months (p <0.001). In addition, there was an inverse correlation between the variables of balance and electrical bioimpedance in the analysis of the mean oscillation speed in the medio-lateral direction (speed / ml). In the analysis of the displacement area of the pressure center (A / CoP), an inverse correlation was verified between phase angle and reactance in the unipodal support position, in all adjustment models. There was an inverse correlation between the TUG and the semitandem position with eyes closed (p = 0.04) and a positive correlation between SPPB and the feet together and eyes open condition. In the analysis of the variable vel / ml for the semitandem condition and closed eyes, a negative correlation was observed with the reactance, resistance and phase angle (p <0.05), while the correlation with the TUG was positive (p <0.05). Conclusion: Twelve weeks of resistance training did not promote changes in postural control, fear of falling and functionality in the elderly. Postural control and muscle strength were maintained after the intervention. It was observed that postural control is linearly related to the parameters of bioimpedance and functionality in the elderly.

Descrição

Idioma

Português

Como citar

Itens relacionados