Controle dos corpos femininos pelo direito e pelo cinema

Abstract

O controle dos corpos das mulheres ocorre por meio de estruturas entranhadas na sociedade, dentre elas, o Direito e o Cinema. O Direito e o Cinema atuam como meios de propagação cultural, refletindo os valores, os anseios, os desejos das sociedades. O Direito, apesar do intuito, não é imparcial, sendo carregado de moralidade. O Cinema, por sua vez, é um forte meio de disseminação de ideologias, devido a sua acessibilidade audiovisual. Da mesma forma, o Cinema não é imparcial, transmitindo a visão de mundo de um determinado indivíduo. Os corpos femininos foram, e ainda são, controlados por meio de diversas instituições, dentre elas, Direito e Cinema, que se articulam por meio de discursos e imagens para perpetuar uma ideia de “mulher”. A mulher branca é pressionada para ser esposa e mãe, para cuidar do ambiente do lar. Ela deve reprimir sua sexualidade e ter um determinado padrão de comportamento. A mulher negra sofre com uma pressão ainda pior, visto que mesmo quando se tornam mães, não são reconhecidas. A mulher negra também deve conter sua sexualidade, ou será vista como “desviante”. Dessa forma, considerando os elementos trazidos, optou-se por uma análise acerca de como o Direito e o Cinema controlam os corpos das mulheres, impedindo que elas ocupassem espaços. A partir de diversos mecanismos, essas instituições perpetuam a imagem da mãe branca como “Virgem Maria”, da mãe negra como “mammy/matriarca” e das mulheres brancas e negras que não possuem medo de sua sexualidade como “Eva” e “Jezebel”. Para este propósito, foi utilizada a leitura científica interdisciplinar a respeito do tema, bem como filmes e livros.