Influência da personalidade sobre a seleção de microhabitats pelo sabiá-barranco (Turdus leucomelas)
Carregando...
Data
2024-06-06
Autores
Orientador
Araújo, Márcio Silva
Coorientador
Batisteli, Augusto Florisvaldo
Pós-graduação
Curso de graduação
Rio Claro - IB - Ecologia
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Tipo
Trabalho de conclusão de curso
Direito de acesso
Acesso aberto
Resumo
Resumo (português)
Os animais selecionam microhabitats a partir do equilíbrio entre recompensas e riscos, processo que pode ser observado através de experimentos em condições controladas. O comportamento de seleção de microhabitats pode ser parcialmente influenciado pela personalidade animal, que consiste em diferenças individuais, repetidas e estáveis do comportamento ao longo do tempo. Distúrbios antropogênicos, como a urbanização, resultam em diferenças no comportamento e na personalidade dos indivíduos, sendo que aves urbanas tendem a ser, por exemplo, mais ousadas do que aves rurais. No entanto, a seleção de microhabitats a nível individual tem sido pouco estudada, especialmente para determinar se essa seleção difere de forma inata entre indivíduos com origens rurais e urbanas. Neste estudo, investigamos se há repetibilidade individual na seleção de microhabitat por sabiás-barranco (Turdus leucomelas), observando se há diferença entre sabiás de origem urbana e rural quanto à frequência de trânsito entre diferentes microhabitats, à tolerância a microhabitats expostos e ao tempo de latência para entrar em um novo espaço. Com esse propósito, conduzimos um experimento registrando o tempo de latência, o número de trocas de lado das gaiolas (transição entre exposto e encoberto, ou vice-versa) feitas pela ave e o tempo total em segundos que o indivíduo permaneceu na parte encoberta. Houve repetibilidade na frequência de trocas entre os lados da gaiola e no tempo de latência, evidenciando consistência a nível individual desses comportamentos, porém não no tempo de permanência nos diferentes microhabitats. Além disso, a origem dos indivíduos, urbana e rural, não teve efeito sobre o comportamento. Dessa maneira, outros fatores ambientais, como risco de predação e neofobia, podem ter uma influência maior na seleção do microhabitat. Por fim, nossos resultados sugerem que os indivíduos podem usar distintos microhabitats sem preferência, o que pode ter implicações para sua movimentação na paisagem e suas interações (e.g., frugivoria) com espécies de plantas.
Resumo (inglês)
Animals select microhabitats based on the balance between rewards and risks, a process that can be observed through experiments under controlled conditions. Microhabitat selection behavior may be partly influenced by animal personality, which consists of individual, repeated and stable differences in behavior over time. Anthropogenic disturbances, such as urbanization, result in differences in the behavior and personality of individuals, with urban birds tending to be, for example, bolder than rural birds. However, microhabitat selection at the individual level has been little studied, especially to determine whether this selection differs innately between individuals with rural and urban origins. In this study, we investigated whether there is individual repeatability in microhabitat selection by the Pale-Breasted Thrush (Turdus leucomelas), observing whether there is a difference between thrushes of urban and rural origin in terms of frequency of transit between different microhabitats, tolerance to exposed microhabitats and time of latency to enter a new space. For this purpose, we conducted experiments recording the latency time, the number of cage side changes (transition between exposed and covered, or vice versa) made by the birds and the total time in seconds that the individual remained in the covered part. There was repeatability in the frequency of exchanges between cage sides and latency time, demonstrating consistency at the individual level of these behaviors, but not in the time spent in different microhabitats. Furthermore, the origin of the individuals, urban or rural, had no effect on behavior. Therefore, other environmental factors, such as predation risk and neophobia, may have a greater influence on microhabitat selection. Finally, our results suggest that individuals can use different microhabitats without preference, which may have broader implications for their movement across the landscape and their interactions (e.g., frugivory) with plant species.
Descrição
Palavras-chave
Idioma
Português