Autopercepção da comunicação de falantes com e sem gagueira

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Data

2024-03-01

Orientador

Oliveira, Cristiane Moço Canhetti de

Coorientador

Pós-graduação

Fonoaudiologia - FFC

Curso de graduação

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Tipo

Dissertação de mestrado

Direito de acesso

Acesso abertoAcesso Aberto

Resumo

Resumo (português)

Introdução: Há evidências de que a comunicação de pessoas que gaguejam apresenta impactos adversos na vida do falante. No entanto, pouco se sabe a respeito da autopercepção da comunicação desses falantes. Por outro lado, é interessante comparar esses resultados com a autopercepção de pessoas que não gaguejam. Desta forma, é necessário investigar esta temática, tendo em vista que os resultados poderão ter implicações científicas e clínicas relevantes. Objetivo: Investigar e comparar a autopercepção da comunicação de adultos com e sem gagueira. Métodos: Trata-se de um estudo clínico descritivo observacional e transversal. Participaram deste estudo 20 adultos que gaguejam (AQG) recrutados no Laboratório de Estudos da Fluência (LAEF) da Unesp e 92 adultos que não gaguejam (AQNG) recrutados do curso de fonoaudiologia da Unesp. Todos os participantes foram falantes nativos do Português Brasileiro, de ambos os sexos, com idade de 18 e 43 anos. O procedimento aplicado foi o Questionário de Autopercepção da Comunicação (QAPCO). Resultados: Adultos que gaguejam quando comparados com seus pares fluentes apresentaram mais fragilidades na comunicação e maiores dificuldades em situações comunicativas cotidianas. Os adultos com gagueira manifestaram mais dificuldades em relação à frequência com que falam fluentemente, com naturalidade e que conseguem expressar verbalmente suas intenções comunicativas em relação aos adultos sem gagueira. A velocidade de fala foi percebida como mais irregular pelos adultos com gagueira. A articulação foi descrita como travada para 40% dos adultos com gagueira e somente por 8,7% pelos adultos fluentes. Para a maioria dos adultos sem gagueira a percepção da articulação foi como precisa (70,7%), enquanto apenas 25% dos adultos com gagueira tiveram essa percepção. Conclusão: A autopercepção da comunicação dos adultos com gagueira é diferente dos adultos que não gaguejam, pois eles apresentaram uma autopercepção mais negativa e mais dificuldades em relação aos seus pares fluentes. A experiência da gagueira junto com a percepção das disfluências, da tensão muscular e dos sentimentos negativos relacionados à fala, para a maioria dos casos acarreta uma autopercepção negativa de sua capacidade de falar e de se comunicar. O conhecimento da autopercepção da comunicação de adultos que gaguejam favorece uma visão mais abrangente e contextualizada das reais necessidades do falante, e direciona objetivos terapêuticos específicos.

Resumo (inglês)

Introduction: There is evidence that communication by people who stutter has adverse impacts on the speaker's life. However, little is known about the self-perception of these speakers' communication. On the other hand, it is interesting to compare these results with the self-perception of people who do not stutter. Therefore, it is necessary to investigate this topic, considering that the results may have relevant scientific and clinical implications. Objective: To investigate and compare the self-perception of communication in adults with and without stuttering. Methods: This is an observational and cross-sectional descriptive clinical study. Twenty adults who stutter (AQG) recruited from the Fluency Studies Laboratory (LAEF) at Unesp and 92 adults who do not stutter (AQNG) recruited from the Speech Therapy course at Unesp participated in this study. All participants were native speakers of Brazilian Portuguese, of both sexes, aged between 18 and 43 years. The procedure applied was the Communication Self-Perception Questionnaire (QAPCO). Results: Adults who stutter, when compared to their fluent peers, presented more weaknesses in communication and greater difficulties in everyday communicative situations. Adults who stutter expressed more difficulties in relation to the frequency with which they speak fluently, naturally and are able to verbally express their communicative intentions in relation to adults without stuttering. Speech rate was perceived as more irregular by adults who stutter. Articulation was described as locked for 40% of adults who stutter and only for 8.7% of fluent adults. For the majority of adults without stuttering, the perception of articulation was accurate (70.7%), while only 25% of adults who stutter had this perception. Conclusion: The self-perception of communication of adults who stutter is different from that of adults who do not stutter, as they presented a more negative self-perception and more difficulties in relation to their fluent peers. The experience of stuttering, together with the perception of disfluencies, muscle tension and negative feelings related to speech, in most cases leads to a negative self-perception of their ability to speak and communicate. Knowledge of the self-perception of communication in adults who stutter favors a more comprehensive and contextualized view of the speaker's real needs, and directs specific therapeutic objectives.

Descrição

Idioma

Português

Como citar

TETTE, Carine Cristine Arnoud. Autopercepção da comunicação de falantes com e sem gagueira. 2024. 89 f. Dissertação (Mestrado em Fonoaudiologia) - Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista (Unesp), Marília, 2024.

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