A fraqueza dos logoi: imagem, verdade e persuasão no Fedro de Platão
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Data
2024-11-28
Autores
Orientador
Pereira, Reinaldo Sampaio
Coorientador
Pós-graduação
Filosofia - FFC
Curso de graduação
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Tipo
Dissertação de mestrado
Direito de acesso
Acesso aberto
Resumo
Resumo (português)
Esta pesquisa busca compreender a relação que o filósofo estabelece com os logoi. Pretendemos mostrar que Platão reflete sobre a “maneira bela de proferir e escrever discursos” (259e1-2) a partir de uma reflexão não apenas sobre os próprios discursos, mas na relação que esses estabelecem com a natureza composta e imperfeita da alma humana e com os objetos que “realmente são”, isto é, as Formas. Ao refletir sobre os discursos, na segunda parte do Fedro, vemos que a discussão que se segue toma duas direções: por um lado, Sócrates estabelece as condições para uma “retórica técnica” cuja plena consecução parece além do que é possível ao ser humano enquanto encarnado. Por outro lado, somos levados a entender a relação com os discursos a partir do que nos é dito no Grande Discurso, de forma que remetemos à concepção tifônica da alma, isto é, sua natureza complexa e multifacetada, e à afinidade natural que a parte superior da alma tem para com as Formas (os objetos que realmente são). Esses, por sua vez, se constituem como os elementos fundamentais com os quais o filósofo deve basear a produção de bons logoi. Como veremos, as dificuldades para essa produção são muitas, em grande parte devido à natureza imperfeita de nossa alma e da capacidade limitada dos logoi em transmitir conhecimento. Ainda assim, a verdade deve ser buscada no interior da própria alma, onde é possível descobrir discursos autênticos, verdadeiramente escritos na alma, e não frutos de uma persuasão exterior.
Resumo (inglês)
This research seeks to understand the relationship that the philosopher establishes with the logoi. We intend to show that Plato reflects on the “beautiful way of delivering and writing speeches” (259e1-2) based on a reflection not only on the speeches themselves, but on the relationship that these establish with the composite and imperfect nature of the human soul and with the objects that “really are”, that is, the Forms. When reflecting on the speeches, in the second part of the Phaedrus, we see that the discussion that follows takes two directions: on the one hand, Socrates establishes the conditions for a “technical rhetoric” whose full achievement seems beyond what is possible for the human being while incarnate. On the other hand, we are led to understand the relationship with the speeches based on what is told to us in the Great Discourse, in a way that refers to the typhonic conception of the soul, that is, its complex and multifaceted nature, and to the natural affinity that the higher part of the soul has with the Forms (the objects that really are). These, in turn, constitute the fundamental elements with which the philosopher must base the production of good logoi. As we will see, the difficulties in this production are many, largely due to the imperfect nature of our soul and the limited capacity of the logoi to transmit knowledge. Even so, the truth must be sought within the soul itself, where it is possible to discover authentic discourses, truly written in the soul, and not the fruits of external persuasion.
Descrição
Palavras-chave
Idioma
Português
Como citar
MICHETTI, Luiz Rodolfo Godoy. A fraqueza dos logoi: imagem, verdade e persuasão no Fedro de Platão. 2024. 140 f. Dissertação (Mestrado em Filosofia) - Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista (Unesp), Marília, 2024.