Atenção à saúde bucal da gestante no Sistema Único de Saúde: estudo em nível nacional

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Data

2023-02-27

Orientador

Tagliaferro, Elaine Pereira da Silva
Pardi, Vanessa

Coorientador

Pós-graduação

Ciências Odontológicas - FOAR

Curso de graduação

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Tipo

Dissertação de mestrado

Direito de acesso

Acesso restrito

Resumo

Resumo (português)

Esse estudo transversal, realizado em nível nacional, teve como objetivo: a) analisar a associação entre a cobertura do atendimento odontológico à gestante na Atenção Primária à Saúde (APS) e indicadores municipais e de desempenho das equipes de saúde (Publicação 1); b) analisar a prática do pré-natal odontológico (PNO) na APS, sob a perspectiva dos gestores municipais em saúde bucal brasileiros (Publicação 2). A primeira utilizou bancos de dados de acesso público do Ministério da Saúde, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada; e a segunda utilizou um questionário online, direcionado aos gestores municipais em saúde bucal. Para a Publicação 1, foram coletadas as seguintes variáveis: proporção de gestantes com atendimento odontológico realizado em 2019 (desfecho), indicadores de desempenho das equipes de saúde, avaliados no 3º ciclo do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (2015-2017) e indicadores sociodemográficos municipais (cobertura de atenção básica, cobertura de saúde bucal, Índice de Vulnerabilidade Social, Índice de Desenvolvimento Humano e Índice de Gini). Na Publicação 2, o questionário, elaborado especialmente para o estudo, coletou dados referentes ao município, ao perfil sociodemográfico e de formação acadêmica do gestor, características gerais relacionadas à atenção à saúde bucal no município e à atenção à saúde bucal da gestante, tendo como desfecho a “prática do PNO na APS”. Em ambos os estudos foram aplicados modelos de regressão logística simples e múltiplo entre o desfecho e as variáveis independentes. Além disso, foram calculados os odds ratio brutos e ajustados com os intervalos de 95% de confiança. A Publicação 1 encontrou uma cobertura média de atendimento odontológico à gestante em 2019 de 19,46%. Maior chance de ter menor proporção de gestantes com atendimento odontológico realizado foi observada nas regiões Sul (OR=1,52; IC95%: 1,29-1,80), Sudeste (OR=1,75; IC95%: 1,50-2,03) e Centro-Oeste (OR=2,14; IC95%: 1,72-2,65); em municípios com menor cobertura de saúde bucal (OR=2,35; IC95%: 2,03-2,72), menor proporção de Equipes de Saúde Bucal (ESB) que realizam planejamento (OR=1,47; IC95%: 1,27-1,70), que participam de reuniões com as Equipes de Atenção Básica (EAB, OR=1,22; IC95%: 1,06-1,41) e que realizam discussão de casos e projetos terapêuticos (OR=1,40; IC95%: 1,22-1,59); em municípios com menor proporção de EAB que realizam consulta de pré-natal (OR=1,19; IC95%: 1,02-1,39) e com registro de consulta odontológica no acompanhamento da gestante (OR=1,88; IC95%: 1,65-2,14). A Publicação 2 contou com a participação de 753 gestores (Região Sudeste = 39,0%, Região Sul = 24,4%, Região Nordeste = 22,3%, Região Norte = 7,6%, Região Centro-Oeste = 6,6%), sendo a maioria (69,9%) do gênero feminino e a idade média 40,1 anos. O PNO foi considerado uma prática consolidada na APS do município para 68,8% dos gestores. Uma maior chance de apresentar prática consolidada do PNO foi observada nos municípios que encaminham as gestantes para avaliação odontológica assim que iniciam o pré-natal (OR=11,58; IC95%: 1,47-91,08) e onde a participação dos dentistas nas atividades de educação em saúde é uma prática consolidada (OR=9,42; IC95%: 3,47-25,56). Conclui-se, na Publicação 1, que a cobertura do atendimento odontológico à gestante foi baixa e associada à região geográfica, cobertura de saúde bucal, realização de pré-natal, registro de consulta odontológica da gestante, atividades de planejamento, reuniões de equipe e discussão de casos e projetos terapêuticos. Na Publicação 2, conclui-se que o PNO é considerado uma prática consolidada pela maioria dos gestores e associada ao encaminhamento das gestantes para avaliação odontológica no início do pré-natal e à participação dos dentistas em atividades de educação em saúde.

Resumo (inglês)

This nationwide cross-sectional study aimed to analyze the association between oral health coverage for pregnant women in Primary Health Care (PHC), municipal indicators, and performance of health teams (Manuscript 1). It also analyzed prenatal dental care (PDC) practice in brazilian PHC from the perspective of oral health managers (Manuscript 2). The first study used secondary data from the Ministry of Health of Brazil, the Brazilian Institute of Geography and Statistics, and the Institute of Applied Economic Research. On the second study an online questionnaire was applied to municipal oral health managers. The following variables were collected through the first study: the proportion of pregnant women who received dental care in 2019 (outcome), performance indicators of health teams in the 3rd cycle of the National Program for Improving Access and Quality of Primary Care (2015-2017), and municipal sociodemographic indicators (primary care and oral health coverage, Social Vulnerability Index, Human Development Index, and Gini Index). In the second study, data of the municipality, sociodemographic profile, academic education of managers, general oral health care characteristics, and oral health care for pregnant women; the outcome variable was “PDC practice in PHC.” For the statistical analysis, simple and multiple logistic regression models were performed between the outcome and the independent variables, and crude odds ratios were calculated and adjusted at 95% confidence intervals. Results for study 1: An average dental care coverage of 19.46% was found for pregnant women in 2019. Lower proportion of pregnant women with dental care use was more likely to occur: in the south of the country (OR=1.52; 95%CI: 1.29-1.80), followed by the southeast (OR=1, 75; 95%CI: 1.50-2.03), and midwest (OR=2.14; 95%CI: 1.72-2.65) regions of Brazil. The same occurred in municipalities with a lower oral health coverage (OR=2.35; 95%CI: 2.03-2.72), a lower proportion of Oral Health Teams (OHT) responsible for planning (OR=1.47; 95%CI: 1.27-1.70), for participating in Primary Healthcare Team meetings (PHT, OR=1.22; 95%CI: 1.06-1.41), and for discussing cases and therapeutic projects (OR=1.40; 95%CI: 1.22-1.59); and in municipalities with a lower proportion of PHT that perform prenatal appointments (OR=1.19; 95%CI: 1.02-1.39) and with a record of follow-up visits for pregnant women (OR=1.88; CI95 %: 1.65-2.14). In the study 2, 753 managers answered the questionnaire (southeast = 39.0%, south = 24.4%, northeast = 22.3%, north = 7.6%, midwest = 6.6%), most of them were women (69.9%), and the average age was 40.1 years. For 68.8% of managers PDC was an established practice in municipal PHC. Established PDC practice was more likely to occur in municipalities that refer pregnant women for dental evaluation as soon as they start prenatal care (OR=11.58; 95%CI: 1.47-91.08) and where dentist participation in health education activities is an established practice (OR=9.42; 95%CI: 3.47-25.56). Study 1 showed that dental care coverage for pregnant women was low and associated with geographic region, oral health coverage, prenatal care, a record of dental visits for pregnant women, planning activities, team meetings, and discussion of cases and therapeutic projects. On study 2, we concluded that most managers consider PDC an established practice, that it is associated with the referral of pregnant women for dental evaluation at the beginning of prenatal care and with the dentist participation in health education activities.

Descrição

Idioma

Português

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