Práticas corporais de aventura na educação infantil: uma proposta para crianças de cinco anos

Carregando...
Imagem de Miniatura

Data

2024-03-19

Orientador

Silva, José Ricardo

Coorientador

Pós-graduação

Educação Física - FC/FCT 33004137068P8

Curso de graduação

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Tipo

Dissertação de mestrado

Direito de acesso

Acesso abertoAcesso Aberto

Resumo

Resumo (português)

A Educação Física, enquanto componente curricular, é dotada de saberes referentes às manifestações culturais corporais, os quais devem fazer parte do repertório dos estudantes de toda a Educação Básica. Todavia, de modo geral, a Educação Física na Educação Infantil ainda apresenta tendências biologizantes atreladas ao desenvolvimento motor, desconsiderando o brincar como forma de ensino. Para a teoria histórico-cultural, a brincadeira de faz de conta é entendida como atividade principal do desenvolvimento infantil, portanto, via privilegiada para a promoção do desenvolvimento infantil. As práticas corporais de aventura (PCAs) vêm ganhando destaque na mídia, e atraem público para as diferentes experiências nos espaços públicos e privados. Nessa direção, o município de Cotia-SP tem se destacado nacionalmente como destino de ecoturismo e defende, no currículo escolar, a interdisciplinaridade no ensino associado ao contexto social dos estudantes que vivem em uma cidade turística e não têm acesso aos espaços de lazer. Embora as PCAs não sejam contempladas, de maneira explícita na Base Nacional Comum Curricular para a Educação Infantil, são consideradas importantes para o desenvolvimento humano. Nesse contexto geral é que surgiu a questão norteadora deste estudo: é possível tratar as PCAs, na Educação Infantil? Assim, a proposta deste trabalho foi desenvolver o objeto de conhecimento práticas corporais de aventura, utilizando, como forma pedagógica, o brincar de faz de conta. O objetivo deste estudo foi planejar, organizar e propor uma sequência de aulas que focaliza pedagogicamente as vivências das práticas corporais de aventura (PCAs), a fim de possibilitar às crianças uma aproximação dos conhecimentos sobre esse tema. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, adotando o método da pesquisa-ação. A amostra foi composta por 30 crianças, de ambos os gêneros, com idade de cinco anos, matriculados na Educação Infantil da escola E. M. Bairro São Miguel do município de Cotia SP. A coleta de dados se deu através de gravações, fotos, vídeos e anotações em diário de campo. A análise desses dados foi realizada com a leitura minuciosa do do diário, codificação e categorização embasada nas três dimensões do conteúdo: Conceitual, Atitudinal e Procedimental. Nesse momento, buscou-se facilitar a verificação do conhecimento apropriado pelas crianças. Os resultados indicaram que, durante o processo, houve envolvimento e motivação das crianças nas vivências, devido à contextualização das práticas com a brincadeira de faz de conta, própria da infância. As imprevisibilidades não se apresentaram como empecilho para a execução da unidade didática, e as possibilidades justificaram a presença das PCAs nas aulas de EF para o público em questão. Concluímos que o conteúdo práticas corporais de aventura se mostrou um conteúdo possível de se desenvolver na Educação Infantil, com crianças de cinco anos, desde que com o devido trato didático pedagógico. A brincadeira de faz de conta, atividade típica da infância, facilitou a apropriação do conteúdo, contribuindo com o desenvolvimento das crianças. A experiência relatada traz aportes para referenciar, coadjuvar e influenciar novas propostas, pesquisas e intervenções da Educação Física na Educação Infantil, uma vez que foram apresentadas as perspectivas alcançadas, por meio da implementação dessa unidade didática.

Resumo (inglês)

Physical Education, as a curricular component, is endowed with knowledge regarding bodily cultural manifestations, which should be part of the repertoire of students throughout Basic Education. However, in general, Physical Education in Early Childhood Education still presents biologizing tendencies linked to motor development, disregarding playing as a form of teaching. For historical-cultural theory, pretend play is understood as the main activity of child development, therefore, a privileged route for promoting child development. Adventure body practices (PCAs) have been gaining prominence in the media, and attract the public to different experiences in public and private spaces. In this direction, the municipality of Cotia-SP has stood out nationally as an ecotourism destination and defends, in the school curriculum, interdisciplinarity in teaching associated with the social context of students who live in a tourist city and do not have access to leisure spaces. Although PCAs are not explicitly included in the National Common Curricular Base for Early Childhood Education, they are considered important for human development. In this general context, the guiding question of this study arose: is it possible to treat PCAs in Early Childhood Education? Thus, the purpose of this work was to develop the object of knowledge of adventurous body practices, using pretend play as a pedagogical form. The objective of this study was to plan, organize and propose a sequence of classes that pedagogically focuses on the experiences of adventure body practices (PCAs), in order to enable children to gain closer knowledge on this topic. This is a qualitative research study, adopting the action research method. The sample consisted of 30 children, of both genders, aged five years, enrolled in Early Childhood Education at the E. M. Bairro São Miguel school in the city of Cotia SP. Data collection took place through recordings, photos, videos and notes in a field diary. The analysis of these data was carried out with a thorough reading of the diary, coding and categorization based on the three dimensions of content: Conceptual, Attitudinal and Procedural. At this point, we sought to facilitate the verification of appropriate knowledge by children. The results indicated that, during the process, there was involvement and motivation of children in the experiences, due to the contextualization of practices with pretend play, typical of childhood. Unpredictability did not present an obstacle to the execution of the teaching unit, and the possibilities further justified the presence of PCAs in PE classes for the public in question. We concluded that the content of adventurous body practices proved to be possible content to be developed in Early Childhood Education, with five-year-old children, as long as the appropriate didactic and pedagogical treatment was used. Pretend play, a typical childhood activity, facilitated the appropriation of the content, contributing to the children's development. The experience reported brings contributions to reference, support and influence new proposals, research and interventions in Physical Education in Early Childhood Education, since the perspectives achieved through the implementation of this teaching unit were presented.

Descrição

Idioma

Português

Como citar

SOUZA, Ana Paula de Jesus. Práticas corporais de aventura na Educação Infantil: Uma proposta para crianças de cinco anos. Orientador: José Ricardo Silva. 2024. 205 f. Dissertação (Mestrado profissional em Educação Física) - Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Estadual Paulista, Presidente Prudente, 2024.

Itens relacionados

Financiadores