Avaliação do extrato alcoólico da casca e da semente da Dipteryx alata Vogel na cicatrização da pele de camundongos (linhagem C57BL6)

Abstract

A Dipteryx alata Vogel (Baru) é uma das espécies nativas do cerrado brasileiro que apresenta grande potencial nutricional e farmacológico. Desta forma, o objetivo desse estudo foi avaliar por meio de análises histológicas e imuno-histoquímicas o potencial terapêutico do Baru no processo de cicatrização de feridas dérmicas em camundongos da linhagem C57BL6. Os animais foram submetidos à confecção de defeito cutâneo com 0,9 mm na região dorsal do tórax, e distribuídos em 6 grupos, sendo: Grupo 01 (n= 9 machos) e 02 (n= 9 fêmeas) nos quais os animais receberam somente o creme base (veículo), compondo os grupos controle; grupo 03 (n= 9 machos) e 04 (n= 9 fêmeas) os quais receberam extrato da casca a 10%; e animais do grupo 05 (n= 9 machos) e 06 (n= 9 fêmeas) os quais receberam extrato da semente a 10 %. Todos foram tratados duas vezes ao dia por via tópica até a total cicatrização, tendo como períodos de avaliações 7, 14 e 21 dias. Não houve diferença estatística nos grupos analisados pelos marcadores CD31 e picrosirius tipo III. E pouca diferença na velocidade de fechamento das feridas, qualidade da reepitelização, neovascularização e colagenização, observados respectivamente pela macroscopia e H&E. Adicionalmente, não observou-se inflamação exacerbada, retração tecidual, perda de epitélio piloso ou infecção. A Dipteryx alata se mostrou viável, apesar de não ter sido demonstrado favorecimento significativo para o processo de cicatrização.

Dipteryx alata Vogel (Baru) is one of the native species of the Brazilian cerrado with potential nutritional and pharmacological features. Our study aimed to evaluate the effect of the Baru on wound healing in mice of the C57BL6 lineage, through histological and immunohistochemical analyzes. A 9 mm skin defect was created in the dorsal region of the chest. The animals were divided into 6 groups: Group 01 (n= 9 males) and 02 (n= 9 females) in which the animals received only base cream (vehicle); group 03 (n= 9 males) and 04 (n= 9 females) which received bark extract in 10%; and animals from group 05 (n= 9 males) and 06 (n= 9 females) which received 10% seed extract. All wounds were treated topically twice a day until complete healing, and evaluated at 7, 14 and 21 days postoperatively. There was no statistical difference between groups considering CD31 and picrosirius type III markers. Subtle differences were noted on wound closure velocity, quality of re-epithelialization, neovascularization and collagenization, according to macroscopy and H&E. Additionally, exacerbated inflammation, tissue retraction, loss of hair epithelium or infection were not observed. Dipteryx alata proved to be viable, although no significant favoring for wound healing process has been demonstrated.