Doença de Parkinson, avaliação do padrão alimentar, distribuição da gordura corporal e síndrome metabólica

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Data

2023-02-16

Orientador

Papini, Silvia Justina
Schelp, Arthur Oscar

Coorientador

Pós-graduação

Enfermagem - FMB

Curso de graduação

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Tipo

Tese de doutorado

Direito de acesso

Acesso restrito

Resumo

Resumo (português)

Introdução: A doença de Parkinson é a segunda doença neurodegenerativa mais prevalente e com maior taxa de sobrevida no mundo. A relação dos hábitos alimentares e suas características com a doença de Parkinson tem sido objeto de vários estudos, porém sem avaliação do padrão alimentar e a relação com as doenças crônicas dos pacientes. Objetivos: Identificar e avaliar composição corporal, perfil metabólico e padrão alimentar de pacientes com doença de Parkinson de uma região do interior do estado de São Paulo. Métodos: Os pacientes com Parkinson do ambulatório de distúrbios do movimento do Hospital das Clínicas de Botucatu – FMB foram convidados a participar do estudo. No ambulatório foi aplicado um questionário sociodemográfico e o Questionário de Frequência Alimentar (QFA). A avaliação antropométrica foi realizada em outro local, com agendamento prévio, foram aferidas as medidas antropométricas e realizado o exame de bioimpedância. Além disso, foram coletados do prontuário eletrônico a Escala Unificada de Avaliação da Doença de Parkinson (UPDRS) e exames laboratoriais de glicose, hemoglobina glicada, colesterol total, HDL-c, LDL-c e triglicerídeos. Resultados: Foram avaliados 80, que responderam o questionário sociodemográfico e o QFA, e 68 também realizaram a avaliação antropométrica. A maioria dos pacientes eram idosos (66,25%), casados (70%) e aposentados (72%). Apresentaram níveis de colesterol total de 176,56 ± 50,75 mg/dL, HDL-c 48,06 ± 13,71 mg/dL, triglicerídeos (TG) 127,17 ± 74,65 mg/dL, glicose 105,87 ± 42,3 mg /dL e HbA1c 6,32 ± 1,7%. Estavam acima do peso (61%) de acordo com o índice de massa corporal, com circunferência da cintura (CC) aumentada (61%), relação cintura-quadril (RCQ) acima do adequado (92%), risco metabólico aumentado de acordo com a relação cintura-estatura (RCE) (94%) e obesos (porcentagem de gordura corporal para homens maior que 25% e maior que 35% para mulheres, de acordo com a Organização Mundial de Saúde) segundo Siri (85%) e bioimpedância (82%). Foram definidos quatro padrões alimentares: 1 – Variedade de alimentos: apresenta diferentes tipos de carnes, vegetais, frutas e gorduras, é o padrão mais saudável; 2 – Alimentos macios: contém alimentos fáceis de mastigar, que é uma dificuldade comum para pacientes com DP; aparentemente para aqueles com dificuldade para cozinhar sozinhos; 3 – Lanches e comida de final de semana: com alimentos que podem ser facilmente comprados e 4 – Refeição rápida: inclui alimentos baratos e fáceis de preparar. Na associação dos padrões alimentares com as doenças crônicas, o padrão 1 foi associado a diabetes, o padrão 2 a dislipidemia e o padrão 3 foi associado as mulheres e aos não diabéticos. A adesão aos diferentes padrões alimentares pode estar relacionada com hábitos familiares, limitações dos sintomas físicos do Parkinson, descompensação dopaminérgica e à 9 situação financeira. As doenças crônicas investigadas têm grande impacto na saúde dos pacientes e também nos gastos na saúde pública. Conclusões: Os pacientes eram em sua maioria obesos e com parâmetros para risco cardiometabólicos (CC, RCQ e RCE) aumentados, porém não apresentavam exames bioquímicos elevados. Os padrões alimentares encontrados parecem estar associados a progressão da DP e a dependência de outra pessoa preparar as refeições. A associação dos padrões alimentares e a diabetes, dislipidemia e às mulheres mostra a importância do cuidado da alimentação para esses pacientes. A adesão aos diferentes padrões alimentares pode estar relacionada à hábitos familiares, limitações dos sintomas físicos, descompensação dopaminérgica e à situação financeira. Palavras chave: Doença de Parkinson, Estado nutricional, Comportamento alimentar, Composição corporal, Doença crônica.

Resumo (inglês)

Introduction: Parkinson's disease is the second most prevalent neurodegenerative disease with the highest survival rate in the world. The relationship between eating habits and their characteristics and Parkinson's disease has been the subject of several studies, but without evaluating the dietary pattern and the relationship with the patients' chronic diseases. Objectives: To identify and evaluate body composition, metabolic profile and dietary pattern of patients with Parkinson's disease from a region in the interior of the state of São Paulo. Methods: Parkinson's patients from the movement disorders outpatient clinic of the Hospital das Clínicas de Botucatu – FMB were invited to participate in the study. In the outpatient clinic, a sociodemographic questionnaire and the Food Frequency Questionnaire (FFQ) were applied. The anthropometric evaluation was performed at another location, with prior scheduling, anthropometric measurements were done and a bioimpedance test was performed. In addition, the Unified Parkinson's Disease Assessment Scale (UPDRS) and laboratory tests of glucose, glycated hemoglobin, total cholesterol, HDL-c, LDL-c and triglycerides were collected from the electronic medical record. Results: Eighty were evaluated, who answered the sociodemographic questionnaire and the FFQ, and 68 also underwent the anthropometric assessment. Most patients were elderly (66.25%), married (70%) and retired (72%). They had total cholesterol levels of 176.56 ± 50.75 mg/dL, HDL-c 48.06 ± 13.71 mg/dL, triglycerides (TG) 127.17 ± 74.65 mg/dL, glucose 105.87 ± 42.3 mg /dL and HbA1c 6.32 ± 1.7%. They were overweight (61%) according to the body mass index, with increased waist circumference (WC) (61%), above-appropriate waist-hip ratio (WHR) (92%), increased metabolic risk according to with waist-to-height ratio (WHtR) (94%) and obese (percentage of body fat for men greater than 25% and greater than 35% for women, according to the World Health Organization) according to Siri (85%) and bioimpedance (82%). Four dietary patterns were defined: 1 – Variety of foods: presents different types of meat, vegetables, fruits and fats, it is the healthiest pattern; 2 – Soft foods: contain foods that are easy to chew, which is a common difficulty for PD patients; apparently for those struggling to cook for themselves; 3 – Snacks and weekend food: with food that can be easily bought and 4 – Fast meal: includes food that is cheap and easy to prepare. In the association of dietary patterns with chronic diseases, pattern 1 was associated with diabetes, pattern 2 with dyslipidemia, and pattern 3 was associated with women and non-diabetics. Adherence to different eating patterns may be related to family habits, limitations of the physical symptoms of Parkinson's, dopaminergic decompensation and financial situation. The investigated chronic diseases have a great impact on the health of patients and also on public health expenditures. 12 Conclusions: Most of the patients were obese and had increased cardiometabolic risk parameters (WC, WHR and WHtR), but did not have elevated biochemical tests. The eating patterns found seem to be associated with the progression of PD and dependence on someone else to prepare meals. The association of eating patterns and diabetes, dyslipidemia and women shows the importance of careful eating for these patients. Adherence to different eating patterns may be related to family habits, limitations of physical symptoms, dopaminergic decompensation and financial situation.

Descrição

Idioma

Português

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