Uso corporativo do território e rendas do agronegócio: a atuação das corporações de agrotóxicos-sementes no Brasil
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Data
2023-03-13
Autores
Orientador
Frederico, Samuel
Coorientador
Pós-graduação
Geografia - IGCE
Curso de graduação
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Tipo
Dissertação de mestrado
Direito de acesso
Acesso aberto
Resumo
Resumo (português)
A agricultura científica se tornou a condição para produção da soja no Brasil após o final do século XX com o neoliberalismo e a globalização. Este modelo de produção agrícola é dependente da criação contínua de tecnologias e inovações, desenvolvidas e comercializadas principalmente por um pequeno número de corporações de agrotóxicos-sementes que comandam o mercado. Os sistemas técnicos baseados em sementes transgênicas e agrotóxicos passaram a ser essenciais na produção moderna, sobretudo no Brasil, onde o Estado e os produtores se tornaram dependentes das rendas geradas na produção de soja. Nesse contexto, o Estado, as corporações e os produtores formam uma aliança estratégica na busca pela renda do agronegócio gerada na produção de soja, onde as corporações por possuírem grande poder econômico, técnico e político conseguem influenciar os demais agentes na produção. O objetivo deste trabalho é analisar as formas de uso do território das corporações de agrotóxicos-sementes no território e como estas atuam na busca pela apropriação das rendas do agronegócio na produção de soja no Brasil, assim como, apontar as estratégias utilizadas pelas corporações na efetivação da apropriação das rendas do agronegócio e suas consequências para agricultura brasileira, frente a divisão internacional do trabalho. As estratégias utilizadas para acessar as rendas do agronegócio envolvem o uso corporativo do território pelas corporações de agrotóxicos-sementes, que vão da oligopolização do mercado, controle sobre a tecnologia e o processo produtivo, até a influência sobre o processo político e financiamento da produção. As corporações são as que mais se beneficiam das rendas geradas no processo produtivo da soja, como observado a partir das leituras e análise da série histórica de custos de produção. A apropriação gera a subordinação do produtor e implicações socioterritoriais tanto para a população como para o Estado.
Resumo (inglês)
Scientific agriculture became the condition for soybean production in Brazil after the end of the 20th century with neoliberalism and globalization. This model of agricultural production is dependent on the continuous creation of new technologies and innovations, developed and marketed mainly by a small number of pesticide-seed corporations that command the market. Technical systems based on transgenic seeds and pesticides have become essential in modern production, especially in Brazil, where the State and producers have become dependent on the income generated from soy production. In this context, the State, corporations and producers form a strategic alliance in the search for agribusiness income generated in the production of soy, where corporations, due to their great economic and political power, are able to influence other agents in production. The objective of this work is to analyze the forms of use of the territory of the pesticide-seed corporations in the territory and how they act in the search for the appropriation of the agribusiness income in the production of soy in Brazil, as well as, to point out the strategies used by the corporations in the effectuation of the appropriation of agribusiness income and its consequences for Brazilian agriculture, in view of the international division of labor. The strategies used to access agribusiness income involve the corporate use of the territory of pesticide-seed corporations, ranging from market oligopolization, control over technology and the production process, to influence over the political process and production financing, corporations are the ones that most benefit from the income generated in the soybean production process, as observed from the readings and analysis of the historical series of production costs. Appropriation generates subordination of the producer and socio-territorial implications for both the population and the State.
Descrição
Idioma
Português