Produção científica sobre desinformação nas ciências sociais (2017-2022): delineando avanços e tendências

Carregando...
Imagem de Miniatura

Data

2024-03-21

Orientador

Oliveira, Ely Francina Tannuri de

Coorientador

Pós-graduação

Ciência da Informação - FFC

Curso de graduação

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Tipo

Dissertação de mestrado

Direito de acesso

Acesso abertoAcesso Aberto

Resumo

Resumo (português)

Nos últimos anos, o fenômeno da desinformação tem se intensificado cada vez mais, especialmente com o avanço das Tecnologias da Informação e da Comunicação. A desinformação provoca impactos que afetam desde questões micro como as interações sociais até dilemas macroeconômicos, políticos e de saúde. Diante desse cenário, esta dissertação compreende o papel central da informação para o corpo social, pois quando ela é baseada em fontes confiáveis, é capaz de moldar concepções e influenciar decisões que podem influenciar no bem-estar social. Por outro lado, a desinformação busca enganar, causar confusão generalizada e manipular a opinião pública, prejudicando indivíduos e a sociedade como um todo. A massiva disseminação de ideias e informações falsas nas mídias sociais tem ganhado significativa atenção no debate público. De forma geral, objetiva-se caracterizar a produção científica sobre o tema desinformação por meio dos indicadores métricos de produção e citação. O estudo bibliométrico evidencia tendências temporais das publicações científicas, delineando a produção de autores, países e veículos de comunicação mais produtivos, além das subáreas do conhecimento e áreas temáticas mais presentes. A metodologia adotada compreende uma revisão bibliográfica na base da dados Scopus, focando em artigos de acesso aberto na área de Ciências Sociais publicados entre 2017 e 2022, nos idiomas inglês, espanhol e português e foram obtidos 1.703 resultados, bem como um estudo bibliométrico sobre essa produção. Para melhor delimitação do corpus, foram retirados os artigos com menos de seis citações, resultando em 880 documentos. Para a análise dos dados, utiliza o conceito Elite de Pesquisa, desta forma, foram estudados os 30 artigos mais citados. A revisão bibliográfica e o estudo bibliométrico têm potencial para indicar o crescimento significativo da produção científica sobre desinformação ao longo dos anos, proporcionando o delineamento e tendências, fatores influenciadores e períodos de maior intensificação de pesquisas sobre o tema. Destaca nos resultados o aumento da produção científica nos anos de 2020 e 2021, bem como maior interesse por temas que relacionem a desinformação com a pandemia da Covid-19. Além dessa temática, questões sobre tecnologia e política se destacam nos artigos. Apenas o periódico Harvard Kennedy School Misinformation Review publicou dois artigos, os 28 restantes estão distribuídos em periódicos distintos. Dentre as subáreas dos periódicos, as de maior destaque são: Comunicação, Biblioteconomia e Ciência da Informação, Sociologia e Ciência Política. Dos 29 periódicos, somente 2 estão no Q2 (First Monday e Javnost), o restante faz parte do Q1, ou seja, estão entre os 25% mais relevantes. Os Estados Unidos apresentaram a maior produção do corpus, com 16 artigos, seguido do Reino Unido (8) e Austrália (4). Em relação aos autores, somente três publicaram mais de um artigo (Jamieson, Nyhan e Reifler). Por fim, foram propostas diretrizes para futuros estudos bibliométricos sobre os assuntos citados, destacando estratégias para o enfrentamento da desinformação. Esta pesquisa revela dados sobre o aumento da produção científica sobre desinformação e contribui para uma compreensão abrangente do cenário atual, evidenciando periódicos destacados, autores e países mais prolíficos, subáreas e interdomínios mais presentes na temática.

Resumo (inglês)

In recent years, the phenomenon of disinformation has increasingly intensified, especially with the advancement of Information and Communication Technologies. Misinformation causes impacts that range from micro issues such as social interactions to macroeconomic, political and health dilemmas. Given this scenario, this dissertation understands the central role of information for the social body, because when it is based on reliable sources, it can shape conceptions and influencing decisions that can influence social well-being. On the other hand, disinformation seeks to deceive, cause widespread confusion and manipulate public opinion, harming individuals and society as a whole. The massive dissemination of false ideas and information on social media has gained significant attention in the public debate. In general, the objective is to characterize scientific production on the topic of disinformation through metric indicators of production and citation. The bibliometric study highlights temporal trends in scientific publications, outlining the production of the most productive authors, countries and communication vehicles, in addition to the most present sub-areas of knowledge and thematic areas. The methodology adopted comprises a bibliographic review in the Scopus database, focusing on open access articles in ​​Social Sciences published between 2017 and 2022, in English, Spanish and Portuguese, and 1,703 results were obtained, as well as a bibliometric study on this production. To better delimit the corpus, articles with fewer than six citations were removed, resulting in 880 documents. To analyze the data, the Elite Research concept was used, in this way, the 30 most cited articles were studied. The bibliographic review and bibliometric study have the potential to indicate the significant growth of scientific production on disinformation over the years, providing the outline and trends, influencing factors and periods of greater intensification of research on the topic. The results highlight the increase in scientific production in 2020 and 2021, as well as greater interest in topics that relate misinformation to the Covid-19 pandemic. In addition to this theme, issues about technology and politics stand out in the articles. Only the Harvard Kennedy School Misinformation Review published two articles, the remaining 28 are distributed in different journals. Among the subareas of the periodicals, the most prominent are: Communication, Library and Information Science, Sociology and Political Science. Of the 29 journals, only 2 are in Q2 (First Monday and Javnost), the rest are part of Q1, that is, they are among the 25% most relevant. The United States presented the largest corpus production, with 16 articles, followed by the United Kingdom (8) and Australia (4). Regarding authors, only three published more than one article (Jamieson, Nyhan and Reifler). Finally, guidelines were proposed for future bibliometric studies on the topics mentioned, highlighting strategies for combating misinformation. This research reveals data on the increase in scientific production on disinformation and contributes to a comprehensive understanding of the current scenario, highlighting outstanding journals, the most prolific authors and countries, subareas and interdomains most present on the topic.

Descrição

Idioma

Português

Como citar

OLIVEIRA, Carla Conforto de. Produção científica sobre desinformação nas ciências sociais (2017-2022): delineando avanços e tendências. 2024. 137 f. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) - Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista (Unesp), Marília, 2024.

Itens relacionados