Feminismo Camponês Popular: território de luta e resistência no Movimento de Mulheres Camponesas
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Data
2023-12-12
Autores
Orientador
Vinha, Janaina Francisca de Souza Campos
Coorientador
Pós-graduação
Desenvolvimento Territorial na América Latina e Caribe - IPPRI 33004013068P6
Curso de graduação
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Tipo
Dissertação de mestrado
Direito de acesso
Acesso aberto
Resumo
Resumo (português)
A presente pesquisa teve como objetivo analisar as ações e estratégias do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC) na construção dos territórios de luta e resistência a partir do Feminismo Camponês Popular no período Pós-Golpe de 2016 a 2022 no Brasil, entendemos por golpe o impeachment da Presidenta Dilma Rousseff realizado de forma ilegítima. O processo histórico dos 40 anos de existência revela a coragem do “sair de casa”, se organizar para ir em busca de seus direitos e construir a tão sonhada nova sociedade. A formulação e construção teórica, prática e coletiva do Feminismo Camponês Popular, a partir da história do MMC, sinalizam as bases teóricas metodológicas para a compreensão de uma sociedade capitalista, patriarcal e racista. As ações e estratégias construídas nos diferentes períodos da história do referido Movimento se conformam em territórios de lutas e resistências. Como perguntas norteadoras tem-se: Seria o MMC um território? Como a luta e resistência feminista pode contribuir para a construção de territórios (i)materiais? Os objetivos específicos consideraram: refletir sobre a construção do MMC no Brasil; identificar nos espaços geográficos as teorias feministas que contribuíram para compreender a luta pela libertação das camponesas que possibilitou chegar à elaboração mais recente do Feminismo Camponês Popular no MMC; apresentar ações do MMC que repercutem no território a partir do período Pós-Golpe de 2016. Para a realização desta pesquisa, partiu-se de uma leitura materialista, histórico-dialética da realidade e de uma epistemologia feminista camponesa popular em curso no MMC. A metodologia se baseou na pesquisa militante, com técnicas de entrevistas semiestruturadas e análise bibliográfica e documental em relatórios, redes sociais, fotos, mapas, cartilhas, livros, dissertações e teses de militantes do Movimento, bem como referenciais teóricos sobre Feminismo e Geografia. Como resultado da pesquisa compreende-se por território (i)material as marchas, a luta por direitos, políticas públicas, a agroecologia, os processos de organização, formação e articulação. Essas práticas e ações do MMC são elementos importantes para construir uma territorialidade a partir das camponesas organizadas e em luta. Identificamos, portanto, quatro momentos: Gestação e surgimento do Movimento; Avanços, unificação e consolidação dos Movimentos autônomos no MMC nas décadas de 1990 e 2000; O Feminismo Camponês Popular nos anos 2000; Pós-Golpe ações e resistências a partir de 2016.
Resumo (inglês)
This research aimed to analyze the actions and strategies of the Peasant Women's Movement (Movimento de Mulheres Camponesas -MMC) in the construction of territories of struggle and resistance based on Popular Peasant Feminism in the Post-Coup period (2016-2022) in Brazil, we understand by coup the impeachment of President Dilma Rousseff, which was carried out illegitimately. The historical process of 40 years of existence of this movement reveals the courage of peasant women in order to “leave home”, organize to fight for their rights and building the new society they dreamed of. The theoretical, practical and collective formulation and construction of Popular Peasant Feminism, based on the history of the MMC, sets the theoretical and methodological bases for understanding a capitalist, patriarchal and racist society. The actions and strategies constructed in the different periods of the history of the Movement have formed territories of struggles and resistance. The guiding questions are: Is the MMC a territory? How can feminist struggle and resistance contribute to the construction of (im)material territories? The specific objectives considered are: 1. reflect on the construction of the MMC in Brazil; 2. identify in geographic spaces the feminist theories that contributed to understand the struggle for the liberation of peasant women and its outcome, the most recent elaboration of Popular Peasant Feminism in the MMC; 3. present MMC actions that have had repercussions on the territory since the 2016 coup. The starting point of this research is a materialist, historical-dialectic reading of reality and the popular peasant feminist epistemology involved in MMC. The methodology was based on militant research, with semi-structured interview techniques and bibliographic and documentary analysis of reports, social networks, photos, maps, booklets, books, dissertations and theses by Movement activists, as well as theoretical references on Feminism and Geography. The result of the research is that (im)material territory includes marches, the struggle for rights, public policies, agroecology, processes of organization, training and articulation. These MMC practices and actions are important elements to build territoriality based on organized and fighting peasant women. We therefore identify four moments: Gestation and emergence of the Movement; Advances, unification and consolidation of autonomous Movements in the MMC in the 1990s and 2000s; Popular Peasant Feminism in the 2000s; Post-Coup actions and resistance from 2016.
