Figuras da clínica psi na atualidade: algumas contribuições à saúde mental coletiva
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Data
2018-09-14
Autores
Orientador
Benelli, Silvio José
Costa-Rosa, Abílio da
Coorientador
Pós-graduação
Psicologia - FCLAS
Curso de graduação
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Tipo
Dissertação de mestrado
Direito de acesso
Acesso aberto
Resumo
Resumo (português)
Que contornos ganha o “mal-estar da civilização” na atualidade? Como se apresenta seu caráter de denúncia e objeção? Submetido aos efeitos do Discurso do Capitalista, como resistem os sujeitos do desejo e suas múltiplas formas de (re)inventar a vida? São perguntas que me acompanham, me inquietam. Ensaio, assim, algumas figuras da clínica dos processos de subjetivação na atualidade, mais especificamente o tensionamento entre a Psiquiatria DSM e a Psicanálise do Campo de Freud e Lacan, tendo como objetivo principal contribuir com as práticas da Atenção Psicossocial e com os avanços da Saúde Mental Coletiva. Foi realizado um levantamento em quinze (15) programas de pós-graduação em Psicologia e Psicanálise e foram encontrados setenta e seis trabalhos (76) que tangenciavam as problemáticas que articulam a Medicalização e as manifestações contemporâneas, tais como a depressão, alcoolismo e toxicomania, entre outras figuras, com o Modo Capitalista de Produção (MCP), em sua versão hipermoderna. Da intersecção entre o campo da Economia Política e da Psicanálise, surge o Sintoma Social Dominante (SSD) como um dos planos de análise possível, dada a homologia proposta entre a Formação Social e as manifestações do mal-estar na atualidade. Quais seriam os efeitos das transformações, características da atualidade, no processo de subjetivação? A Psicanálise do Campo de Freud e Lacan ainda pode promover efeitos terapêuticos singularizantes? Como se apresentam as modalidades de sofrimento psíquico e o mal-estar na atualidade? No Ensaio 1: Primeira figura, apresento a Depressão como Sintoma Social Dominante, primeiro tema a atravessar minha existência como sujeito no mundo. No Ensaio 2: Figura do meio, trato da Medicalização nas práticas de cuidado e atenção à Saúde e o tensionamento entre a Psiquiatria DSM e a Psicanálise de Freud e Lacan. Explicito um campo de disputa entre a Clínica Ampliada, a Psicanálise (em crise) e a Psiquiatria, orientada pelos manuais tipo DSM e CID 10, praticada por grande parte do conjunto de trabalhadores da Saúde. Para o Ensaio 3: Outras figuras, foram abordadas questões acerca do alcoolismo e da toxicomania como SSD. Durante a realização da pesquisa descobri que os efeitos subjetivos da transformação neoliberal do Estado não só já haviam sido estudados, mas também que praticantes da Psicanálise já haviam estabelecido um debate acerca dos novos sintomas e dos novos sujeitos, temáticas as quais apresento no Ensaio 4: Que figura é essa? Procuro apontar a potência, sublinhar a dimensão criativa do sujeito ao construir para si um sintoma, como atividade crítica da realidade social que habita, um saber-fazer com as marcas de seu processo de subjetivação.
Resumo (português)
What contours does "civilization and its discontents" gain today? How does its character of denunciation and objection present itself? Subjected to the effects of the Capitalist Discourse, how do the subjects of desire resist as well as their multiple ways of (re) inventing life? These are questions that have accompanied me, made me uneasy. Thus, I kind of rehearse to point out some clinical figures of the processes of subjectivation in the present time, more specifically the field of tension between the DSM Psychiatry and the Psychoanalysis of the Field of Freud and Lacan, aiming specially to contribute to the practices of Psychosocial Attention and to the advances of Collective Mental Health. A survey was carried out in fifteen (15) postgraduate programs in Psychology and Psychoanalysis, and seventy-six studies (76) were found that touched on the problems that articulate Medicalization and contemporary manifestations, such as depression, alcoholism and drug addiction, among others, with the Capitalist Mode of Production (CMP), in its hypermodern version. From the intersection between the field of Political Economy and Psychoanalysis, the Dominant Social Symptom (DSS) emerges as one of the possible planes of analysis, given the homology proposed between Social Formation and manifestations of current malaise. What would be the effects of the transformations, pertaining to present times, in the process of subjectivation? Can the Psychoanalysis of the Field of Freud and Lacan still promote singularizing therapeutic effects? How do the modalities of psychic suffering and malaise in current times present themselves? In Essay 1: First figure, I present Depression as a Dominant Social Symptom, the first theme to cross my existence as a subject in the world. In Essay 2: Medium figure, I address Medicalization in the practices of care and attention to Health as well as the tension between the DSM Psychiatry and Freud and Lacan’s Psychoanalysis. I display a field of dispute among the Expanded Clinic, Psychoanalysis (in crisis) and Psychiatry, the latter oriented by the DSM and ICD 10 manuals, practiced by a large number of healthcare workers. For Essay 3: Other figures were addressed questions about alcoholism and drug addiction as DSS. During the research I discovered that the subjective effects resulting from the neoliberal transformation of the State had not only been studied, but also that practitioners of psychoanalysis had already established a debate over the new symptoms and the new subjects, which I present in Essay 4: What is this figure? In it I try to point out the power, to stress the creative dimension of the subject when constructing for oneself a symptom, as a critical activity of the social reality one inhabits, a know-how to make do with the marks of one’s process of subjectivation.
Descrição
Idioma
Português