Sofrimento psíquico de trabalhadores brasileiros nos primeiros meses da pandemia de COVID-19: um estudo transversal de abrangência nacional
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Data
2024-10-18
Autores
Orientador
Bernardes, João Marcos
Coorientador
Lima, Maria Cristina Pereira
Pós-graduação
Saúde Coletiva - FMB
Curso de graduação
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Tipo
Tese de doutorado
Direito de acesso
Acesso restrito
Resumo
Resumo (português)
Os objetivos desta Tese, vinculada à linha de pesquisa “Estudos de doenças infecciosas e parasitárias, crônicas não transmissíveis e de agravos à saúde do trabalhador” do Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva da Faculdade de Medicina de Botucatu/UNESP, foram (1) estimar a prevalência de sofrimento psíquico entre trabalhadores brasileiros nos primeiros meses da pandemia de COVID-19 e (2) investigar seus fatores associados. Este estudo transversal contou com 2.903 trabalhadores brasileiros, recrutados por amostragem em bola de neve. A obtenção dos dados se deu entre 23/04/2020 e 30/05/2020 por meio de um questionário online.
Doze variáveis independentes apresentaram dados faltantes, estimados por imputação múltipla. As variáveis foram inicialmente analisadas por meio de estatística descritiva. Para avaliar diferenças entre profissionais da saúde e de outras áreas, aplicou-se o teste qui-quadrado ou exato de Fisher, seguido pela medida de tamanho do efeito de Cramér's V para variáveis categóricas. Testes de Mann-Whitney e a medida de tamanho do efeito “Impact{X1,X2}” foram usados para variáveis numéricas.
Um modelo de regressão linear múltipla, com distribuição de Poisson para a variável resposta, investigou os fatores associados ao sofrimento psíquico. O ajuste do modelo final utilizou o menor valor de deviance, mantendo apenas variáveis significativas (p <
0,05). Os resultados foram apresentados em dois artigos. No primeiro, a prevalência de sofrimento psíquico foi de 72,6% (IC 95% 70,1%-74,2%), e foram descritas características dos participantes e fatores que poderiam ter impactado seu bem-estar psicológico. No segundo, foi identificado que o estresse ocupacional esteve positivamente associado ao sofrimento psíquico, mas deixou de ser significativo na ausência de familiares infectados pela COVID-19. O senso de coerência esteve inversamente associado ao sofrimento psíquico, com efeito enfraquecido na ausência de familiares infectados. Discute-se esses achados e suas implicações em futuros
eventos pandêmicos.
Resumo (inglês)
The objectives of this thesis, aligned with the research area “Studies on infectious and parasitic diseases, non-communicable chronic diseases, and worker health issues” of the Graduate Program in Collective Health at the Botucatu School of Medicine/UNESP,
were (1) to estimate the prevalence of psychological distress among Brazilian workers during the early months of the COVID-19 pandemic and (2) to investigate its associated factors. This cross-sectional study included 2,903 Brazilian workers, recruited through
snowball sampling. Data collection occurred between 04/23/2020 and 05/30/2020 through an online questionnaire. Twelve independent variables had missing data, which were estimated using multiple imputation. The variables were initially analyzed
using descriptive statistics. To analyze differences between healthcare professionals and those from other fields, the chi-square or Fisher’s exact test was applied, followed by Cramér’s V effect size measurement for categorical variables. Mann-Whitney tests
and the “Impact{X1,X2}” effect size measure were used for numerical variables. A multiple linear regression model, with a Poisson distribution for the response variable, investigated factors associated with psychological distress. The final model was adjusted using the lowest deviance value, retaining only significant variables (p < 0.05). The results were presented in two articles. The first identified a 72.6% prevalence of psychological distress (95% CI 70.1%-74.2%) and described participant characteristics and factors that may have impacted their psychological well-being. The second article found that occupational stress was positively associated with psychological distress, but this association became non-significant in the absence of family members infected by COVID-19. A higher sense of coherence was inversely associated with psychological distress, with this effect weakening in the absence of family members
infected. These findings and their implications for future pandemic events are discussed.
Descrição
Idioma
Português