Efeito do tratamento com probiótico na hipertensão arterial e rigidez arterial em ratos espontaneamente hipertensos sedentários e treinados

Abstract

As doenças cardiovasculares (DCV) são caracterizadas por patologias no coração ou no sistema circulatório e apresentam alto grau de morbidade e mortalidade. A hipertensão arterial (HA), que é um fator risco da DCV, vem sendo considerada a principal causa de morte prematura no mundo. Associada a ela, há a diminuição da capacidade de distensibilidade dos vasos causando a rigidez arterial, e este parâmetro, vem sendo considerado um grande preditor de eventos cardiovasculares futuros e de danos aos órgãos-alvo. O treinamento físico é hoje mundialmente reconhecido como ferramenta não farmacológica, coadjuvante ao tratamento farmacológico e indicado por várias sociedades científicas de hipertensão no Brasil e no Mundo. Além disso, recentemente as alterações da microbiota intestinal vêm recebendo atenção especial, principalmente pela sua relação com diversas patologias e seus fatores de risco, inclusive a HA e a rigidez arterial. O objetivo geral deste estudo foi avaliar o papel do tratamento com probiótico na hipertensão e rigidez arterial de ratos espontaneamente hipertensos (SHR) sedentários e treinados. Para tanto os animais foram tratados com probiótico e submetidos a treinamento físico combinado por 2 meses. Análises de pressão de cauda foram realizadas a cada 15 dias. Análises da velocidade da onda de pulso (VOP) e de presença de bactérias (firmicutes e bacteriodetes) nas fezes foram realizadas no início e final do protocolo experimental. O treinamento fisico foi capaz de melhorar a microbiota dos animais, diminuindo a razão F/B, mas isso não foi observado nos animais que suplementaram probiótico. Porém houve redução de PAS e VOP em todos os grupos mostrando que essa redução se deu por mecanismos independentes da razão F/B. Estes resultados reforçam a indicação do exercício físico regular como co-tratamento da hipertensão e sugerem que um dos mecanismos responsáveis por esta resposta possa ser a melhora da melhora da disbiose pela redução da razão F/B.

Cardiovascular diseases (CVD) are characterized by pathologies in the heart or circulatory system and present a high degree of morbidity and mortality. Hypertension (HT), a risk factor for CVD, has been considered the leading cause of premature death worldwide. Associated with this, there is a decrease in the distensibility capacity of the vessels, causing arterial stiffness, and this parameter has been considered a great predictor of future cardiovascular events and damage to target organs. Physical training is now globally recognized as a non-pharmacological tool, complementary to pharmacological treatment, and recommended by various scientific societies on hypertension both nationally and internationally. Furthermore, recent alterations in the gut microbiota have received special attention, mainly due to their relationship with various pathologies and their risk factors, including hypertension and arterial stiffness. The general objective of this study was to evaluate the role of probiotic treatment on hypertension and arterial stiffness in sedentary and trained spontaneously hypertensive rats (SHR), both sedentary and trained. For this purpose, the animals were treated with probiotics and subjected to combined physical training for 2 months. Tail cuff pressure measurements were performed every 15 days. Analyses of pulse wave velocity (PWV) and the presence of bacteria (Firmicutes and Bacteroidetes) in feces were conducted at the beginning and end of the experimental protocol. Physical training was able to improve the microbiota of the animals, decreasing the F/B ratio, but this was not observed in the animals that supplemented with probiotics. However, there was a reduction in systolic blood pressure (SBP) and PWV in all groups, showing that this reduction occurred through mechanisms independent of the F/B ratio. These results reinforce the indication of regular physical exercise as a co-treatment for hypertension and suggest that one of the mechanisms responsible for this response may be the improvement of dysbiosis by reducing the F/B ratio.