Resumo (espanhol)
La presente investigación tuvo como objetivo analizar las acciones y estrategias del Movimento de Mulheres Camponesas (MMC-Brasil) en la construcción de territorios de lucha y resistencia a partir del Feminismo Campesino Popular en el período Pos-Golpe (2016- 2022) en Brasil. Entendemos por golpe el juicio político y destitución, llevado a cabo de forma ilegítima, de la presidenta Dilma Rousseff. El proceso histórico de 40 años de existencia del MMC revela la valentía de las campesinas para “salir de casa”, organizarse para reivindicar derechos y construir la nueva sociedad que sueñan. La formulación y construcción teórica, práctica y colectiva del Feminismo Campesino Popular, a partir de la historia del MMC, señala las bases teóricas y metodológicas para comprender una sociedad capitalista, patriarcal y racista. Las acciones y estrategias construidas en los diferentes períodos de la historia del Movimiento configuran territorios de luchas y resistencias. Las preguntas orientadoras son: ¿Es el MMC un territorio? ¿Cómo pueden la lucha y la resistencia feministas contribuir a la construcción de territorios (in)materiales? Los objetivos específicos considerados: 1. reflexionar sobre la construcción del MMC en Brasil; 2. identificar en espacios geográficos las teorías feministas que contribuyeron a comprender la lucha por la liberación de las campesinas y que permitieron llegar a la más reciente elaboración del Feminismo Campesino Popular en el MMC; 3. presentar acciones del MMC que han repercutido en el territorio desde el Golpe de 2016. Para realizar esta investigación, partimos de una lectura materialista, histórico-dialéctica de la realidad y de una epistemología feminista popular campesina que es parte del MMC. La metodología se basó en la investigación militante, con técnicas de entrevista semiestructurada y análisis bibliográfico y documental de reportajes, redes sociales, fotografías, mapas, folletos, libros, disertaciones y tesis de activistas del Movimiento, así como referentes teóricos sobre Feminismo y Geografía. Concluimos en la investigación que el territorio (in)material incluye marchas, lucha por derechos, políticas públicas, agroecología, procesos de organización, formación y articulación. Estas prácticas y acciones del MMC son elementos importantes para construir una territorialidad basada en mujeres campesinas organizadas y luchadoras. Identificamos entonces cuatro momentos: Gestación y surgimiento del Movimiento; Avances, unificación y consolidación de Movimientos autónomos en el MMC en las décadas de 1990 y 2000; Feminismo campesino popular en los años 2000; Acciones posteriores al golpe y resistencia a partir de 2016.
Descrição
Idioma
Português
Como citar
TABORDA, Noeli Welter. Feminismo Camponês Popular: território de luta e resistência no Movimento de Mulheres Camponesas. Orientadora: Janaina Francisca de Souza Campos Vinha. 2023. 288 f. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Instituto de Políticas Públicas e Relações Internacionais, Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Territorial na América Latina e Caribe, São Paulo, 2023.