As relativas sem antecedente no espanhol sob perspectiva da Gramática Discursivo-Funcional

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Data

2024-10-29

Orientador

Garcia, Talita Storti

Coorientador

Pós-graduação

Estudos Linguísticos - IBILCE

Curso de graduação

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Tipo

Tese de doutorado

Direito de acesso

Acesso abertoAcesso Aberto

Resumo

Resumo (português)

As orações relativas sem antecedente são assim denominadas porque carecem de um antecedente nominal explícito, à diferença das relativas com antecedente expresso que modificam a entidade referencial de um Np externo (Smits, 1989; De Vries, 2002). No espanhol, identificam-se dois tipos principais de estruturas relativas sem antecedente: as relativas livres e as semilivres (Brucart, 1999; Nueva Gramática de la Real Academia Española, 2009; Ojea López, 1992, 2013). As relativas livres se caracterizam por não apresentarem qualquer elemento do seu antecedente expresso formalmente. As relativas semilivres, por sua vez, apresentam seu antecedente parcialmente expresso mediante a indicação de traços de gênero e número da entidade referida. Considerando que os estudos funcionalistas que tratam dessas construções são lacunares, esta tese tem como objetivo geral analisar suas propriedades funcionais e formais à luz da teoria da Gramática Discursivo-Funcional (Hengeveld; Mackenzie, 2008). Nesse arcabouço, além de a gramática ser modular, por reconhecer quatro níveis independentes de análise, explicam-se os fenômenos linguísticos de maneira descendente (top-down), considerando que a pragmática governa a semântica, e a pragmática e a semântica juntas governam a morfossintaxe e a fonologia. Para atingir nossos objetivos, aplicamos uma série de critérios que perpassam todos os níveis de análise a uma amostra de língua escrita, constituída por textos retirados do Corpus del Español del Siglo XXI (Córpus do espanhol do século XXI). Nossas análises revelam que o falante nem sempre precisa expressar explicitamente o item lexical que serviria como núcleo da oração relativa. Isso ocorre porque, em alguns casos, o núcleo já foi mencionado anteriormente no discurso, o que torna sua repetição desnecessária. Em outros casos, o núcleo não é o foco principal da comunicação, ou seja, o objetivo do falante não é destacar essa informação específica. Nessas situações, o falante pode optar por omitir o núcleo, confiando que o contexto ou o entendimento compartilhado com o ouvinte será suficiente para preencher essa lacuna. O modelo da Gramática Discursivo-Funcional, que reconhece diferentes tipos de núcleos não lexicais nos níveis da formulação, permite-nos verificar que, em termos pragmáticos e semânticos, as relativas livres se caracterizam pela ausência de um núcleo, ao passo que as relativas semilivres têm um núcleo que é preenchido por uma propriedade lexical que se recupera no discurso prévio. Nossas análises confirmam, por fim, que a diferença formal entre os dois tipos de relativas sem antecedente do espanhol tem motivação funcional, que podem ser capturadas nos níveis Interpessoal e Representacional do modelo.

Resumo (inglês)

Headless relative clauses are so called because they lack an explicit nominal antecedent, unlike relative clauses with an expressed antecedent that modify the referential entity of an external Np (Smits, 1989; De Vries, 2002). In Spanish, two main types of headless relatives can be identified: free relatives and semi-free relatives (Brucart, 1999; Nueva Gramática de la Real Academia Española, 2009; Ojea López, 1992, 2013). While free relatives are characterized by not having any element of their antecedent formally expressed, semi-free relatives have their antecedent partially expressed through the indication of features of gender and number of the entity referred to. Considering that the functionalist studies that deal with these constructions are lacking, this work has the general objective of analyzing their functional and formal properties in the light of the theory of Functional Discourse Grammar (Hengeveld; Mackenzie, 2008). In this framework, in addition to grammar being modular, as it recognizes four independent levels of analysis, linguistic phenomena are explained in a topdown manner, considering that pragmatics governs semantics, and pragmatics and semantics together govern the morphosyntax and phonology. To achieve our objectives, we applied a series of criteria that permeate all levels of analysis to a sample of written language, consisting of texts taken from the Corpus del Español del Siglo XXI (Corpus of 21st century Spanish). Our analyses reveal that the speaker does not always need to explicitly express the lexical item that would serve as the head of the relative clause. This occurs because, in some cases, the head has already been mentioned earlier in the discourse, which makes its repetition unnecessary. In other cases, the head is not the focus of communication, that is, the speaker's objective is not to highlight this specific information. In these situations, the speaker may choose to omit the head, trusting that the context or the understanding shared with the listener will be enough to fill this gap. The Functional Discourse Grammar model, which recognizes different types of non-lexical heads at formulation levels, allows us to verify that, in pragmatic and semantic terms, free relative clauses are characterized by the absence of a head, while semi-free relative clauses have a head that is filled by a lexical property that is recovered in the previous discourse. Our analyses confirm, finally, that the formal difference between the two types of Spanish headless relative clauses has a functional motivation, which can be captured at the Interpersonal and Representational levels of the model.

Descrição

Idioma

Português

Como citar

AMORIM, Camila As relativas sem antecedente no espanhol sob perspectiva da Gramática Discursivo-Funcional. (Doutorado em Estudos Linguísticos). 2024. Universidade Estadual Paulista (Unesp), Instituto de Biociências Letras e Ciências Exatas (Ibilce), São José do Rio Preto, 2024.

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