Mariposas Vermelhas: a comunicação popular e a territorialização das comunas na Venezuela
Carregando...
Data
2022-02-24
Autores
Orientador
Welch, Clifford Andrew
Coorientador
Pós-graduação
Desenvolvimento territorial na América Latina e Caribe - IPPRI
Curso de graduação
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Tipo
Dissertação de mestrado
Direito de acesso
Acesso aberto
Resumo
Resumo (português)
Em agosto de 2008 cheguei pela primeira vez à Venezuela, a convite do Serviço Autônomo de Propriedade Intelectual (SAPI) para cursar uma especialização em Gestão da Propriedade Intelectual, em parceria com a Universidade Bolivariana da Venezuela (UBV) e o Instituto Cubano de Propriedade Intelectual (OCPI). O curso durou seis meses, mas minha permanência se estendeu por quase cinco anos. Àquela altura, diversos países da América Latina experimentavam processos políticos que, em menor ou maior medida, contribuíram para modificar o espaço geográfico habitado e a maneira como se organizam algumas dessas sociedades em seus territórios. A experiência da construção das comunas na Venezuela, iniciada em 2010, é um exemplo contumaz do processo de transformação do território-nação e que, embora tenha sido impactada por uma forte crise econômica desde 2014 – promovida fundamentalmente por fatores externos, a partir da fragilidade econômica de um país que se constitui desde os primeiros anos do século XX sobe a perspectiva da renda petroleira, estratégia associada ao que foi o objeto dos estudos de Ruy Mauro Marini e outros sobre a dialética da dependência, como veremos mais adiante – avança na redefinição de sua geopolítica local, objetivando a construção de um Estado Comunal. São diversos os instrumentos ou tecnologias sociais que operam no processo de territorialização da nova forma de organização social e que são, para os atores sociais daquele contexto, fundantes da experiência comunal; como a educação, a cultura, o trabalho – e, portanto, os processos produtivos coletivizados – e a comunicação, que já vinha ocupando um papel de centralidade no desenvolvimento social venezuelano por razões de contexto histórico. A partir de uma narrativa própria e de uma perspectiva participante do processo histórico, narro parte de minha experiência naquele país, enquanto comunicador popular, jornalista e pesquisador, como costura para um debate fundamental: o papel dos meios de comunicação populares nos processos de territorialização – e por consequência a territorialidade ou a identidade territorial daquele povo. Neste texto, analiso algumas experiências de comunicação popular que incidem sobre a construção de um território (i)material, que agrega valor subjetivo à nova territorialização do Estado Comunal, expõe suas contradições e aponta de maneira coletiva às saídas para uma revolução social de caráter popular, verdadeiramente democrática, em ruptura permanente com as estruturas de dominação e reprodução do Capital.
Resumo (inglês)
In August 2008 I arrived for the first time in Venezuela, at the invitation of the Autonomous Intellectual Property Service (SAPI, its acronym in Spanish) to study a specialization in Intellectual Property Management, in partnership with the Bolivarian University of Venezuela (UBV, its acronym in Spanish) and the Cuban Office of Intellectual Property (OCPI, its acronym in Spanish). The course lasted six months, but my stay stretched for almost five years. At that time, several Latin American countries were experiencing political processes that, to a lesser or greater extent, contributed to modify the inhabited geographical space and the way in which some of these societies are organized in their territories. The experience of building communes in Venezuela, started in 2010, it is an stubborn example in the process of transformation of the territory-nation and, although it has been affected by a severe economic crisis since the year 2014 — promoted fundamentally by external factors, from the economic fragility of a country that is constituted since the first years of the twentieth century on the perspective of oil income, a strategy associated with what was the object of studies by Ruy Mauro Marini and others on the dialect of dependency, as we will see later — it advances in the redefinition of its local geopolitics, aiming at the construction of a Communal State. There are several social instruments or social technologies that operate in the process of territorialization of the new form of social organization and that are, for the social actors of that context, founders of the communal experience; such as education, culture, work — and, therefore, collectivized productive processes — and the communication, which had already occupied a central role in Venezuelan social development for reasons of historical context. From a narrative of my own and from a participant perspective in the historical process, I narrate part of my experience in that country, as a popular communicator, journalist and researcher, as a sewing for a fundamental debate: the role of popular media in the processes of territorialization; and consequently the territoriality or territorial identity of that people. In this text, I analyze some popular communication experiences that focus on the construction of an (i)material territory, which adds subjective value to the new territorialization of the Communal State, exposes its contradictions and points collectively to the exits for a social revolution of a popular character, truly democratic, in permanent rupture with the structures of domination and reproduction of Capital.
Resumo (espanhol)
En agosto del 2008 llegué por primera vez a Venezuela, por invitación del Servicio Autónomo de Propiedad Intelectual (SAPI) para cursar una especialización en Gestión de la Propiedad Intelectual, a través de un convenio de cooperación entre la Universidad Bolivariana de Venezuela (UBV) y la Oficina Cubana de Propiedad Intelectual (OCPI). El curso tuvo duración de seis meses, sin embargo, mi permanencia en el país se extendió por casi cinco años. A esa altura de la Historia, diversos países de América Latina experimentaban procesos políticos que, en menor o mayor medida, contribuyeron para modificar el espacio geográfico habitado y la manera como se organizan algunas de estas sociedades en sus territorios. La experiencia de la construcción de las comunas en Venezuela, iniciada en 2010, es un ejemplo contumaz del proceso de transformación del territorio-nación y que, aunque haya sido impactada por una fuerte crisis económica desde el 2014 —impulsada fundamentalmente por factores externos, a partir de la fragilidad económica de un país que se constituye desde los primeros años del siglo XX bajo la perspectiva de la renta petrolera, estrategia asociada a lo que fue el objeto de estudios de Ruy Mauro Marini sobre la dialéctica de la dependencia, como veremos más adelante— avanza en la redefinición de su geopolítica local, a partir de la experiencia de las comunas. Son múltiples los instrumentos o tecnologías sociales que operan en el proceso de territorialización de la nueva forma de organización social y que son, para los actores sociales de aquel contexto, creadores de la experiencia comunal; como la educación, la cultura, el trabajo —de este modo, los procesos productivos colectivizados— y la comunicación, que ya venía ocupando un rol central en el desarrollo social venezolano por razones de contexto histórico. Desde una narrativa propia y una perspectiva participante del proceso histórico, narro parte de mi experiencia en aquel país, en cuanto comunicador popular, periodista e investigador, como costura de un debate fundamental: el papel de los medios de comunicación populares en los procesos de territorialización; y por consecuencia la territorialidad o la identidad territorial de aquel pueblo. En este texto, analizo algunas experiencias de comunicación popular que inciden sobre la construcción de un territorio (in)material, que agrega valor subjetivo a la territorialización del Estado Comunal, expone sus contradicciones y señala de manera colectiva las salidas para una revolución social de carácter popular, verdaderamente democrática, en ruptura permanente con las estructuras de dominación y reproducción del Capital.
Descrição
Idioma
Português