Efeito dos exercícios aeróbico e resistido sobre indicadores de estresse oxidativo no tecido adiposo de ratos obesos
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Data
2022-04-20
Autores
Carames, Beatriz Dias do Couto
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Editor
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Resumo
Obesity is a chronic disease defined by the abnormal or excessive accumulation of body fat. It is considered to be an independent risk factor in the development of several diseases and thus is regarded as a pandemic and public health problem. The patophysiological processes associated with the instauration and progression of obesity-related comorbities envolve inflammation and oxidative stress. Aerobic and resistance exercises have been studied as non-pharmacological tools to treat obesity and its comorbities by reducing oxidative stress. That said, the objetive of this study is to evaluate the effect of aerobic and resistance exercises on indicators of oxidative stress in the epididimal adipose tissue of obese rats. Male Wistar rats (n=60, ± 180g) were divided in 2 groups (n=30) to receive control ration + natural water (control group, C) or ration rich in simple carbohydrates and fat + 25% sacarose in water (high sugar-fat group, HSF). After 20 weeks, the animals were evaluated in terms of obesity and redivided into four groups (n=10): non-exercised (C and HSF) and exercised (C + aerobic exercise [C+EFA], C + resistance exercise [C+EFR], HSF+ aerobic exercise [HSF+EFA], e HSF + resistance exercise [HSF+EFR]). The resistance exercise happened 5x/week and was comprised of 4 climbs in ladder with gradative increases in weight, 1x50%, 1x75%, 1x90% e 1x100% of the maximal capacity verified in the effort test; 1 min recovery between climbs. The aerobic exercise (1 hour/day; 5 days/week) was comprised of treadmill running for successive periods of 8 min at 80% and 2 min at 20% of the maximal capacity determined by the effort test. The exercise protocols lasted for 8 weeks and the effort tests were applied in the beggining, during the protocol (for weight adjustment) and in the end of the protocols. On the 28th week, nutritional and antropometric (weight, adiposity index, food intake, water and caloric intake) and plasmatic (blood glucose, insulin, triglycerides and HDL cholesterol) evaluations were conducted, as well as HOMA-IR calculation and blood sistolic pressure measurement. The oxidative stress markers, malondialdehyde (MDA) and protein carbonylation were dosed in the epididimal adipose tissue and corrected by the dosage of total proteins. The exercised rats showed better effort tolerance than non-exercised, which proves the effectiveness of the chosen exercise protocol. The high sugar fat diet was able to induce obesity, insulin resistance, hipertriglyceridemia and increased blood pressure, however did not elevate the markers of oxidative stress in the epididimal adipose tissue (TAE), (HSF group). The HSF+EFA group showed body weight reduction, which was not observed in HSF+EFR, whose adiposity index and MDA concentrations were higher. Despite MDA concentrations being higher in HSF+EFR group, (which might indicate an interaction between diet and exercise), the exercises, generally, did not reduce the oxidative stress markers (MDA and protein carbonylation) in the epididimal adipose tissue of obese rats. In conclusion, the chosen model was effective in inducing obesity, however, we did not detect increases in the concentrations of MDA and protein carbolynation in the epididimal depot. The exercise protocols did not revert the insulin resistance, hipertriglyceridemia and increased blood pressure. On the other hand, the aerobic exercise proved to be an efficient tool for reducing body weight, in comparison to the resistance exercise.
A obesidade é uma doença crônica caracterizada pelo acúmulo anormal ou excessivo de gordura corporal, a qual se torna um fator de risco independente para o desenvolvimento de diversas doenças. É considerada uma pandemia e um problema de saúde pública. Os processos fisiopatológicos associados à instauração e progressão das comorbidades associadas à obesidade envolvem inflamação e estresse oxidativo. Os exercícios físicos aeróbico e resistido têm sido estudados como ferramenta não farmacológica para tratar a obesidade e suas comorbidades por meio da redução do estresse oxidativo. Dessa forma, o objetivo deste trabalho é avaliar o efeito dos exercícios aeróbico e resistido sobre indicadores de estresse oxidativo no tecido adiposo epididimal de ratos obesos. Foram utilizados ratos Wistar (n=60, ± 180g) distribuídos em 2 grupos (n=30) para receberem ração controle + água natural (grupo controle, C) ou ração rica em carboidratos simples e gordura + 25% de sacarose na água (grupo high sugar-fat, HSF). Após 20 semanas, os animais foram avaliados quanto à presença de obesidade e redistribuídos em quatro grupos (n=10): não exercitados (C e HSF) e exercitados (C + exercício físico aeróbico [C+EFA], C + exercício físico resistido [C+EFR], HSF+ exercício físico aeróbico [HSF+EFA], e HSF + exercício físico resistido [HSF+EFR]). O exercício físico resistido foi realizado 5x/semana, constituiu-se de 4 subidas de escada com aumento gradativo de carga, 1x50%, 1x75%, 1x90% e 1x100% da capacidade máxima verificada no teste de esforço; recuperação entre cada subida de 1 min. O exercício físico aeróbico foi realizado em esteira (1h/dia, 5 dias/semana), consistindo em corrida por períodos sucessivos de 8 min a 80% e 2 min a 20% da capacidade máxima determinada previamente por teste de esforço. Os protocolos de exercício físico tiveram duração de 8 semanas e os testes de esforço foram realizados no início, durante o protocolo (para ajuste das cargas) e final do protocolo de exercício. Na 28ª semana foram realizadas as avaliações nutricionais e antropométricas (peso, índice de adiposidade, consumo de ração, água e calórico), plasmáticas (glicemia, insulina, triglicerídeos e colesterol HDL), bem como cálculo do HOMA-IR e aferição da pressão arterial sistólica caudal. Os marcadores de estresse oxidativo, malondialdeído (MDA) e carbonilação proteica foram dosados no tecido adiposo epididimal e corrigidos pelas proteínas totais. Os animais exercitados apresentaram melhor tolerância ao esforço que os animais não exercitados, demostrando a efetividade do protocolo de exercício utilizado. A dieta rica em carboidratos simples e gordura foi efetiva em induzir a obesidade, resistência à insulina, hipertrigliceridemia e aumento da pressão arterial, no entanto não promoveu elevação dos marcadores de estresse oxidativo no tecido adiposo epididimal (TAE), (grupo HSF). O grupo HSF+EFA apresentou redução do peso corporal, o que não foi observado no grupo HSF+EFR, que apresentou maior índice de adiposidade e maiores concentrações de MDA no TAE. Apesar de as concentrações de MDA estarem mais elevadas no grupo HSF+EFR, (o que pode indicar uma interação entre dieta e exercício) os exercícios, de modo geral, não exerceram efeitos redutores sobre os marcadores de estresse oxidativo (MDA e carbonilação proteica) no tecido adiposo epididimal dos ratos obesos. Conclui-se que o modelo utilizado foi efetivo em induzir a obesidade, não entanto, não conseguimos detectar elevação das concentrações de MDA e carbonilação proteica no TAE. Os protocolos de exercícios não foram capazes de reverter a resistência à insulina, hipertrigliceridemia e o aumento da pressão arterial. Por outro lado, o exercício aeróbico se demonstrou uma ferramenta eficaz na redução do peso corporal em relação ao exercício resistido.
