Papel da ultrassonografia de tórax e de veia cava inferior como preditor de reagudizações em pacientes com insuficiência cardíaca aguda

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Data

2025-01-07

Orientador

Zornoff, Leonardo Antônio Mamede

Coorientador

Pós-graduação

Fisiopatologia em Clínica Médica - FMB

Curso de graduação

Título da Revista

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Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Tipo

Tese de doutorado

Direito de acesso

Acesso restrito

Resumo

Resumo (português)

Introdução: Pacientes hospitalizados com insuficiência cardíaca aguda apresentam grandes taxas de reospitalizações precoces, acompanhada de alta mortalidade hospitalar. Assim, a identificação de pacientes de alto risco para reagudizações do quadro permitiria medidas terapêuticas precoces para melhor controle da doença. No entanto, a identificação desses pacientes pode ser desafiadora. Nesse sentido, a ultrassonografia a beira-leito pulmonar e a ultrassonografia de veia cava inferior vem ganhando cada vez mais espaço na avaliação de pacientes congestos por meio da presença de linhas B pulmonares e do grau de colapsabilidade da veia cava inferior. Contudo, o papel desses exames como preditores de reospitalização em pacientes com insuficiência cardíaca ainda é incerto. Hipótese: A maior quantidade de linhas B pulmonares e o menor grau de colapsabilidade de veia cava inferior estão associados a maior taxa de reospitalização em 30 dias por insuficiência cardíaca aguda. Objetivos: Comparar os achados da ultrassonografia de tórax e de veia cava inferior entre grupos de pacientes reospitalizados e não reospitalizados em 30 dias após hospitalização por insuficiência cardíaca aguda. Material e métodos: Estudo observacional, prospectivo, unicêntrico, realizado no Pronto Socorro e nas Enfermarias do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu. Foram incluídos pacientes adultos hospitalizados por insuficiência cardíaca aguda aos cuidados da equipe da disciplina de Clínica Médica Geral. No dia da alta hospitalar, foram realizados ultrassonografia a beira leito de tórax e de veia cava inferior. Os pacientes foram acompanhados por até 30 dias da alta hospitalar. O desfecho primário foi reospitalização por insuficiência cardíaca aguda. Outros desfechos explorados foram mortalidade e necessidade de ajuste medicamentoso por descompensação de insuficiência cardíaca. Resultados: 345 pacientes foram triados entre janeiro de 2022 e janeiro de 2024. 100 pacientes foram incluídos para análise final. Dentre os desfechos explorados, 10 (10%) pacientes hospitalizaram em até 30 dias por insuficiência cardíaca descompensada. Dois (2%) pacientes evoluíram a óbito e 31 (31%) apresentaram necessidade de ajuste medicamentoso por descompensação de insuficiência cardíaca. A quantidade de pacientes com mais de três linhas B pulmonares dentre os hospitalizados e os não hospitalizados foi respectivamente 6 e 19 (60% e 21%, respectivamente; diferença absoluta de risco: 39%; p-valor: 0,014). O grau de colapsabilidade médio de veia cava inferior dentre os hospitalizados e os não hospitalizados foi respectivamente 25,5% e 39,8% (desvio-padrão: 15,4% e 18,4% respectivamente; p-valor: 0,020). Em modelo de regressão logística multivariada ajustada para as variáveis sexo, idade, peso da alta hospitalar e fração de ejeção de ventrículo esquerdo, a presença de mais de três linhas B pulmonares apresentou odds ratio de 4,72 (IC95%: 1,01 – 22,13; p-valor: 0,049) enquanto o grau de colapsabilidade de veia cava inferior apresentou odds ratio de 0,96 (IC95%: 0,91 – 1,01; p-valor: 0,091). Conclusão: A presença de mais de três linhas B pulmonares na alta hospitalar de pacientes hospitalizados com insuficiência cardíaca aguda apresentou associação com maior taxa de reospitalização em 30 dias após análises ajustadas. Contudo, o grau de colapsabilidade de veia cava inferior não apresentou associação com reospitalização em 30 dias após a análise multivariada.

Resumo (inglês)

Introduction: Hospitalised patients with acute heart failure exhibit high rates of early rehospitalisations, accompanied by significant in-hospital mortality. Therefore, identifying high-risk patients prone to disease exacerbations could enable early therapeutic interventions for better disease management. However, identifying these patients can be challenging. In this context, bedside lung ultrasound and inferior vena cava ultrasound have gained prominence in assessing congestive patients by identifying pulmonary B-lines and evaluating the degree of inferior vena cava collapsibility. Nevertheless, the role of these examinations as predictors of rehospitalisation in heart failure patients remains uncertain. Hypothesis: A higher number of pulmonary B-lines and a lower degree of inferior vena cava collapsibility are associated with an increased rate of 30-day rehospitalisation due to acute heart failure. Objectives: To compare the findings of thoracic ultrasound and inferior vena cava ultrasound between groups of patients rehospitalised and not rehospitalised within 30 days after hospitalisation for acute heart failure. Materials and Methods: This was a single-centre, prospective observational study conducted in the Emergency Department and wards of the Hospital das Clínicas from Botucatu Medical School. The study included adult patients hospitalised for acute heart failure under the care of the Internal Medicine team. On the day of hospital discharge, bedside thoracic and inferior vena cava ultrasound examinations were performed. Patients were followed for up to 30 days post-discharge. The primary outcome was rehospitalisation due to acute heart failure. Other outcomes explored included mortality and the need for medication adjustments due to heart failure decompensation. Results: A total of 345 patients were screened between January 2022 and January 2024, with 100 patients included in the final analysis. Among the outcomes explored, 10 patients (10%) were rehospitalised within 30 days due to decompensated heart failure. Two patients (2%) died, and 31 patients (31%) required medication adjustments due to heart failure decompensation. The number of patients with more than three pulmonary B-lines among the rehospitalised and non-rehospitalised groups was 6 and 19, respectively (60% and 21%, respectively; absolute risk difference: 39%; p-value: 0.014). The mean degree of inferior vena cava collapsibility among rehospitalised and non-rehospitalised patients was 25.5% and 39.8%, respectively (standard deviation: 15.4% and 18.4%, respectively; p-value: 0.020). In a multivariate logistic regression model adjusted for sex, age, discharge weight, and left ventricular ejection fraction, the presence of more than three pulmonary B-lines had an odds ratio of 4.72 (95% CI: 1.01–22.13; p-value: 0.049), while the degree of inferior vena cava collapsibility had an odds ratio of 0.96 (95% CI: 0.91–1.01; p-value: 0.091). Conclusion: The presence of more than three pulmonary B-lines at hospital discharge in patients hospitalised with acute heart failure was associated with a higher rate of 30-day rehospitalisation after adjusted analyses. However, the degree of inferior vena cava collapsibility did not show association with 30-day rehospitalisation in the multivariate analysis.

Descrição

Idioma

Português

Como citar

MARTINS, Danilo. Papel da ultrassonografia de tórax e de veia cava inferior como preditor de reagudizações em pacientes com insuficiência cardíaca aguda. 2025. Tese (Doutorado em Fisiopatologia em Clínica Médica). Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Medicina, Botucatu, 2025.

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