Movimento dos Pequenos Agricultores – MPA: um movimento socioterritorial produzindo desenvolvimento e esperança no território do Rio Grande do Sul

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Data

2020-10-02

Autores

Borges, Gerson Antonio Barbosa

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Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

O agronegócio, em seus complexos em rede e complexos de sistemas expressos no atual regime alimentar corporativo, fortaleceu-se ainda mais como modelo hegemônico de desenvolvimento territorial no Brasil nesta fase neoliberal do capitalismo. O Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) vem construindo e vivenciando um outro modelo de desenvolvimento territorial: o Plano Camponês. Esse Plano é um projeto de desenvolvimento territorial antagônico ao regime alimentar corporativo. Através da geografia crítica, do debate paradigmático e das categorias Espaço e Território, esta pesquisa buscou identificar os elementos que caracterizam o MPA como um movimento socioterritorial. No transcorrer desta investigação, apresentamos a gênese do Plano Camponês e as significações dos seus eixos estruturantes: Campesinato, História e Memória; Terra e Território; Soberania; Novas Bases Produtivas; e Nova Geração Camponesa com Protagonismo Feminista. Trabalhamos com as experiências do Plano Camponês no estado do Rio Grande do Sul e pesquisamos e exteriorizamos as ações do Plano e as conflitualidades a partir dos Centros Territoriais de Cooperação, os quais acreditamos que estabelecem as conexões do Plano nas diversas escalas e dimensões do território. Nos amparamos em leituras e sistematizações de obras de pensadores de geografia, questão agrária, sociologia, economia, história, ecologia e filosofia, além de escritos da militância dos movimentos socioterritoriais. Coadunadas aos exercícios teóricos, realizamos atividades de campo por meio de pesquisa militante, construindo diálogos entre iguais, referentes aos problemas, desafios e êxitos vivenciados cotidianamente pelo movimento socioterritorial na construção do Plano Camponês. A fim de contribuir para os estudos da questão agrária no Brasil, identificamos novas experiências de desenvolvimento territorial e as conflitualidades existentes entre projetos antagônicos de desenvolvimento. Por fim, concluímos que a construção de um projeto de desenvolvimento territorial elaborado por movimentos socioterritoriais é possível e já vem ocorrendo, como no caso do MPA com o Plano Camponês. Todavia, os avanços e rupturas em relação ao atual modelo de desenvolvimento hegemônico dependem das lutas de hoje e de amanhã, assim como o alcance das dimensões e escalas. Dessa maneira, as transformações profundas se apresentam como uma esperança em movimento.
Agribusiness, in its networked complexes and complexes of systems expressed in the current corporate food regime, has strengthened even more as a hegemonic model of territorial development in Brazil in this neoliberal phase of capitalism. The Small Farmers Movement (MPA) has been building and experiencing another model of territorial development: the Peasant Plan. This Plan is a territorial development project antagonistic to the corporate food regime. Through critical geography, paradigmatic debate and the categories Space and Territory, this research aimed to identify the elements that categorize MPA as a socio-territorial movement. In the course of this research, we presented the genesis of the Peasant Plan and the meanings of its structuring axes: Peasantry, History and Memory; Land and Territory; Sovereignty; New Productive Bases; and New Peasant Generation with Feminist Protagonism. We worked with the experiences of the Peasant Plan in the state of Rio Grande do Sul and researched and externalized the Plan's actions and conflicts from the Territorial Cooperation Centers, which we believe establish the connections of the Plan in the different scales and dimensions of the territory. We relied on readings and systematizations of works by thinkers from geography, agrarian issues, sociology, economics, history, ecology and philosophy, as well as writings from the militancy of socio-territorial movements. In line with the theoretical exercises, we carried out field activities through militant research, building dialogues between equals, referring to the problems, challenges and successes experienced daily by the socio-territorial movement in the construction of the Peasant Plan. In order to contribute to the study of the agrarian issue in Brazil, we identified new experiences of territorial development and the existing conflicts between antagonistic development projects. Finally, we concluded that the construction of a territorial development project elaborated by socio- territorial movements is possible and is already occurring, as in the case of the MPA with the Peasant Plan. However, the advances and ruptures in relation to the current model of hegemonic development depend on the struggles of today and tomorrow, as well as the scope of dimensions and scales. In this way, profound transformations present themselves as a hope in motion.
El agronegocio, en sus complejos en red y complejos de sistemas expresados en el actual régimen alimentário corporativo, se ha fortalecido aún más como modelo hegemónico de desarrollo territorial en Brasil en esta fase neoliberal del capitalismo. El Movimiento de Pequeños Agricultores (MPA) viene construyendo y experimentando otro modelo de desarrollo territorial: el Plan Campesino. Este Plan es un proyecto de desarrollo territorial antagónico al régimen alimentario corporativo. A través de la geografía crítica, el debate paradigmático y las categorías Espacio y Territorio, esta investigación buscó identificar los elementos que caracterizan el MPA como um movimiento socioterritorial. En el transcurso de esta investigación, presentamos la génesis del Plan Campesino y los significados de sus ejes estructurantes: Campesino, Historia y Memoria; Tierra y Territorio; Soberanía; Nuevas Bases Productivas; y Nueva Generación Campesina con Protagonismo Feminista. Trabajamos con las experiencias del Plan Campesino en el estado de Rio Grande do Sul e investigamos y externalizamos las acciones y conflictos del Plan desde los Centros de Cooperación Territorial, que creemos establecen las conexiones del Plan en las diferentes escalas y dimensiones del territorio. Nos apoyamos en lecturas y sistematizaciones de obras de pensadores de la geografía, temas agrarios, sociología, economía, historia, ecología y filosofía, tal como escritos de la militancia de movimientos socio- territoriales. En línea con los ejercicios teóricos, realizamos actividades de campo a través de la investigación militante, construyendo diálogos entre iguales, haciendo referencia a los problemas, desafíos y éxitos vividos cotidianamente por el movimiento socio-territorial en la construcción del Plan Campesino. Con el fin de contribuir al estudio del tema agrario en Brasil, identificamos nuevas experiencias de desarrollo territorial y los conflictos existentes entre proyectos de desarrollo antagónicos. Finalmente, concluimos que la construcción de un proyecto de desarrollo territorial elaborado por movimientos socio-territoriales es posible y ya se está dando, como en el caso del MPA, con el Plan Campesino. Sin embargo, los avances y rupturas en relación al modelo actual de desarrollo hegemónico dependen de las luchas de hoy y de mañana, así como del alcance de dimensiones y escalas. De esta manera, profundas transformaciones se presentan como una esperanza en movimiento.

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Palavras-chave

Plano Camponês, Regime Alimentar Corporativo, Agronegócio, Impérios Alimentares, Território, Conflitualidade, Centros Territoriais de Cooperação, Peasant Plan, Corporate Food Regime, Agribusiness, Food Empires, Territory, Conflict, Territorial Cooperation Centers, Plan campesino, Régimen alimentario corporativo, Agronegocios, Imperios de alimentos, Territorio, Conflicto, Centros de Cooperación Territorial

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