Inovações no controle biológico do psilídeo-de-concha do eucalipto Glycaspis brimblecombei (Hemiptera: Aphalaridae)
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Data
2024-11-26
Autores
Orientador
Wilcken, Carlos Frederico
Coorientador
Pós-graduação
Agronomia (Proteção de Plantas) - FCA
Curso de graduação
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Tipo
Tese de doutorado
Direito de acesso
Acesso restrito
Resumo
Resumo (português)
O psilídeo de concha Glycaspis brimblecombei Moore (Hemiptera: Aphalaridae), originário da Austrália e introduzido no Brasil, reduz a produtividade de plantações de eucalipto, importantes na economia brasileira. O manejo dessa praga depende do aprimoramento de táticas de criação massal de Psyllaephagus bliteus Riek (Hymenoptera: Encyrtidae), descoberta de novos inimigos naturais e detecção e conhecimento das relações entre espécies exóticas, do gênero Psyllaephagus, com G. brimblecombei e P. bliteus. O objetivo deste trabalho foi avaliar o desenvolvimento de G. brimblecombei em diferentes clones comerciais de Eucalyptus; aprimorar as técnicas de criação massal de G. brimblecombei; relatar novas espécies de hiperparasitoides e suas relações entre G. brimblecombei e P. bliteus; identificar inimigos naturais associados a infestações de G. brimblecombei e prospectar espécies de Coccinellidae com potencial de predar ovos desta praga. O desenvolvimento e reprodução de G. brimblecombei confirma a adaptação deste inseto aos clones de E. urophylla e E. grandis x E. urophylla. A técnica de infestação inicial das mudas de eucalipto em casa de vegetação com adultos e ramos com ovos de G. brimblecombei resultou em 51,90 ovos e 782,20 ninfas de primeiro instar por muda de eucalipto, e 0,24 e 3,61 insetos por folha, respectivamente. O desenvolvimento de G. brimblecombei foi melhor no IPB2 (E. urophylla), o qual pode ser utilizado para produção massal dessa praga com 285,3 indivíduos produzidos por geração em cada gaiola em laboratório e 641 indivíduos por planta em casa de vegetação. A análise filogenética confirmou a associação da linhagem de parasitoides encontradas no Brasil com P. brachiatus e Psyllaephagus sp. HH (Hymenoptera: Encyrtidae) relatados na Austrália como hiperparasitoides heterônomos com fêmeas se desenvolvendo em psilídeos não parasitados e machos naquelas parasitadas por fêmeas de sua própria espécie ou outros parasitoides. A biologia dessas linhagens de Psyllaephagus é, ainda, pouco conhecida e seu impacto como hiperparasitoides em seus hospedeiros no Brasil precisa ser melhor estudado. Este relato contribui para a compreensão das relações entre P. brachiatus e Psyllaephagus sp. HH com espécies de psilídeos e seus hospedeiros e parasitoides no Brasil, especialmente G. brimblecombei e P. bliteus, e possíveis impactos no manejo integrado desta praga. Psyllaephagus bliteus e P. brachiatus emergiram, apenas, de ninfas de G. brimblecombei parasitadas. Fêmeas de P. brachiatus parasitaram, respectivamente, 78% e 76%, e 84% e 88% das ninfas de G. brimblecombei sadias ou parasitadas, respectivamente, por P. bliteus com e sem concha em placas de Petri, estas últimas com emergência de, apenas, machos de P. brachiatus. Psyllaephagus brachiatus parasitou, nas gaiolas, 3,64% das ninfas de G. brimblecombei e emergiu de 89,33% das mesmas com razão sexual de 0,94. A proporção de P. brachiatus e P. bliteus em campo foi de 4,15 a 25,21%, com média de 10,53%, e a razão sexual, desse hiperparasitoide, de 0,50. Psyllaephagus brachiatus é um hiperparasitoide heterônomo de G. brimblecombei e P. bliteus, com sua fêmea se desenvolvendo na praga e seu macho nesse parasitoide. Um total de 1838 inimigos naturais, de 18 espécies, sete famílias e cinco ordens, foi coletado em áreas infestadas por G. brimblecombei. Espécies dos gêneros Allograpta (Diptera: Syrphidae) e Psyllaephagus (Hymenoptera: Encyrtidae), além de Atopozelus opsimus Elkins (Hemiptera: Reduviidae), Chrysoperla sp. (Neuroptera: Chrysopidae), Harmonia axyridis Pallas, Jaguarita conjugata Mulsant e Olla v-nigrum Mulsant (Coleoptera: Coccinellidae) foram dominantes. Psyllaephagus bliteus e P. brachiatus foram muito abundantes, Allograpta sp., A. opsimus e Chrysoperla sp., H. axyridis, O. v-nigrum e Psyllaephagus blastopsyllae Tamesse et al. (Hymenoptera: Encyrtidae) dispersas e as demais espécies raras. Psyllaephagus bliteus foi dominante, altamente frequente e abundante. A avaliação de espécies de Coccinellidae associadas a infestações de G. brimblecombei, incluindo Cycloneda sanguinea Linnaeus, Eriopsis conexa Germar, H. axyridis, Hippodamia convergens Guérin-Méneville, J. conjugata e O. v-nigrum (Coleoptera: Coccinellidae), teve adultos recém-emergidos de J. conjugata e O. v-nigrum predando ovos de G. brimblecombei, ao contrário de C. sanguinea, E. conexa, H. axyridis e H. convergens. A predação de ovos de G. brimblecombei, por O. v-nigrum foi alta, com média de 1.016 ovos consumidos, em 24 horas. Estes resultados abrem perspectivas para o controle biológico de G. brimblecombei e de melhoria de táticas de criação massal dessa praga e do uso de seus inimigos naturais no manejo sustentável integrado dessa espécie invasora no Brasil.
