Como tornar se o que se é: um estudo fisiopsicológico de Nietzsche em suas Obras (1894) de Lou Andreas Salomé
Carregando...
Data
2024-09-13
Autores
Orientador
Verissimo, Danilo Saretta
Coorientador
Pós-graduação
Psicologia - FCLAS
Curso de graduação
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Tipo
Dissertação de mestrado
Direito de acesso
Acesso aberto
Resumo
Resumo (português)
Esta dissertação de Mestrado em Psicologia fundamenta-se na crítica nietzschiana às bases metafísicas da psicologia tradicional, com o objetivo de oferecer uma interpretação da “análise psicológica” de Lou Andreas-Salomé em seu livro Nietzsche em suas Obras (1894). Após uma introdução centrada na problemática da interpretação e na relação entre vida e obra em Nietzsche, apresentamos, no primeiro capítulo, seu empreendimento filosófico como uma “nova psicologia”, calcada no saber fisiopsicológico. Partimos de sua crítica ao racionalismo para elucidar a tematização do corpo na teorização da vontade de potência. Em seguida, analisamos o projeto de genealogia da moral, pelo qual Nietzsche diagnostica a cultura moderna e propõe uma transvaloração dos valores por meio de uma autoexperimentação da décadence. Por fim, retomamos a relação entre filosofia e saúde para inferir o significado do pioneirismo reivindicado por Nietzsche em termos de Psicologia, através do preceito de “tornar-se o que se é”. O segundo capítulo é reservado à análise do livro de Andreas-Salomé. Investigamos sua caracterização de Nietzsche pelo ideal do “cognoscente heroico”, para evidenciar como a autora trabalha a relação entre vivência, escrita e sofrimento. Próxima de um saber fisiopsicológico, a autora compreende que a vida vai além da biografia e percebe a obra como uma criação ético-estética, fruto da dinâmica dos impulsos. Ao enfatizar a doença do filósofo, seu interesse é discutir o processo de autossofrimento e autoelevação a propósito do conhecimento e da produção filosófica. Nesse sentido, o “espírito religioso” é a resposta particular de Andreas-Salomé para o problema da superação da condição decadente de Nietzsche. Sem desconsiderar as contradições aparentes em sua crítica ao “misticismo” da filosofia nietzschiana, concluímos nosso trabalho argumentando que a interpretação da autora deve ser apreciada considerando o conjunto de sua vida e obra. Apontamos, então, para a necessidade de mais estudos voltados para a filosofia andreas-salomeniana.
Resumo (português)
This master's dissertation in Psychology is grounded in Nietzsche’s critique of the metaphysical foundations of traditional psychology, aiming to offer an interpretation of Lou Andreas-Salomé’s “psychological analysis” in her book Nietzsche in His Works (1894). After an introduction focused on the challenges of interpretation and the relationship between life and work in Nietzsche, the first chapter presents his philosophical endeavor as a “new psychology” based on physiopsychological knowledge. We begin with his critique of rationalism to elucidate the role of the body in the theorization of the will to power. Next, we analyze the project of the genealogy of morality, through which Nietzsche diagnoses modern culture and proposes a revaluation of values via an experimentation with décadence. Finally, we revisit the connection between philosophy and health to infer the meaning of Nietzsche’s claimed pioneering work in terms of Psychology, following the principle of “becoming what one is.” The second chapter focuses on the analysis of Andreas-Salomé’s book. We investigate her portrayal of Nietzsche through the ideal of the “heroic knower” to highlight how the author navigates the relationship between experience, writing, and suffering. Closely aligned with physiopsychological knowledge, she understands that life goes beyond mere biography and perceives the work as an ethical-aesthetic creation, born from the dynamics of drives. By emphasizing the philosopher’s illness, her interest lies in discussing the processes of self-suffering and self-elevation in relation to knowledge and philosophical production. In this sense, the “religious spirit” emerges as Andreas-Salomé’s personal response to the challenge of overcoming Nietzsche’s decadent condition. Without disregarding the apparent contradictions in her critique of the “mysticism” of Nietzschean philosophy, we conclude by arguing that her interpretation must be appreciated in light of her life and body of work. Finally, we point to the need for further studies focused on Andreas-Salomé’s philosophy.
Descrição
Idioma
Português
Como citar
FERNANDES, Leonardo Alves. Como tornar se o que se é: um estudo fisiopsicológico de Nietzsche em suas Obras (1894) de Lou Andreas Salomé. 2024. 153 p. Dissertação (Mestrado em Psicologia) – Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências e Letras, Assis, 2024.