Efeitos do exercício físico de moderada intensidade no estresse oxidativo e função intestinal de ratos wistar, pós desmame, com constipação induzida por dieta

Abstract

Introdução: A constipação funcional (CF) afeta cerca de 0,7% a 29,6% das crianças em todo o mundo. No Brasil 17,5% a 38,4% das crianças em idade escolar possuem esse diagnóstico. A constipação pode estar ligada a aumento da inflamação e produção de estresse oxidativo, uma vez que a retenção prolongada de fezes pode estimular alterações inflamatórias na mucosa do cólon, elevando a peroxidação lipídica dos ácidos graxos insaturados da membrana celular. Objetivos: Avaliar o efeito do exercício físico de intensidade moderada sobre a constipação intestinal, estresse oxidativo e perfil inflamatório em ratos wistar pós desmame. Materiais e métodos: Trata-se de um estudo experimental, com 40 ratos, o estudo foi dividido em fase de indução e fase de intervenção. Em primeiro momento os animais foram divididos em dois grupos com 20 animais cada, sendo um grupo controle e outro com ração controle mais 30% de sacarose, após a indução os animais foram redistribuídos nos grupos: ração controle + sedentários, ração controle+ exercício, ração reduzida em fibras alimentares + sedentário e ração reduzida em fibras alimentares+ exercício. O exercício escolhido foi o de corrida em esteira motorizada com moderada intensidade e os animais sedentários participaram do protocolo simulado. Os animais foram avaliados quanto a crescimento e produção fecal, e após a eutanásia foram coletados tecidos para analises de estresse oxidativo e inflamação bem como peso do intestino delgado e cólon cheios. Resultados: Os animais na fase de indução tiveram a indução da constipação bem sucedida, o exercício físico não alterou o peso fecal dos animais, mas aumentou a quantidade de pellets fecais do grupo ração reduzida em fibras alimentares que se exercitavam em comparação ao grupo sedentário com mesma ração. Não houve diferença no índice de adiposidade, observamos um menor peso do intestino delgado cheio de ratos sedentários com ração reduzida em fibras quando comparados aos sedentários ração controle e não houve diferença quanto ao peso do intestino grosso cheio em nenhum dos grupos. Identificamos menores níveis de MDA e catalase nos animais exercitados com ração reduzida em fibras alimentares. Conclusão: Neste modelo não foi possível inferir que o exercício físico de moderada intensidade melhore o quadro de constipação intestinal especificamente induzido por dieta nos parâmetros: produção fecal ou tenha capacidade de melhorar a absorção de água nas fezes. Há alterações em mecanismos inflamatórios e antioxidantes na dieta reduzida em fibras alimentares, que parecem ser atenuadas com a pratica de atividade física.

Introduction: Functional constipation (CF) affects approximately 0.7% to 29.6% of children worldwide. In Brazil, 17.5% to 38.4% of school-age children have this diagnosis. Constipation may be linked to increased inflammation and production of oxidative stress, since prolonged stool retention can stimulate inflammatory changes in the colon mucosa, increasing lipid peroxidation of unsaturated fatty acids in the cell membrane. Objectives: To evaluate the effect of moderate intensity physical exercise on constipation, oxidative stress and inflammatory profile in post-weaning Wistar rats. Materials and methods: This are an experimental study, with 40 rats, the study was divided into an induction phase and an intervention phase. At first, the animals were divided into two groups with 20 animals each, one control group and the other with control food plus 30% sucrose. After induction, the animals were redistributed into groups: control food + sedentary, control food + exercise, reduced in dietary fiber + sedentary and ration reduced in dietary fiber + exercise. The exercise chosen was running on a motorized treadmill with moderate intensity, and the sedentary animals participated in the simulated protocol. The animals were evaluated for growth and fecal production, and after euthanasia, tissues were collected for analysis of oxidative stress and inflammation as well as full small intestine weight. Results: Animals in the induction phase had a successful induction of constipation, exercise did not change the fecal weight of the animals, but increased the physical number of fecal pellets in the diet group reduced in dietary fiber that exercised compared to the sedentary group with the same feed. There was no difference in the adiposity index, we observed a lower weight of the small intestine filled in sedentary rats with a diet reduced in fiber when compared to sedentary rats fed a control diet and there was no difference in the weight of the large intestine filled in any of the groups. We identified lower levels of MDA and catalase in animals exercised on a diet reduced in dietary fiber. Conclusion: This model was unable to infer that moderate-intensity physical exercise improves constipation specifically induced by diet in interruptions: fecal production or has the capacity to improve water absorption in feces. There are changes in inflammatory and antioxidant mechanisms in a diet reduced in dietary fiber, which appear to be attenuated with the practice of physical activity.