Plantas medicinais no tratamento da doença hepática gordurosa: uma revisão da literatura e uma avaliação do conhecimento popular
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Data
2022-01-18
Autores
Orientador
Moraes, Karen Cristiane Martinez de
Coorientador
Pós-graduação
Curso de graduação
Ciências Biológicas - IB
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Tipo
Trabalho de conclusão de curso
Direito de acesso
Acesso restrito
Resumo
Resumo (português)
O fígado é o maior órgão interno humano e sua integridade e funcionalidade são essenciais para o bom funcionamento do corpo. As doenças hepáticas são consideradas um grave problema de saúde pública mundial, causando, além de altas taxas de mortalidade, uma redução na qualidade de vida dos pacientes e perdas econômicas. A doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA) é uma doença multifatorial e caracteriza-se pela deposição anormal de lipídios nos hepatócitos, quando representam pelo menos 5% do peso total do órgão. Sua etiologia é variada e inclui fatores como sobrepeso e obesidade, diabetes mellitus, dislipidemia, síndrome metabólica, vírus e anomalias genéticas. Alterações no metabolismo lipídico nas etapas de síntese (lipogênese de novo) e degradação (β-oxidação) são responsáveis por causar um desequilíbrio entre o acúmulo e liberação de lipídios no tecido hepático. Os tratamentos mais recomendados, perda de peso e restrições alimentares, apresentam baixo índice de sucesso a longo prazo. Neste contexto, a utilização de plantas medicinais surge como uma estratégia viável, considerando-se que a atuação das mesmas no metabolismo hepático pode contribuir com a reversão e a progressão da doença. Além disso, a utilização de plantas medicinais se apresenta como uma alternativa para uso terapêutico a populações de baixo poder aquisitivo, além de oferecerem a possibilidade de menores efeitos colaterais. Importantes bioativos presentes nessas plantas, como os flavonoides, conseguem produzir respostas biológicas nos organismos favoráveis ao controle da sintomatologia das DHGNAs. Assim, o conhecimento popular sobre a funcionalidade das plantas medicinais tem papel fundamental, já que contribui como base para pesquisas científicas e desenvolvimento de fármacos e explorar esse conhecimento pode ser considerado o objetivo maior deste trabalho. Com base em extensa revisão bibliográfica, utilizando-se as palavras chaves “Conhecimento popular em plantas medicinais para o tratamento do fígado gordo”. Em sites de busca acadêmicos e de cunho popular, as plantas Cynara scolymus, Bidens pilosa, Solanum paniculatum, Artemisia absinthium e Silybum marianum foram as que apareceram em maior número, transparecendo a sua larga utilização pela população em geral Os bioativos presentes nessas plantas, como flavonoides, terpenos e compostos fenólicos, possuem propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes, antitumorais, além de atuarem na homeostase lipídica e glicêmica e possuírem atividades hepatoprotetoras, justificando o seu consumo popular. No caso específico de C. scolymus e B. pilosa, ambos têm o potencial de regular o metabolismo lipídico, atuando na regulação gênica de enzimas envolvidas na β-oxidação e na lipogênese de novo, melhorar o funcionamento do fígado, protegendo as células hepáticas de danos causados pelo estresse oxidativo, e diminuir os níveis de inflamação.
Resumo (inglês)
The liver is the largest human internal organ and its integrity and functionality are essential for the proper functioning of the body. Liver diseases are considered a serious global public health problem, causing, in addition to high mortality rates, a reduction in the quality of life of patients and economic losses. Non alcoholic fatty liver disease (NAFLD) is a multifactorial disease and is characterized by abnormal lipid deposition in hepatocytes, when they represent at least 5% of the total organ weight. Its etiology is varied and includes factors such as overweight and obesity, diabetes mellitus, dyslipidemia, metabolic syndrome, viruses and genetic abnormalities. Changes in lipid metabolism in the stages of synthesis (de novo lipogenesis) and degradation (β-oxidation) are responsible for causing an imbalance between the accumulation and release of lipids in liver tissue. The most recommended treatments, weight loss and dietary restrictions, have a low long-term success rate. In this context, the use of medicinal plants emerges as a viable strategy, considering that their action in liver metabolism can contribute to the reversal and progression of the disease. In addition, the use of medicinal plants is an alternative for therapeutic use to populations with low purchasing power, besides offering the possibility of minor side effects. Important bioactives present in these plants, such as flavonoids, can produce biological responses in organisms favorable to the control of NAFLD symptomatology. Thus, popular knowledge about the functionality of medicinal plants plays a fundamental role, since it contributes as a basis for scientific research and drug development and exploring this knowledge can be considered the main objective of this work. Based on an extensive bibliographic review, using the key words "Popular knowledge in medicinal plants for the treatment of fatty liver". On academic and popular search sites, plants Cynara scolymus, Bidens pilosa, Solanum paniculatum, Artemisia absinthium and Silybum marianum were the ones that appeared in greater numbers, transappearing their wide use by the general population. Bioactives present in these plants, such as flavonoids, terpenes and phenolic compounds, have anti-inflammatory, antioxidant, antitumor properties, besides acting in lipid and glycemic homeostasis and have activities justifying their popular consumption. In the specific case of C. scolymus and B. pilosa, both have the potential to regulate lipid metabolism, acting on the gene regulation of enzymes involved in β-oxidation and lipogenesis of new, improving liver function, protecting liver cells from damage caused by oxidative stress, and decreasing levels of inflammation.
Descrição
Idioma
Português