“Eu, 10+100 mulheres trans, gênero e vulnerabilidades”: Uma psicanalista na supervisão de navegação por pares de mulheres transexuais e travestis vivendo com hiv.

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Data

2022-03-04

Orientador

Knudsen, Patricia Porchat Pereira da Silva

Coorientador

Pós-graduação

Educação Sexual - FCLAR

Curso de graduação

Título da Revista

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Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Tipo

Dissertação de mestrado

Direito de acesso

Acesso abertoAcesso Aberto

Resumo

Resumo (português)

O foco desta dissertação, foi a supervisão do trabalho das navegadoras de pares do projeto piloto TransAmigas, realizado em SP, em 2018-19. Compreendendo que o inconsciente se apresenta nas mais diferentes manifestações humanas e que a escuta psicanalítica pode se dar em contextos externos à clínica e com atenção aos marcadores de gênero e às vulnerabilidades, o objetivo foi mostrar a relevância da utilização do aparato conceitual psicanalítico no trabalho de supervisão de grupo de navegadoras de pares do projeto. Foi dada especial atenção a fenômenos descritos pela psicanálise que se apresentaram na interação entre supervisora e navegadoras de pares e que serviram para nortear as orientações para acompanhamento e desenvolvimento do trabalho: projeção, repressão, identificação e sublimação. Apresentamos, inicialmente, o projeto TransAmigas e os dados sociodemográficos da população de mulheres trans e travestis. Destacamos os fundamentos teóricos do trabalho de pares, bem como aspectos relevantes da teoria psicanalítica e da teoria queer de Judith Butler, que nortearam nossa compreensão e intervenção. Comparamos alguns trabalhos de supervisão e propusemos o modelo híbrido realizado no TransAmigas. Apresentamos o método de intervenção no projeto a partir da escuta psicanalítica sob transferência, assim como o método para seleção, apresentação e discussão do material no âmbito da pesquisa. A produção de dados analisada teve como fontes as reuniões com as navegadoras de pares, supervisões individuais, entrevistas e produção livre. O resultado obtido mostra que o trabalho de pares com uma supervisão atenta à visão psicanalítica e às questões de gênero, vulnerabilidade e situações de abjeção pode melhor auxiliar na compreensão das relações sociais e possíveis conflitos, em especial para mulheres transexuais e travestis, atravessadas por outros marcadores identitários, como ser uma pessoa vivendo com hiv.

Resumo (inglês)

This is a report and reflection on the supervision of the work of peer navigators of the pilot project TransAmigas, held in SP, in 2018-19. Understanding that the unconscious presents itself in the most different human manifestations, that psychoanalytic listening can take place in contexts external to the clinic, and with attention to gender markers and vulnerabilities, the aim was to show the relevance of using the psychoanalytic conceptual apparatus in the group supervision work of peer navigators of the project. Special attention was given to the phenomena described by psychoanalysis that presented themselves in the interaction between supervisor and peer navigators, which served as guidelines for monitoring and development of the work: projection, repression, identification, and sublimation. Initially, we present the TransAmigas project and the socio-demographic data of the population of trans women and transvestites. We highlight the theoretical foundations of peer work, as well as, relevant aspects of psychoanalytic theory and Judith Butler's queer theory, which guided our understanding and intervention. We compare different supervision approaches and propose the hybrid model carried out in TransAmigas. We present the method of intervention in the project by using psychoanalytic listening under transference, as well as the method for selection, presentation, and discussion of the material within the research. The data production analyzed had as sources the meetings with the peer navigators, individual supervisions, interviews, and free production. The result obtained shows that peer work with supervision attentive to the psychoanalytic view and issues of gender, vulnerability and situations of abjection can better assist in understanding social relations and possible conflicts, especially for transsexual women and transvestites, crossed by other identity markers, such as being a person living with hiv.

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Idioma

Português

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