A escrita como arma: uma análise do pensamento social na literatura marginal

Carregando...
Imagem de Miniatura

Data

2010-06-02

Autores

Benevenuto, Silvana José [UNESP]

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

O presente trabalho analisa a coletânea Literatura marginal: talentos da escrita periférica (2005). Organizada por Ferréz, um dos mais importantes idealizadores deste projeto literário e responsável pela rubrica Literatura Marginal, que nomeia a obra, tem o peso de lançar em livro onze autores, incluindo o organizador, alguns deles completamente desconhecidos pelo público nacional. Interessa-nos discutir o que escreve e o que pensa este narrador que se autodefine “marginal” e, com isso, colocar em evidência sua visão de mundo, o que, segundo entendemos, pode ser apreendido não restritamente naquilo que discursam, mas sim a partir da análise da relação existente entre o conteúdo e a forma desta manifestação literária. Mais que os escritores, estamos propondo pensar a própria narrativa como expressão de um coletivo, de um grupo que em comum traz consigo a condição de ser morador de periferia e acreditar que as letras podem ser uma arma. Para combater o quê e a quem? É a pergunta que norteia esta nossa análise e que nos faz dedicar a uma discussão sobre o narrador desta literatura. Destaca-se a forma que a própria matéria literária assume quando, em alguns momentos, o narrador elabora um discurso “violento” em contrarresposta à violência sofrida, ou, ainda, quando deixa suscitar a noção de destino como explicação para uma situação ao qual se vê submetido. Para tanto, a literatura é pensada a partir de sua relação com a matéria social, particularmente a violência, discutindo a intersecção entre literatura e sociedade.
This work analyses the collections: Literatura marginal: talentos da escrita periférica (2005). Organized by Ferréz, one of the most important idealizer of this literary project and responsible for the rubric Marginal which nominates the work, it has the charge to release a book with eleven authors, including the organizer, some of them totally unknown by the national public. We are interested in discussing what is completely written and what this narrator that defines himself as “marginal” thinks. With that, we want to put in evidence his world‟s view, something that, according to our understanding, can be comprehended not only with what they argue, but also from the analysis of the connection between the content and the shape of this literary manifestation. We are proposing the thinking of the narrative as an expression of the group that brings the condition of living in the periphery and the believing that literature can be a gun. To fight against what and whom? These are the questions that guide our analysis and that make us dedicate ourselves to a discussion about the narrator of this literature. It is distinguished the way that the literary subject assume sometimes, when the narrator develops a “violent” speech answering back the violence he has suffered, or, when he gives rises to the notion of destiny as an explanation for a situation in which he is evolved. For that, the literature is thought from its relation with the social matter, particularly the violence, discussing the intersection between the literature and the society.

Descrição

Palavras-chave

Literatura e sociedade, Violencia - Aspectos sociais, Literatura marginal - Pensamento social, Marginal Literature, Violence, Literature and Society

Como citar

BENEVENUTO, Silvana José. A escrita como arma: uma análise do pensamento social na literatura marginal. 2010. 116 f. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Filosofia e Ciências, 2010.