Prevalência e fatores associados ao melasma facial em mulheres adultas brasileiras: um estudo transversal

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Data

2024-06-13

Orientador

Miot, Helio Amante

Coorientador

Espósito, Ana Cláudia Cavalcante

Pós-graduação

Patologia - FMB 33004064056P5

Curso de graduação

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Tipo

Dissertação de mestrado

Direito de acesso

Acesso abertoAcesso Aberto

Resumo

Resumo (português)

INTRODUÇÃO: O melasma é uma hipermelanose crônica, adquirida e localizada, que ocorre nas áreas fotoexpostas, afetando, principalmente, mulheres durante a menacme e representou o terceiro diagnóstico mais frequente em mulheres no Brasil. Vários fatores já foram relacionados ao desenvolvimento do melasma, mas nenhum é individualmente responsável. O diagnóstico é predominantemente clínico. O exame por meio da lâmpada de Wood pode ser útil na identificação do pigmento, especialmente nos indivíduos entre fototipos I e III, podendo identificar, inclusive, máculas subclínicas. Apesar da importância e frequência do melasma, ainda não há estudos que determinem a sua prevalência ao exame dermatológico ou prevalência subclínica. OBJETIVO: Determinar a prevalência e fatores associados ao melasma em mulheres adultas brasileiras. METODOLOGIA: Estudo transversal com 303 mulheres entre 18-60 anos, conforme proporção por cotas (Censo 2022), de acordo com idade e cor autorreferida. A amostragem ocorreu em um município no interior do Estado de São Paulo. As participantes responderam um questionário que avaliou fatores demográficos, de exposição, hormonais, antecedentes familiares e transtornos de humor. Foram aplicadas as escalas de ansiedade e depressão (HADS) e o Índice da Qualidade do Sono de Pittsburgh (PSQI). Além disso, foi realizado exame dermatológico, com posterior aplicação da escala mMASI e exame com a luz de Wood para identificação de manchas subclínicas. As prevalências de melasma e melasma subclínico somente à lâmpada de Wood foram comparadas quanto à faixa etária, fototipo, exposições, comorbidades, escores de transtornos de humor e de qualidade do sono (IC 95%). As associações entre as variáveis demográficas foram estimadas pela razão de prevalências, a partir de modelo linear de Poisson (p-valor <0,05). RESULTADOS: A prevalência de melasma facial foi de 36,3% (IC95%, 31,4‒41,3%) no exame clínico; no entanto, 1,7% (IC95%, 0,3‒3,3%) da amostra apresentou melasma detectado apenas na inspeção com lâmpada de Wood, o que ocorreu apenas nos fototipos I e II. A maioria das mulheres com melasma apresenta uma forma leve da doença, como indicado pelo mMASI <4, ocorrendo em 72,7% da amostra. A gravidez foi identificada como o fator desencadeante mais comum, e 49,1% relataram ter um parente de primeiro grau com melasma. Fototipos IV e V (RP = 2,0), cor da pele “parda” (RP = 1,7), e multiparidade (RP = 2,8) foram associados ao desenvolvimento do melasma. O melasma foi menos frequente após a menopausa (RP = 0.5; p<0,05). Quanto aos transtornos de ansiedade, 49% das mulheres com melasma apresentaram ansiedade versus 42% das mulheres sem melasma e escores elevados de depressão foram identificados em 23% das pacientes com melasma, versus 20% das mulheres sem melasma, ambos sem diferença estatística. CONCLUSÃO: A prevalência de melasma facial nas mulheres adultas foi de 36,3%, enquanto 1,7% apresentaram doença subclínica, tendo sido mais frequente em fototipos escuros, com cor autorreferida “parda” e entre multíparas, e sendo menos frequente após a menopausa.

Resumo (inglês)

INTRODUCTION: Melasma is a chronic, acquired, and localized hypermelanosis that occurs in photoexposed areas, affecting mainly women during menacme and representing the third most frequent dermatological diagnosis in Brazilian women. Several factors have been linked to the development of melasma, but none is individually responsible. Diagnosis is predominantly clinical. Examination through Wood's lamp can be useful in identifying the pigment, especially in individuals between phototypes I and III, and it may even identify subclinical macules. Despite the importance and frequency of melasma, there isn’t studies that determine its prevalence at dermatological examination or subclinical prevalence. OBJECTIVE: To determine the prevalence of melasma in adult Brazilian women. METHODOLOGY: Cross-sectional study with 303 women aged 18-60 years, according to quotas proportion (2022 Brazilian Census), respecting age and self-reported color. The sampling took place in a municipality in the interior of the State of São Paulo. Participants answered a questionnaire, which assessed demographic, exposure, hormonal, family history and mood disorders factors. Anxiety and depression scales (HADS) and the Pittsburgh Sleep Quality Index (PSQI) were applied. In addition, a dermatological examination was performed, followed by the application of the mMASI scale and examination with Wood's lamp for the identification of subclinical spots. The prevalence of melasma and subclinical melasma detected only with Wood's lamp were compared in terms of age group, phototype, exposures, comorbidities, mood disorder scores, and sleep quality scores (95% CI). Associations between demographic variables were estimated by prevalence ratio, using a Poisson linear model (p-value <0.05). RESULTS: The prevalence of facial melasma was 36.3% (95% CI, 31.4‒41.3%) in the clinical examination; While 1.7% (95% CI, 0.3‒3.3%) of the sample had melasma detected only on inspection with a Wood's lamp, which occurred only in phototypes I and II. Most women with melasma had a mild form of the disease, as indicated by mMASI <4, occurring in 72.7% of the sample. Pregnancy was identified as the most common triggering factor, and 49.1% reported having a first-degree relative with melasma. Phototypes IV and V (PR = 2.0), "brown" skin color (PR = 1.7), and multiparity (PR = 2.8) were associated with melasma development. Melasma was less frequent after menopause (PR = 0.5; p<0.05). Regarding anxiety disorders, 49% of women with melasma experienced anxiety versus 42% of women without melasma, and high depression scores were identified in 23% of patients with melasma versus 20 % of women without melasma, both without statistical difference. CONCLUSION: The prevalence of facial melasma in adult women was 36.3%, while 1.7% had subclinical disease. Melasma was more frequent in higher phototypes, with self-reported "brown" skin color, and among multiparous women. Melasma was less frequent after menopause.

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Idioma

Português

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