Impacto da pandemia COVID-19 na qualidade de sono de profissionais de saúde nas Américas: revisão sistemática de método misto
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Data
2024-07-18
Orientador
Weber, Silke Anna Theresa
Coorientador
Pós-graduação
Enfermagem - FMB
Curso de graduação
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Tipo
Tese de doutorado
Direito de acesso
Acesso aberto
Resumo
Resumo (português)
Introdução: A pandemia da COVID-19 aumentou o estresse físico e mental e alterou os processos de trabalho dos profissionais de saúde, causando impactos na qualidade do sono. Objetivo: Identificar o impacto da pandemia de COVID-19 na qualidade do sono de médicos, enfermagem e residentes médicos de hospitais e departamentos de emergência nas Américas e sua autopercepção e experiências de qualidade do sono. Apresentar recomendações e estratégias úteis para definir a melhor prática clínica e orientação para o cuidado da qualidade do sono desses profissionais de saúde. Critérios de Inclusão: Estudos com médicos, enfermagem e residentes médicos que trabalharam em hospitais ou urgência/emergência diretamente com o atendimento ao paciente durante a pandemia. Estudos quantitativos, qualitativos e de métodos mistos que investigaram a qualidade do sono dos profissionais de saúde durante a pandemia da COVID-19. Foram considerados estudos que avaliaram a qualidade do sono medida por instrumento validado e que analisaram as experiências e percepções desses profissionais de saúde sobre qualidade de sono. Métodos: Esta revisão foi realizada seguindo a metodologia JBI para revisão sistemática de métodos mistos. Os estudos publicados foram pesquisados na Biblioteca Virtual em Saúde (BIREME), MEDLINE (PubMed), CINAHL (EBSCO), Embase (Elsevier), Scopus (Elsevier), Biblioteca Cochrane (CENTRAL) e Web of Science (Clarivate Analytics). As fontes de estudos não publicados e literatura cinzenta pesquisadas foram Google Scholar, Cybertesis e Canadian Dissertation and Theses. O período de publicação pesquisado foi de 2020 a 2023. Não há restrições de idioma. Utilizou-se a abordagem JBI segregada e convergente, integrando os resultados sintetizados quantitativos e qualitativos. Resultados: Foram incluídas 20 publicações (16 quantitativos, 3 qualitativos e 1 misto). No componente quantitativo, tem-se 12.067 profissionais e, no qualitativo, 72 profissionais. Os países dos estudos são: Brasil, EUA, Colômbia, Cuba, Equador e Peru. A prevalência de distúrbios do sono é 76,4% (IC 95%: 64,8-86,3) e de insônia é 35,8% (IC 95%: 27,0-45,1). No componente qualitativo, duas sínteses: a pandemia da COVID 19 acarretou problemas de saúde mental e física, e afetou as relações sociais dos profissionais de saúde; os profissionais que atuaram na linha de frente identificam estratégias para mitigar dificuldades e desafios do processo de trabalho. Discussão: O sono foi um fator identificado como importante na pandemia com repercussões diretas na saúde desses profissionais. Recomenda-se incluir programas de crise para profissionais de saúde nas instituições e como políticas públicas globais e regionais. Conclusão: Os resultados deste estudo revelam elevada prevalência de distúrbios do sono e insônia tanto na percepção qualitativa quanto na análise quantitativa. São necessárias estratégias para mitigar esses efeitos e orientar políticas de promoção da saúde do sono destes profissionais.
Resumo (inglês)
Introduction: The COVID-19 pandemic increased physical and mental stress and altered the work processes of healthcare professionals, impacting on sleep quality. Objective: To identify the impact of the COVID-19 pandemic on the sleep quality of doctors, nurses, and medical residents working in hospitals and emergency departments across the Americas, as well as their self-perception and experiences concerning sleep quality. The aim is to present recommendations and strategies that are useful for defining best clinical practices and providing guidance on the care of these healthcare professionals' sleep quality.
Eligibility criteria: Studies including doctors, nurses, and medical residents who worked in hospitals or emergency departments directly involved in patient care during the pandemic. Quantitative, qualitative, and mixed-methods studies investigating healthcare professionals' sleep quality during the COVID-19 pandemic were included. Studies that assessed sleep quality using a validated instrument and analyzed the experiences and perceptions of these healthcare professionals regarding sleep quality were considered. Methods: This review followed the JBI methodology for a mixed-methods systematic review. Published studies were searched in Health Virtual Library (BIREME), MEDLINE (PubMed), CINAHL (EBSCO), Embase (Elsevier), Scopus (Elsevier), Cochrane Library (CENTRAL), and Web of Science (Clarivate Analytics). Sources of unpublished studies and gray literature searched were Google Scholar, Cybertesis, and Canadian Dissertation and Theses. The publication period is from 2020 to 2023. No language restrictions exist. The JBI segregated and convergent approach was used for study selection, critical appraisal, data extraction, and data synthesis following the convergent segregated JBI approach by integrating the quantitative and qualitative synthesized findings. Results: Twenty publications were included (16 quantitative, 3 qualitative, and 1 mixed). The quantitative component included 12,067 professionals, and the qualitative component included 72 professionals. The countries of the studies were Brazil, USA, Colombia, Cuba, Ecuador, and Peru. The prevalence of sleep disorders was 76.4% (95% CI: 64.8-86.3), and insomnia was 35.8% (95% CI: 27.0-45.1). In the qualitative component, two syntheses emerged: the COVID-19 pandemic caused mental and physical health problems and affected the social relationships of healthcare professionals; frontline professionals identified strategies to mitigate difficulties and challenges in the work process. Discussion: Sleep was identified as an important factor during the pandemic with direct repercussions on the health of these professionals. Including crisis programs for healthcare workers in institutions and as global and regional public policies is recommended. Conclusion: The results of this study reveal an elevated prevalence of sleep disorders and insomnia, as evidenced by both qualitative perceptions and quantitative analysis. Strategies to mitigate these effects are necessary and should guide policies promoting sleep health.
Descrição
Idioma
Português
Como citar
PEREIRA, Talita de Azevedo Coelho Furquim. Impacto da pandemia COVID-19 na qualidade de sono de profissionais de saúde nas Américas: revisão sistemática de método misto. 2024. Tese [Doutorado em enfermagem]. Botucatu: Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Faculdade de Medicina. 2024.