O “Eu Experienciador” e o “Mundo Experienciado” no Sāṃkhya e no Monismo de Triplo Aspecto (MTA)

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Data

2022-11-30

Orientador

Pereira Júnior, Alfredo

Coorientador

Pós-graduação

Filosofia - FFC

Curso de graduação

Título da Revista

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Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Tipo

Dissertação de mestrado

Direito de acesso

Acesso abertoAcesso Aberto

Resumo

Resumo (português)

Essa dissertação investiga os alcances e os limites das experiências conscientes no Sāṃkhya e no Monismo de Triplo Aspecto (MTA), incluindo as consonâncias e as dissonâncias entre, de um lado, puruṣa, “eu experienciador” ou “sentido de eu” e, de outro lado, prakṛti, “mundo experienciado” ou “sentido de mundo”, questionando qual seria o propósito ou o sentido da existência do “eu” e do “mundo”, em ambas as teorias filosóficas. Em seguida, discuto ambas as filosofias frente à questão existencial trazida pelo sofrimento. Enquanto no Sāṃkhya há um dualismo fundamental, que expressa uma distinção relevante para o processo de supressão do sofrimento, no MTA a distinção entre perspectivas de primeira e terceira pessoas não é fundamental e teria apenas uma função cognitiva. Especial atenção deve ser dada às perspectivas do Sāṃkhya e do MTA a respeito do tempo. A experiência temporal de puruṣa (espírito) vai mais além da experiência temporal de prakṛti (matéria ou natureza), porque puruṣa habita o eterno e o atemporal. Enquanto o tempo da prakṛti é finito, o tempo de puruṣa é infinito. Este lugar privilegiado de puruṣa lhe permite “testemunhar” eventos passados e eventos futuros de prakṛti, respectivamente, retrocognição e precognição, no instante presente de prakṛti. No caso do MTA, ao não reduzir o fenômeno da consciência ao cosmos astrofísico e inanimado, ele enfrenta a dificuldade de relacionar a atividade do sistema nervoso e sua interação com o ambiente físico, biológico e social, a partir do que emerge o mundo experienciado dos organismos, acessível apenas na perspectiva da primeira pessoa. Nesta perspectiva, todo fenômeno (subjetivo) está essencialmente conectado com um único ponto de vista: o “eu experienciador”. No entanto, na filosofia da consciência, este ponto de vista subjetivo não deve ser concebido em termos de um puruṣa ou mesmo uma alma cartesiana, mas como derivado de experiências naturais e respectivos mecanismos biológicos.

Resumo (inglês)

This dissertation investigates the scope and limits of conscious experiences in Sāṃkhya and Triple Aspect Monism (MTA), including the consonances and dissonances between, on the one hand, puruṣa, “experiencing self” or “sense of self” and, on the other hand, prakṛti, “experienced world” or “sense of the world”, questioning what would be the purpose or meaning of the existence of the “I” and the “world”, in both philosophical theories. Then, I discuss both philosophies in view of the existential question brought about by suffering. While in Sāṃkhya there is a fundamental dualism, which expresses a relevant distinction for the process of suppression of suffering, in MTA the distinction between first and third person perspectives is not fundamental and would only have a cognitive function. Special attention should be paid to the Sāṃkhya and MTA perspectives on time. The temporal experience of puruṣa (spirit) goes beyond the temporal experience of prakṛti (matter or nature), because puruṣa inhabits the eternal and the timeless. While the time of prakṛti is finite, the time of puruṣa is infinite. This privileged place of puruṣa allows it to “witness” past events and future events of prakṛti, respectively, retrocognition and precognition, in the present instant of prakṛti. In the case of the MTA, by not reducing the phenomenon of consciousness to the astrophysical and inanimate cosmos, it faces the difficulty of relating the activity of the nervous system and its interaction with the physical, biological, and social environment, from which the experienced world of humans emerges. organisms, accessible only from a first-person perspective. In this perspective, every (subjective) phenomenon is essentially connected with a single point of view: the “experiencing self”. However, in the philosophy of consciousness, this subjective point of view should not be conceived in terms of a puruṣa or even a Cartesian soul, but as derived from natural experiences and related biological mechanisms.

Descrição

Idioma

Português

Como citar

CUNHA, Augusto Simões. O “Eu Experienciador” e o “Mundo Experienciado” no Sāṃkhya e no Monismo de Triplo Aspecto (MTA). Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022.

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