Entre o factual e o ficcional: uma leitura de Memórias de Mama Blanca, de Teresa de la Parra
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Data
2024-07-02
Orientador
Andrade, Cátia Inês Negrão Berlini de
Coorientador
Mello, Kátia Rodrigues Kátia
Pós-graduação
Letras - FCLAS
Curso de graduação
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Tipo
Dissertação de mestrado
Direito de acesso
Acesso aberto
Resumo
Resumo (português)
Esta pesquisa teve por objetivo estudar o romance Memórias de Mama Blanca (1929), da escritora venezuelana Teresa de La Parra (1890-1936), considerando o hibridismo da narrativa. O gênero memorialístico integra textos que podem relatar a trajetória de uma vida ou a história de um grupo. Entende-se como memória o registro do vivido, a preservação e resgate de imagens e/ou reconstrução da experiência humana (Bergson, 1990). Em contrapartida, a narrativa de Teresa de la Parra mostra-se híbrida, entre outros aspectos, por mesclar o factual com o ficcional em um texto marcadamente autobiográfico, que contém duas narradoras fictícias. A análise do romance foi realizada sob a luz dos estudos de Philippe Lejeune (2008), que apresenta os mecanismos que sustentam as narrativas fundadas no “eu”, entre elas, a autobiografia e a memória, baseando-se no conceito de “pacto autobiográfico”; e nas considerações de Manuel Alberca (2007), que agrupa os pactos autobiográfico e romanesco, de Lejeune, e disserta sobre a forma de recepção específica do “leitor-ideal”. Para compreender o que é factual e ficcional na narrativa estudada, foi feito um breve levantamento de dados sobre a vida da autora, com base nos estudos de Velia Bosch (1984) e Ana María Caula (2017), além da busca dos acontecimentos que marcaram o momento histórico-político no qual a obra está inserida, enfatizando as transformações da Venezuela, país em que se passa a narrativa. A análise realizada contempla, também, reflexões sobre como o feminismo foi importante para a expansão da literatura de autoria feminina, possibilitando que escritoras como Teresa de la Parra se tornassem parte do cânone literário.
Resumo (espanhol)
Esta investigación tuvo como objetivo estudiar la novela Memorias de Mamá Blanca (1929), de la escritora venezolana Teresa de La Parra (1890-1936), considerando la hibridez de la narrativa. El género memorial incluye textos que pueden contar la trayectoria de una vida o la historia de un grupo. La memoria se entiende como el registro de lo vivido, la preservación y rescate de imágenes y/o reconstrucción de la experiencia humana (Bergson, 1990). Por otro lado, la narrativa de Teresa de la Parra parece híbrida, entre otros aspectos, al mezclar lo fáctico con lo ficticio en un texto marcadamente autobiográfico, que contiene dos narradores ficticios. El análisis de la novela se realizó a la luz de los estudios de Philippe Lejeune (2008), quien presenta los mecanismos que sustentan las narrativas basadas en el “yo”, incluidas la autobiografía y la memoria, a partir del concepto de “pacto autobiográfico”, y en las consideraciones de Manuel Alberca (2007), quien agrupa los pactos autobiográficos y novelescos de Lejeune, y habla de la forma específica de recepción del “lector ideal”. Para comprender qué hay de fáctico y ficticio en la narrativa estudiada, se realizó un breve levantamiento de datos sobre la vida del autor, a partir de estudios de Velia Bosch (1984) y Ana María Caula (2017), además de buscar los acontecimientos que marcó el momento histórico-político en el que se inserta la obra, enfatizando las transformaciones en Venezuela, país en el que se desarrolla la narrativa. El análisis realizado incluye también reflexiones sobre cómo el feminismo fue importante para la expansión de la literatura escrita por mujeres,
permitiendo que escritoras como Teresa de la Parra pasaran a formar parte del canon literario.
Resumo (inglês)
This research aimed to study the novel Memorias de Mamá Blanca (1929), by Venezuelan writer Teresa de La Parra (1890-1936), considering the hybridity of the narrative. The memorial genre includes texts that can tell the trajectory of a life or the history of a group. Memory is understood as the record of what has been experienced, the preservation and rescue of images and/or reconstruction of the human experience (Bergson, 1990). On the other hand, Teresa de la Parra's narrative appears to be hybrid, among other aspects, by mixing the factual with the fictional in a markedly utobiographical text, which contains two fictional narrators. The analysis of the novel was carried out in the light of studies by Philippe Lejeune (2008), who presents the mechanisms that support narratives based on the “I”, including autobiography and memory, based on the concept of “autobiographical pact ”, and in the considerations of Manuel Alberca (2007), who groups together Lejeune’s autobiographical and novel pacts, and talks about the specific form of reception of the “ideal reader”. To understand what is factual and fictional in the narrative studied, a brief survey of data was carried out about the author's life, based on studies by Velia Bosch (1984) and Ana María Caula (2017), in addition to searching for the events that marked the historical-political moment in which the work is inserted, emphasizing the transformations in Venezuela, the country in which the narrative takes place. The analysis carried out also includes reflections on how feminism was important for the expansion of literature written by women, enabling writers like Teresa de la Parra to become part of the literary canon.
Descrição
Idioma
Português
Como citar
RONCONE, Victória Maria de Freitas Davi. Entre o factual e o ficcional: uma leitura de Memórias de Mama Blanca, de Teresa de la Parra. 2024. 113f. Dissertação (Mestrado em Letras) - Universidade Estadual Paulista (UNESP), Faculdade de Ciências e Letras, Assis, 2024.