Paisagem às margens do Córrego Biriguizinho, em Birigui-SP

Abstract

A paisagem compreende a união do homem com o meio. Esse conceito trazido por tantos autores (em especial por Besse, 2014) contempla a habitação dos lugares, e não apenas a sua ocupação. A paisagem varia de acordo com o lugar e a cultura ao qual está inserida, sendo um reflexo de suas características. As cidades se consolidaram pelo agrupamento crescente de indivíduos, o que demandou um elemento vital para sua subsistência: a água. Antes de qualquer apropriação territorial, os rios já estavam ali. Diferentes fatores, como os políticos, territoriais e econômicos, levaram os pioneiros a desbravar regiões até então desconhecidas, criando novas cidades. No entanto, com o crescimento dos núcleos urbanos, os rios foram sendo esquecidos e malcuidados. Birigui, uma cidade do oeste paulista que se originou pelo advento da Companhia Estrada de Ferro Noroeste do Brasil (CEFNOB) e de uma companhia colonizadora, teve sua gênese às margens do Córrego Biriguizinho, uma vez que os trilhos dos trens buscavam a proximidade de corpos d’água devido à topografia mais plana. Hoje, apesar de não conservar mais suas características naturais, o córrego corta a malha urbana, apresentando ora relevância, ora desvalorização. A presente dissertação analisou a atual paisagem das margens do córrego Biriguizinho, em Birigui-SP, com base nas chaves de leitura retratadas por Besse (2014) e utilizando os seguintes procedimentos metodológicos: pesquisa bibliográfica e documental, pesquisa de campo e levantamento fotográfico, bem como a aplicação de questionários e entrevistas aos moradores e frequentadores do entorno do Biriguizinho. As questões socioambientais, assim como o uso e ocupação das terras na bacia do córrego Biriguinho, influenciaram no modo como Birigui surgiu e cresceu. Ao identificar os valores patrimoniais e ambientais da cidade buscou-se oferecer subsídios aos futuros planos e projetos urbanos, visando o desenvolvimento sustentável.

The landscape encompasses the connection between man and the environment. This concept, as brought forth by several authors (especially by Besse, 2014) contemplates the inhabitation of places, not only their occupation. The landscape varies according to the area and culture in which it is inserted, being a reflection of its characteristics. Cities became consolidated by the growing grouping of individuals, which demanded a vital element for their subsistence: water. Before any territorial appropriation, the rivers were already there. Different factors, such as political, territorial, and economic, led the pioneers to open up previously unknown regions, creating new cities. However, the rivers were forgotten and neglected as the urban centers grew. Birigui, a town in western Sao Paulo state that originated with the advent of the Noroeste do Brasil Railroad Company (CEFNOB) and a colonizing company, had its genesis on the banks of the Biriguizinho Stream since the train tracks sought proximity to bodies of water due to the flatter topography. Today, although it no longer retains its natural characteristics, the stream cuts through the urban network, presenting both relevance and devaluation. This dissertation analyzed the current landscape of the Biriguizinho stream margins, in Birigui-SP, based on the reading keys portrayed by Besse (2014) and using the following methodological procedures: bibliographic and documentary research, field research and photographic survey, as well as the application of questionnaires and interviews to residents and visitors of the Biriguizinho surroundings. Socio environmental issues, as well as the use and occupation of the land in the Biriguinho stream basin, influenced the way Birigui emerged and grew. By identifying the city's heritage and environmental values, the study aims to support subsidies for future urban plans and projects, aiming at sustainable development.