Incidência do marcador molecular de diagnóstico às ferrugens marrom (Puccinia melanocephala) e alaranjada (Puccinia kuehnii) em genótipos de cana-de-açúcar

Abstract

A cana-de-açúcar é, economicamente, uma das culturas mais importantes no Brasil, principalmente pela produção de açúcar e biocombustíveis, por isso doenças não controladas podem causar impactos devastadores no setor econômico e indústria alimentícia. Algumas das principais doenças responsáveis por prejuízos no setor sucroenergético são causadas por fungos, como a ferrugem marrom e a ferrugem alaranjada. Ambas resultam em lesões no tecido foliar, diminuindo a área verde, o que leva à redução da fotossíntese e, consequentemente à perda de biomassa. O uso de fungicidas para o controle dos fitopatógenos é custoso, pode selecionar indivíduos resistentes ao seu uso, podendo não ser uma alternativa sustentável. O mais adequado é o plantio de variedades resistentes a essas doenças. No entanto, a resistência à ferrugem alaranjada está relacionada com a presença do marcador Ori, enquanto para ferrugem marrom está na presença do marcador Bru1, flanqueado por dois marcadores. O presente trabalho teve como objetivo identificar a presença destes marcadores diagnósticos em 62 genótipos de cana-de-açúcar do Programa de Melhoramento Genético de Cana-de-Açúcar do IAC. Análises mostraram que 15 amostras foram positivas para todos os marcadores, que inferem resistência às doenças e 7 foram negativas para todos. Com relação ao marcador Ori, houve um total de 30 genótipos positivos, já os dois marcadores do gene Bru1 estiveram presentes em 37. Apesar de a presença destes marcadores inferir uma possível resistência das variedades de cana-de-açúcar às ferrugens, ainda são necessários dados fenotípicos para a corroboração desta hipótese.

Sugarcane is, economically, one of the most important crops in Brazil, mainly for the production of sugar and biofuels, therefore uncontrolled diseases can have devastating effects on the economic sector and the food industry. Some of the main diseases responsible for losses in the sugar-energy sector are caused by fungi, such as brown rust and orange rust. Both resulted in lesions in the leaf tissue, reducing the green area, which leads to a reduction in photosynthesis and, consequently, to the loss of biomass. The use of fungicides to control phytopathogens is costly, can select individuals resistant to their use, and may not be a sustainable alternative. The best option is to plant varieties that are resistant to these diseases. However, resistance to orange rust is related to the presence of the Ori marker, while to brown rust it is related to the presence of the Bru1 marker, flanked by two markers. The aim of this work was to identify the presence of diagnostic markers in 62 sugarcane genotypes of the IAC's Sugarcane Genetic Improvement Program. Analyzes have shown that 15 varieties were positive for all markers, that infer disease resistance and 7 were negative for all of them. With regard to the Ori marker, there were a total of 30 positive genotypes, while the two Bru1 gene markers remained present in 37. Although the presence of these markers infers a possible resistance of sugarcane varieties to rusts diseases, phenotypic data are still needed to corroborate this hypothesis.