Resumo (inglês)
The red gum lerp psyllid Glycaspis brimblecombei Moore (Hemiptera: Aphalaridae), native to Australia and introduced to Brazil, reduces the productivity of Eucalyptus plantations in this country. The manage of this pest depends on improving mass-rearing techniques of Psyllaephagus bliteus Riek (Hymenoptera: Encyrtidae), finding new natural enemies, and detecting and understanding the relationships between exotic species of the genus Psyllaephagus with G. brimblecombei and P. bliteus. The objective of this work was to evaluate the development of G. brimblecombei on different commercial eucalyptus clones, to improve mass-rearing techniques of G. brimblecombei, to report new species of hyperparasitoids and their relationships with G. brimblecombei and P. bliteus, to identify natural enemies associated with G. brimblecombei infestations, and to prospect Coccinellidae species with potential to prey eggs of this pest. The development and reproduction of G. brimblecombei confirm the adaptation of this insect to E. urophylla and E. grandis x E. urophylla clones. The infestation technique of saplings in a greenhouse using adults and branches with G. brimblecombei eggs resulted in an average of 51.90 eggs and 782.20 first-instar nymphs per eucalyptus sapling, and 0.24 and 3.61 insects per leaf, respectively. The development of G. brimblecombei was better on the IPB2 (E. urophylla) that can be used to mass rearing this pest, with 285.3 individuals produced per generation and cage in the laboratory and 641 individuals per plant in the greenhouse. The phylogenetic analysis confirmed the association of the parasitoid lineage found in Brazil with Psyllaephagus brachiatus Riek and Psyllaephagus sp. HH (Hymenoptera: Encyrtidae), reported in Australia as heteronomous hyperparasitoids, with females developing on unparasitized psyllids and males on those parasitized by females of their own species or other parasitoids. The biology of these Psyllaephagus lineages is not fully understood, and their impact as hyperparasitoids on their hosts in Brazil needs to be further studied. This report contributes to understanding the relationships between P. brachiatus and Psyllaephagus sp. HH with psyllid species, their hosts, and parasitoids in Brazil, especially G. brimblecombei and P. bliteus, as well as the potential impacts on the integrated management of this pest. Psyllaephagus bliteus and P. brachiatus emerged exclusively from parasitized G. brimblecombei nymphs. Psyllaephagus brachiatus females parasitized 78% and 76%, and 84% and 88% of healthy or parasitized nymphs of G. brimblecombei, respectively, by P. bliteus, with or without lerp in Petri dishes, the latter resulting in the emergence of only P. brachiatus males. Psyllaephagus brachiatus parasitized 3,64% of the G. brimblecombei nymphs
in the cages and emerged from 89.33% of them with a sex ratio of 0.94. The proportion of P. brachiatus and P. bliteus in the field varied from 4.15 to 25.21%, with an average of 10.53%, and with a sex ratio of 0.50 for this parasitoid. Psyllaephagus brachiatus is a heteronomous hyperparasitoid of G. brimblecombei and P. bliteus, with its female developing into the pest and its male developing into this parasitoid. A total of 1838 natural enemies, from 18 species, seven families and five orders, were collected in the areas infested by G. brimblecombei. Species of the genera Allograpta (Diptera: Syrphidae) and Psyllaephagus (Hymenoptera: Encyrtidae), in addition to Atopozelus opsimus Elkins (Hemiptera: Reduviidae), Chrysoperla sp. (Neuroptera: Chrysopidae), Harmonia axyridis Pallas, Jaguarita conjugata Mulsant and Olla v-nigrum Mulsant (Coleoptera: Coccinellidae) were dominant. Psyllaephagus bliteus and P. brachiatus were very abundant, Allograpta sp., A. opsimus and Chrysoperla sp., H. axyridis, O. v-nigrum and Psyllaephagus blastopsyllae Tamesse et al. (Hymenoptera: Encyrtidae) dispersed and the other species rare. Psyllaephagus bliteus was dominant, highly frequent and abundant. Assessment of Coccinellidae species associated with G. brimblecombei infestations, including Cycloneda sanguinea Linnaeus, Eriopsis conexa Germar, H. axyridis, Hippodamia convergens Guérin-Méneville, J. conjugata and O. v-nigrum (Coleoptera: Coccinellidae) revealed newly emerged adults of J. conjugata and O. v-nigrum preying on G. brimblecombei eggs, unlike C. sanguinea, E. conexa, H. axyridis and H. convergens. Egg predation by O. v-nigrum was high, with an average of 1016 eggs consumed in 24 hours. These results open new perspectives for the biological control of G. brimblecombei, improving the mass rearing tactics of the pest and the use of natural enemies for the sustainable management of this invasive species in Brazil.
Descrição
Palavras-chave
Idioma
Português
Como citar
DOMINGUES, M. M. Inovações no controle biológico do psilídeo-de-concha do eucalipto Glycaspis brimblecombei (Hemiptera: Aphalaridae). Tese (Doutorado em Proteção de Plantas) - Faculdade de Ciências Agronômicas, 2024. Universidade Estadual Paulista, Botucatu, 2024.