A política externa japonesa de Shinzō Abe para a Coreia do Sul (2012-2020): um retrospecto histórico-identitário das feridas coloniais na contemporaneidade

Carregando...
Imagem de Miniatura

Data

2022-09-30

Orientador

Cruz, Sebastião Carlos Velasco e

Coorientador

Pós-graduação

Relações Internacionais (UNESP - UNICAMP - PUC-SP) - IPPRI

Curso de graduação

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Tipo

Dissertação de mestrado

Direito de acesso

Acesso abertoAcesso Aberto

Resumo

Resumo (português)

O objetivo principal dessa pesquisa é compreender a condução da política externa do primeiro ministro japonês Shinzō Abe (2006-2007/2012-2020) para a Coreia do Sul, de 2012 a 2020, considerando a interação entre as identidades e memórias de ambos os Estados. Como o passado colonial e suas feridas até hoje abertas proporcionaram intensos desafios para a relação bilateral nipo-sul-coreana ao longo das administrações de Abe, o ponto de partida desse trabalho é depreender o caminho e os efeitos da colonização japonesa na península coreana para, assim, analisar a contemporaneidade. Durante a colonização nipônica, entre 1910 e 1945, foi possível constatar que a Terra do Sol Nascente esteve imersa na identidade Kokutai que promoveu o expansionismo territorial, nacionalismo e a noção de superioridade do povo japonês em relação aos demais. Como consequência, atividades brutais foram proferidas à população coreana, possibilitando a manutenção de um profundo ressentimento anti-japonês, ainda encontrado nos dias de hoje. A partir da Constituição do Japão de 1947, foi sendo inaugurada a identidade Estado Pacifista e Mercante denominada como Heiwa to Shonin Kokka, possibilitando novas formas de inserção japonesa no Sistema Internacional. Sob o contexto da Guerra Fria e possuindo interesses similares à identidade sul-coreana, em 1965, foram reestabelecidos os laços diplomáticos e econômicos entre o Japão e a Coreia do Sul, porém sem discutir questões relacionadas à colonização, o que contribuiu para a consolidação do passado como um obstáculo bilateral. Nas gestões de Shinzō Abe, especialmente de 2012 a 2020, a identidade pacifista se apresentou em processo de enfraquecimento acompanhada por medidas revisionistas e conservadoras, deteriorando, intensamente, a relação entre Tóquio-Seul perante embates de identidades e interpretações divergentes sobre o passado. Dessa maneira, considerando o passado colonial, essa pesquisa se propõe a delinear como a política externa japonesa moldada por Shinzō Abe acentuou atritos nipo-sul-coreanos. Por fim, destaca-se que foram empreendidos nessa pesquisa, de abordagem qualitativa e auxiliada por conceitos de identidade, memória e reconhecimento, o método hipotético-dedutivo e o procedimento histórico-descritivo, assim como uma ampla bibliografia composta por artigos científicos, livros, documentos e relatórios oficiais, jornais e pesquisas de opinião pública sobre o tema.

Resumo (inglês)

The main objective of this research is to understand the conduction of Japanese Prime Minister Shinzō Abe´s (2006-2007/2012-2020) foreign policy towards South Korea, during the period of 2012 to 2020, considering the interaction between the identities and memories of both States. Therefore, as the colonial past and its wounds that are still open today provide intense challenges for the Japanese-South Korean bilateral relationship during the Abe administrations, the starting point of this work is to analyze the path and effects of Japanese colonization on the Korean peninsula to, thus, analyze the contemporaneity. During the Japanese colonization, between 1910 and 1945, it was possible to verify that the Land of the Rising Sun was immersed in the Kokutai identity that promoted territorial expansionism, nationalism and the notion of superiority of the Japanese people in relation to the others. As a consequence, brutal activities were handed down to the Korean population, allowing the maintenance of a deep anti-Japanese resentment, still found today. From the Constitution of Japan of 1947, the Pacifist and Merchant State identity called Heiwa to Shonin Kokka started to be inaugurated, enabling new ways of Japanese insertion in the International System. Under the Cold War´s context and having similar interests to the South Korean identity, in 1965, diplomatic and economic ties between Japan and South Korea were reestablished, but without discussing issues related to colonization, which contributed to the consolidation of the past as a bilateral obstacle. In Shinzō Abe's administrations, especially from 2012 to 2020, the pacifist identity presented itself in a weakening process accompanied by revisionist and conservative measures, intensely deteriorating the relationship between Tokyo-Seoul in the face of clashes of identities and divergent interpretations of the past. In this way, considering the colonial past, this research proposes to analyze how the Japanese foreign policy shaped by Shinzō Abe accentuated Japanese-South Korean frictions. Finally, it is highlighted that this qualitative approach research, aided by the concepts of identity, memory and recognition, was undertaken with the hypothetical-deductive method and the historical-descriptive procedure, as well as an extensive bibliography composed by scientific articles, books, official documents and reports, newspapers and public opinion polls on the subject.

Descrição

Idioma

Português

Como citar

Itens relacionados