Projeto Memória e envelhecimento humano: reabilitação cognitiva em idosos institucionalizados

Abstract

Introdução: Idosos podem apresentar declínio cognitivo (DC). A depressão (DP) é fator de risco para DC e é frequente em idosos institucionalizados. Atividades de estimulação/reabilitação cognitiva (RC) podem atuar como protetoras ao DC e à DP, promovendo melhor qualidade de vida ao idoso. O presente projeto, através do Laboratório de Neurociência Cognitiva_Unesp-Marília, desenvolve/aplica atividades preventivas ao DC e aos transtornos de humor (DP e ansiedade). Objetivos: a)identificar/monitorar fatores de risco para DC e transtornos de humor em residentes de instituições de longa permanência para idosos (ILPI's); b)desenvolver/promover atividades preventivas ao DC e de RC; c)capacitar profissionais para desenvolver programas de RC em ILPI's. Métodos: Participam do projeto 84 idosos residentes em duas ILPI's de Marília-SP. Todo mês os dados desses idosos são atualizados mediante: a)atualização de dados sócio-demográficos e de saúde geral através de acompanhamento da medicação administrada aos idosos; b)monitoramento da saúde mental através da aplicação do Mini Exame do Estado Mental para determinar o grau de DC, Escala de Depressão Geriátrica e Inventário de Beck de Depressão para verificar a incidência de sintomatologia para DP, teste IDATE-C para determinar traço de ansiedade e índice de Barthel para determinar grau de dependência sobre atividades da vida diária. A partir disso é elaborado plano de trabalho individualizado/coletivo de RC e aplicadas nas ILPI's. A avaliação/análise de resultados é periódica e utiliza-se o teste t de Student para grupos independentes e o teste de Mann-Whitney para dados não-paramétricos (no caso de 3 ou mais é utilizada a análise de variância simples ou a de Kruskal-Wallis). Adota-se o nível de significância de 5% de probabilidade para a rejeição da hipótese nula. Resultados: Desde 2006 foram realizados 280 encontros com aplicação de atividades. Os resultados sugerem alta incidência de DC e DP entre os residentes das ILPI's. Sendo n=230, 8,3% dos idosos apresentaram indicativo de DC e 52,1% indicativo de DP. Idosos menos escolarizados apresentaram maior incidência de DC (p<0,001) e de DP (p=0,007). 35,3% dos idosos apresentaram grau moderado de dependência e 12,8% eram completamente dependentes. A institucionalização e a idade influenciam negativamente a cognição. Com o aumento da DP pode ocorrer DC, contribuindo para piora na saúde geral do idoso. Atividades de RC promovem estimulação de diversas funções, indicando os benefícios do desenvolvimento/aplicação de estratégias curativas/preventivas. Conclusão: Idosos institucionalizados se mostram mais vulneráveis à DP e ao DC. A institucionalização em si é um fator de risco. Programas de RC são importantes como estratégia preventiva aos transtornos de humor e ao DC.