A “linha clara” como estética imagética da palavra proustiana: os casos de "No caminho de Swann" e "À sombra das raparigas em flor", de Marcel Proust, adaptados para narrativas gráficas

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Data

2022-11-11

Orientador

Hattnher, Alvaro Luiz

Coorientador

Pós-graduação

Letras - IBILCE

Curso de graduação

Título da Revista

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Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Tipo

Tese de doutorado

Direito de acesso

Acesso restrito

Resumo

Resumo (português)

A leitura de "No caminho de Swann" (2004) e "À sombra das raparigas em flor" (2004), dois primeiros volumes do romance "Em Busca do Tempo Perdido", de Marcel Proust, adaptados para o suporte de histórias em quadrinhos por Stéphane Heuet, mostra que o tratamento do discurso literário proustiano é um elemento desafiador no processo adaptativo desse quadrinista. Isso é sugerido pelo uso constante que ele faz de balões de fala e, principalmente, de recordatórios. Heuet manteve a palavra proustiana em sua adaptação, não somente ao utilizar esses recursos verbais dos quadrinhos à exaustão, mas, também, quando ele desenhou o discurso de Proust. Para transpor a narrativa proustiana imageticamente, Heuet utiliza a “linha clara”, conhecida por sua nitidez e economia gráfica. Dessa forma, Heuet uniu, em seus quadrinhos, a palavra proustiana, legitimada criticamente, com a “linha clara”, estratégia gráfica considerada clássica, de fácil leitura e validada pela crítica. Assim, ele destaca parte do texto proustiano em seu trabalho, mantendo-o com o uso de balões de fala e recordatórios, elemento verbal este primordial para a construção da adaptação heuetiana e estudado neste trabalho por meio de uma tipologia expandida, e torna visível uma outra parcela da narrativa de Proust por meio de imagens. Com isso, defendemos a tese de que o uso da “linha clara” para desenhar o discurso proustiano criou uma estética imagética que torna clara e graficamente compreensível a palavra do romancista francês para o leitor dos quadrinhos.

Resumo (inglês)

The reading of Swann's Way (2004) and In the Shadow of Young Girls in Flower (2004), the first two volumes of Marcel Proust’s novel In Search of the Lost Time adapted into graphic novels by Stéphane Heuet, reveals that the Proustian literary discourse was a challenging element in the adaptation by this comic-book artist. This is suggested by how he constantly uses speech balloons and mainly captions. Heuet kept the Proustian word in his adaptation not only when extensively using these comic-book verbal resources, but also when drawing Proust’s discourse. To change Proust’s narrative into images, Heuet uses the “clear line”, which is known for its clarity and graphic economy. Hence, in his comic books, Heuet drew together the critically legitimized Proustian word and the classic, easy-to-ready and critically validated “clear line”. Consequently, he highlights part of the Proustian text in his work by keeping it in the speech balloons and captions, with this verbal element being pivotal for the building of Heuet’s adaption, and which is investigated in this study using an expanded typology, while he also employs images to render the other part of the Proustian text visible. Considering this, we defend the thesis that Heuet’s use of the “clear line” to draw the Proustian discourse has created some image aesthetics that makes the French novelist’s word clear and more graphically accessible to readers of comic books.

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Idioma

Português

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