A obesidade é uma doença crônica caracterizada pelo acúmulo anormal ou excessivo de gordura corporal, a qual se torna um fator de risco independente para o desenvolvimento de diversas doenças. É considerada uma pandemia e um problema de saúde pública. Os processos fisiopatológicos associados à instauração e progressão das comorbidades associadas à obesidade envolvem inflamação e estresse oxidativo. Os exercícios físicos aeróbico e resistido têm sido estudados como ferramenta não farmacológica para tratar a obesidade e suas comorbidades por meio da redução do estresse oxidativo. Dessa forma, o objetivo deste trabalho é avaliar o efeito dos exercícios aeróbico e resistido sobre indicadores de estresse oxidativo no tecido adiposo epididimal de ratos obesos. Foram utilizados ratos Wistar (n=60, ± 180g) distribuídos em 2 grupos (n=30) para receberem ração controle + água natural (grupo controle, C) ou ração rica em carboidratos simples e gordura + 25% de sacarose na água (grupo high sugar-fat, HSF). Após 20 semanas, os animais foram avaliados quanto à presença de obesidade e redistribuídos em quatro grupos (n=10): não exercitados (C e HSF) e exercitados (C + exercício físico aeróbico [C+EFA], C + exercício físico resistido [C+EFR], HSF+ exercício físico aeróbico [HSF+EFA], e HSF + exercício físico resistido [HSF+EFR]). O exercício físico resistido foi realizado 5x/semana, constituiu-se de 4 subidas de escada com aumento gradativo de carga, 1x50%, 1x75%, 1x90% e 1x100% da capacidade máxima verificada no teste de esforço; recuperação entre cada subida de 1 min. O exercício físico aeróbico foi realizado em esteira (1h/dia, 5 dias/semana), consistindo em corrida por períodos sucessivos de 8 min a 80% e 2 min a 20% da capacidade máxima determinada previamente por teste de esforço. Os protocolos de exercício físico tiveram duração de 8 semanas e os testes de esforço foram realizados no início, durante o protocolo (para ajuste das cargas) e final do protocolo de exercício. Na 28ª semana foram realizadas as avaliações nutricionais e antropométricas (peso, índice de adiposidade, consumo de ração, água e calórico), plasmáticas (glicemia, insulina, triglicerídeos e colesterol HDL), bem como cálculo do HOMA-IR e aferição da pressão arterial sistólica caudal. Os marcadores de estresse oxidativo, malondialdeído (MDA) e carbonilação proteica foram dosados no tecido adiposo epididimal e corrigidos pelas proteínas totais. Os animais exercitados apresentaram melhor tolerância ao esforço que os animais não exercitados, demostrando a efetividade do protocolo de exercício utilizado. A dieta rica em carboidratos simples e gordura foi efetiva em induzir a obesidade, resistência à insulina, hipertrigliceridemia e aumento da pressão arterial, no entanto não promoveu elevação dos marcadores de estresse oxidativo no tecido adiposo epididimal (TAE), (grupo HSF). O grupo HSF+EFA apresentou redução do peso corporal, o que não foi observado no grupo HSF+EFR, que apresentou maior índice de adiposidade e maiores concentrações de MDA no TAE. Apesar de as concentrações de MDA estarem mais elevadas no grupo HSF+EFR, (o que pode indicar uma interação entre dieta e exercício) os exercícios, de modo geral, não exerceram efeitos redutores sobre os marcadores de estresse oxidativo (MDA e carbonilação proteica) no tecido adiposo epididimal dos ratos obesos. Conclui-se que o modelo utilizado foi efetivo em induzir a obesidade, não entanto, não conseguimos detectar elevação das concentrações de MDA e carbonilação proteica no TAE. Os protocolos de exercícios não foram capazes de reverter a resistência à insulina, hipertrigliceridemia e o aumento da pressão arterial. Por outro lado, o exercício aeróbico se demonstrou uma ferramenta eficaz na redução do peso corporal em relação ao exercício resistido.
Descrição
Palavras-chave
Obesidade, Estresse oxidativo, Exercícios, MDA, Carbonilação proteica, Tecido adiposo, Obesity, Oxidative stress, Exercises, Protein carbonylation, Adipose tissue