Do visível ao invisível: considerações psicanalíticas sobre a autolesão e a adolescência e na família

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Data

2023-09-01

Orientador

Okamoto, Mary Yoko

Coorientador

Pós-graduação

Psicologia - FCLAS 33004048021P6

Curso de graduação

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Tipo

Dissertação de mestrado

Direito de acesso

Acesso abertoAcesso Aberto

Resumo

Resumo (português)

O presente trabalho tem como objetivo compreender o fenômeno da autolesão, na adolescência, bem como suas relações com a família, a partir da leitura da psicanálise e psicanálise de casal e de família. A autolesão é caracterizada como um comportamento intencional de ferir o próprio corpo, sem a intenção de morrer, podendo evidenciar o desamparo e o convite ao olhar do outro, diante de sua dor. Faz-se necessário discutir tal problemática, acreditando que o agravamento do sofrimento psíquico pode levar à esfera mais severa, como o suicídio. Destarte, o adoecer do adolescente, na contemporaneidade, se destaca como um tema emergente da psicologia e saúde pública, sendo fundamental tecer considerações sobre o tema e suas vicissitudes. Este estudo tem, como recorte, a autolesão que ocorre na adolescência, tendo como participantes quatro adolescentes entre 14 e 16 anos, as quais apresentaram comportamentos autolesivos, e suas respectivas famílias. Utilizando o método clínico-qualitativo, através de estudos de casos múltiplos, os dados foram analisados e discutidos de forma singular, em cada caso, buscando entender os significados da autolesão, na adolescência e na família. Os resultados indicaram que as adolescentes inscrevem no corpo um sofrimento psíquico que não foi simbolizado ou transformado em palavras, relacionando-se à crise cultural e à fragilidade dos suportes simbólicos necessários para o desenvolvimento psíquico, influenciados pela sociedade consumista atual. As mães revelaram falhas das funções continentes do Eu-pele familiar, como dificuldade em perceber os cortes e em compreender as queixas das filhas, concentrando-se em satisfazer suas necessidades consumistas. Conclui-se que a autolesão pode ser uma função defensiva contra o sofrimento psíquico do sujeito, comunicando falhas ambientais vivenciadas. Por fim, destaca-se a importância da família na formação do psiquismo na passagem adolescente, fornecendo apoio emocional para lidar com as transformações e lutos exigidos, ao longo da vida. Diante de crises, a família pode acionar a função de remalhagem dos vínculos, incluindo situações de violência relatadas em alguns casos. Em síntese, este trabalho aponta a complexidade da autolesão, na adolescência, e sua conexão com as problemáticas da família, na contemporaneidade.

Resumo (inglês)

The present work aims to understand the phenomenon of self-injury in adolescence, as well as its relationship with the family, through the lens of psychoanalysis and couple and family psychoanalysis. Self-injury is characterized as an intentional behavior of hurting one's own body, without the intention of dying, and it may signify helplessness and an invitation to the gaze of others in response to their pain. It is essential to address this issue, considering that the exacerbation of psychological suffering can lead to severe outcomes, such as suicide. Consequently, adolescent mental health has become a prominent theme in contemporary psychology and public health, necessitating thoughtful consideration of its various aspects. This study specifically focuses on self-injury that occurs during adolescence, involving four participants between the ages of 14 and 16, who exhibited self-injurious behaviors, along with their respective families. Employing a clinical-qualitative study method through multiple case studies, the data were analyzed and discussed uniquely in each case, aiming to comprehend the meanings of self-injury within the context of adolescence and the family. The findings indicate that adolescents manifest psychic suffering that has not been adequately symbolized or expressed in words, which may be related to a cultural crisis and the fragility of the symbolic support necessary for their psychological development, influenced by the prevailing consumerist society. Moreover, the mothers' struggles with the continental functions of the family self-skin, as evidenced by their difficulty in recognizing the self-injury and understanding their daughters' complaints, possibly due to a focus on satisfying consumerist needs. In conclusion, self-injury may serve as a defensive mechanism against the adolescent's psychic suffering, conveying experiences of environmental failures. The family plays a pivotal role in shaping the adolescent psyche, offering emotional support to navigate through the challenges of transformations and mourning that life demands. In times of crisis, the family can activate the function of reshaping bonds, potentially addressing situations of violence, as observed in some cases. In summary, this study highlights the intricacies of self-injury in adolescence and its intricate relationship with the family.

Descrição

Idioma

Português

Como citar

PIERANGELI, Hellen Maysa Reis. Do visível ao invisível: considerações psicanalíticas sobre a autolesão e a adolescência e na família. 2023. 163 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia) – Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências e Letras, Assis, 2023.

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