Avaliação funcional, nutricional e da qualidade de vida após a infecção por SARS-COV-2 no pós-transplante renal. Estudo transversal.

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Data

2022-12-21

Autores

Florindo, Pedro Ramos [UNESP]

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Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

Introdução: O vírus da COVID-19 teve seus primeiros focos em Wuhan na China e então se alastrou pelo mundo se tornando uma pandemia. Seus impactos no transplante renal foram severos levando a elevadas taxas de mortalidade e redução da atividade de transplantes no mundo. Os impactos da infecção por COVID-19 após a recuperação em transplantado renais é desconhecido. Objetivo: O objetivo primário foi avaliar a composição corporal, o ângulo de fase, a aptidão física e qualidade de vida dos pacientes transplantados que foram infectados pela SARS-COV-2 e recuperados. Materiais e Métodos: Trata-se de um estudo transversal de transplantados renais infectados pela SARS-COV-2 e recuperados da infecção no momento da avaliação. Foram incluídos os indivíduos com idade ≥ 18 anos, transplantados renais que foram recuperados do vírus Covid-19. Foram aplicados teste de bioimpedância, testes de aptidão física, o teste de caminhada de 6 minutos, e SPPB (Short Physical Performance Battery). Para mensuração da fraqueza muscular foi feito o teste de preensão (Dinamômetro). Foi utilizado o questionário SF-36 (Versão brasileira) para mensuração da qualidade de vida. Os pacientes efetuaram todos os testes na data de avaliação conjunta a data da consulta de retorno no ambulatório em diferentes momentos da recuperação após a infecção por COVID-19. Resultados: No período de Maio de 2021 a Fevereiro de 2022 foram realizadas 64 abordagens de pacientes transplantados renais recuperados da COVID-19. Destes, 12 recusaram a participação no estudo, 2 eram deficientes visuais e 1 cadeirante restando 49 pacientes que realizaram testes. Sendo os testes, funcionais; de composição corporal e qualidade de vida. O tempo mediano da avaliação após a infecção por COVID-19 foi de 69 [45-127] dias. A idade mediana ao diagnóstico foi de 46 [35-45] anos, sendo 57% do sexo masculino e 80% da raça branca. A doença de base predominante foi causa indeterminada (50%). A imunossupressão predominante foi a combinação de tacrolimo associado a micofenolato (80%). Na maioria dos casos houve tratamento domiciliar (52%). Foram feitas correlações entre os parâmetros da bioimpedância com o tempo das avaliações realizadas após a infecção por COVID-19. O ângulo de fase foi o parâmetro de maior correlação com o tempo de avaliação (rho=0.33). Houve uma correlação positiva do tempo de avaliação após infecção por COVID-19 com o ângulo de fase (rho=0.364, p=0.012). Obtivemos uma correlação negativa, não significante, da diferença entre o teste de 6 minutos com o valor predito ao longo do tempo (rho=-0.217, p=0.147). Foi analisada a correlação entre o SF-36 no domínio de vitalidade e o tempo de avaliação obtendo uma correlação positiva (rho=0.34, p=0.032). Na análise, multivariada a idade ao diagnóstico mostrou associação negativa com o ângulo de fase -0.03 (-0.05 a -0.01, p=0.005), o sexo feminino apresentou associação negativa -1.11 (-1.56 a -0.65, p<0.001). Já o tempo de avalição apresentou associação positiva com o ângulo de fase 0.63 (0.31 a 0.96, p<0.001) mostrando um aumento do seu valor com o passar do tempo (em escala logarítmica). Conclusão: Observamos um aumento no ângulo de fase e melhora da qualidade de vida com o passar do tempo da recuperação da infecção por COVID-19 em pacientes transplantados renais. Este dado sugere que a infecção por COVID-19 é severa o suficiente para reduzir o estado nutricional e reduzir a qualidade de vida em pacientes transplantados em fase de estabilidade (com mais de 1 ano de transplante renal) mesmo nos casos de infecções menos graves que não necessitaram de hospitalização.

Descrição

Palavras-chave

Atividade física, Ângulo de fase, Transplante renal, Sars-Cov-2, Covid-19

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