A escola e a formação da individualidade para si na perspectiva da Pedagogia Histórico-Crítica

Abstract

Dentro do âmbito das correntes contra hegemônicas em educação, a pedagogia histórico-crítica compreende que para que os indivíduos possam se desenvolver enquanto pertencentes ao gênero humano é imprescindível que a escola esteja estruturada sob o compromisso ético e político de socializar para todos os indivíduos os saberes historicamente acumulados em suas formas mais desenvolvidas das ciências, da filosofia e das artes. É papel desta instituição transmitir tais conteúdos e organizá-los de maneira sequencial e lógica na forma de saber escolar, para que os estudantes em cada nova etapa tenham condições de caminhar no sentido da autoatividade consciente, a fim de construir as bases do que ficou categorizado como individualidade para si, bem como, construir as bases de uma nova sociedade livre da divisão das classes sociais e da propriedade privada dos meios de produção. Entretanto, as ideias pedagógicas majoritariamente presentes nas escolas brasileiras estão alinhadas aos pressupostos das pedagogias do “aprender a aprender”, colocando na centralidade do processo educativo escolar o cotidiano, valorizando todo o esforço que o aluno desempenha sozinho, baseado em uma forma de conhecimento desarticulada e simplista, na elaboração de meios e técnicas para realizar a resolução dos problemas que possam surgir nesse processo, alienando-o assim, da apropriação plena das objetivações desenvolvidas ao longo da história da humanidade e secundarizando o papel dos professores no trabalho educativo. Na Base Nacional Comum Curricular, este referencial teórico pode ser observado na pedagogia das competências, que está voltada os interesses de grupos empresariais a formação de trabalhadores que saibam articular várias funções, adaptando se aos contextos de mudanças do capital. O objetivo desta monografia está baseado na necessidade de fazermos todos os esforços coletivos e individuais que foram possíveis para caminharmos na direção do desenvolvimento humano em suas máximas possibilidades, lidando com os limites que a realidade contemporânea nos impõe.

Within the scope of counter-hegemonic currents in education, the historical-critical pedagogy understands that for individuals to be able to develop as members of the human gender, it is essential that the school be structured under the ethical and political commitment of socializing knowledge historically accumulated in its most developed forms of science, philosophy and the arts to all individuals. It is the role of this institution to transmit these contents and organize them in a sequential and logical manner in the form of school knowledge, so that students in each new stage are able to move towards conscious self-activity, in order to build the bases of what has been categorized as an individuality for itself, as well as building the foundations of a new society free from the division of social classes and private propriety of the means of production. However, the pedagogical ideas mostly present in brazilian schools are aligned with the assumptions of “learning to learn” pedagogies, placing everyday life at the center of the school educational process, valuing all the effort that the student makes alone, based on an unarticulated form of knowledge and simplistic, in the development of means and techniques to resolve problems that may arise in this process, thus alienating it from the full appropriation of the objectifications developed throughout the history of humanity and secondaryizing the role of teachers in educational work. In the National Curriculum Common Base, this theoretical framework can be observed in the pedagogy of skills, which focuses on the interests of business groups and the training of workers who know how to articulate various functions, adapting to the changing contexts of capital. The objective of this monograph is based on the need to make all possible collective and individual efforts to move towards human development in its maximum possibilities, dealing with the limits that contemporary reality imposes on us.