Depressão na gestação e fatores psicossociais

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Data

2019-03-26

Orientador

Carvalhaes, Maria Antonieta de Barros Leite

Coorientador

Pós-graduação

Programa de Residência em Enfermagem Obstétrica da Faculdade de Medicina - FMB

Curso de graduação

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Tipo

Trabalho de conclusão de residência

Direito de acesso

Acesso restrito

Resumo

Resumo (português)

Introdução: A gestação é caracterizada por diversas modificações físicas, hormonais, psíquicas e sociais que podem interferir na saúde mental da gestante. Há cerca de duas décadas tem-se estudado a ocorrência de sintomas depressivos em gestantes, com os resultados variando em torno de 25% nos países em desenvolvimento. Trata-se de um distúrbio multifatorial já associado à história psicopatológica prévia, relações conjugais insatisfatórias, características sociodemográficas desfavoráveis, entre outros fatores. Recentemente, fatores psicossociais como apoio social insuficiente, má-qualidade do sono e gestação não planejada têm sido investigados como fatores de risco de sintomas depressivos em gestantes, com resultados ainda inconclusivos. Objetivo: Identificar determinantes da depressão gestacional, com ênfase em fatores psicossociais, como apoio social, planejamento/desejo da gestação e qualidade do sono em gestantes que realizam pré-natal na atenção primária à saúde. Métodos: Os dados são provenientes de um estudo de coorte, prospectivo, realizado em Botucatu, SP. Foram incluídas na linha de base gestantes de qualquer idade e idade gestacional matriculadas no pré-natal nas unidades básicas de saúde da cidade. Logo após o recrutamento, para avaliação dos sintomas depressivos foi aplicada a Escala de Depressão Pós-natal de Edimburgo, também validada para ser aplicada com gestantes; o ponto de corte utilizado para o rastreamento positivo de sintomas depressivos foi ≥13. Foram também aplicadas a Escala de Qualidade de Sono “Mini-Sleep” e a Escala de Apoio Social (MOS-SSS), essa última via telefone. A associação entre os fatores de interesse e sintomas depressivos foi investigada por meio de regressão logística. Resultados: Das 320 gestantes estudadas, 77% viviam com o companheiro, 61% estavam na segunda ou mais gestações e 36% relataram já terem vivenciado sintomas depressivos alguma vez na vida. Apresentaram escores positivo de risco de depressão 22,50% das gestantes. Houve associação positiva entre presença de sintomas depressivos e sono deficiente (OR=3,61), menor tercil de apoio social (OR=10,92) e gestação indesejada (OR=3,61). Conclusão: Aproximadamente uma em cada quatro a cinco gestantes acompanhadas no pré-natal da atenção primária à saúde apresenta sintomas depressivos. Foram identificados como fatores de risco sono deficiente, menor apoio social e gestação indesejada. Essas situações devem ser rastreadas no início do pré-natal; quando presentes, justificam-se a avaliação da presença de sintomas depressivos na gestante e ações para sua prevenção ou enfrentamento.

Resumo (inglês)

Introduction: The pregnancy is characterized by several physical, hormonal, psychic and social changes that may interfere with the pregnant woman's mental health. About two decades ago, the occurrence of depressive symptoms in pregnant women has been studied, with results varying around 25% in developing countries. It is a multifactorial disorder already associated with previous psychopathological history, unsatisfactory marital relations, unfavorable sociodemographic characteristics, among other factors. Recently, psychosocial factors such as insufficient social support, poor sleep quality and unplanned pregnancy have been investigated as risk factors for depressive symptoms in pregnant women, with results still inconclusive. Objective: To identify determinants of gestational depression, with emphasis on psychosocial factors such as social support, planning / desire for gestation and sleep quality in pregnant women who perform prenatal care in primary health care. Methods: Data are from a prospective cohort study, conducted in Botucatu, SP. Were included in the baseline pregnancy women of any age and gestational age enolled in prenatal care at the basic health units of the city. Soon after the recruitment, the Edinburgh Postnatal Depression Scale, also validated to be applied with pregnant women, was applied for the evaluation of depressive symptoms; the cut-off point used for positive screening for depressive symptoms was ≥13. The "Mini-Sleep" Sleep Quality Scale and the Social Support Scale (MOS-SSS) were also applied, the latter via telephone. The association between the factors of interest and depressive symptoms was investigated through logistic regression. Results: Of the 320 pregnant women studied, 77% lived with their partners, 61% were in the second or more pregnancies, and 36% reported having experienced depressive symptoms in their lifetime. 22.50% of the pregnant women presented positive scores of risk of depression. There was a positive association between the presence of depressive symptoms and poor sleep (OR = 3,61), a lower tertile of social support (OR = 10,92) and undesired gestation. (OR = 3,61) Conclusion: Approximately one in four to five pregnant women attending prenatal health care has depressives symptoms. Poor sleep, lower social support and unwanted gestation were identified as risk factors. These situations should be screened early in prenatal care; when present, it is justified the evaluation of the presence of depressive symptoms in the pregnant woman and actions for their prevention or confrontation.

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Português

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