Efeitos das ondas de calor marinhas sobre o comportamento e fisiologia de presas-predadores estuarinos

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Data

2024-03-01

Orientador

Costa, Tânia Marcia

Coorientador

Marochi, Murilo Zanetti

Pós-graduação

Ciências Biológicas (Zoologia) - IBB 33004064012P8

Curso de graduação

Título da Revista

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Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Tipo

Dissertação de mestrado

Direito de acesso

Acesso restrito

Resumo

Resumo (português)

As mudanças climáticas globais impactam ecossistemas costeiros. Ondas de calor marinhas (MHW) podem ser acompanhadas de consequências negativas aos organismos, como alterações no comportamento alimentar e no uso de energia. Os invertebrados estuarinos estão sujeitos aos efeitos do aquecimento das águas, causando mudanças fisiológicas devido ao estresse térmico, refletindo em suas interações ecológicas, incluindo as dinâmicas entre presa e predador, à medida que as ondas de calor tornam-se mais frequentes e intensas. Este estudo investigou como esses eventos afetam a relação entre a ostra Crassostrea brasiliana e seu predador, o caranguejo Panopeus austrobesus. Para tal, foi realizado um experimento laboratorial que simulou MHW (31,2°C) em relação ao tratamento controle (27,3°C), tendo como variáveis respostas a latência, a taxa de alimentação do predador e a relação glicose na hemolinfa - glicogênio no hepatopâncreas, bem como as taxas de lactato na hemolinfa do predador. Machos e fêmeas do predador foram utilizados nos expeirmentos. Notamos que apenas em fêmeas o cenário de ondas de calor marinha reduziu a latência para o predador capturar a presa. A taxa de alimentação do predador não apresentou efeitos entre os tratamentos analisados em ambos sexos. Em fêmeas, dentre as análises fisiológicas realizadas, apenas a taxa de concentração de glicogênio estocada no hepatopâncreas foi menor em cenários de aquecimento, e os machos não apresentaram efeitos em nenhum parâmetro. Nossos resultados apontam que as ondas de calor não aumentam o consumo da presa pelo predador, mas que em fêmeas reduz o tempo de reação, levando os caranguejos a capturar a presa mais rapidamente, podendo ser associado a um menor estoque de glicogênio.

Resumo (inglês)

The global climate changes impact on coastal ecosystems. Marine heatwaves (MHWs) can be followed by negative consequences for organisms, such as changes in feeding behavior and energy use. Estuarine invertebrates are influenced to the effects of warming waters, causing physiological changes due to thermal stress, reflecting in their ecological interactions, including prey-predator dynamics, as heatwaves become more frequent and intense. This study investigated how these events affect the relationship between the Brazilian oyster Crassostrea brasiliana and its predator, the crab Panopeus austrobesus. To do so, a laboratory experiment was conducted simulating MHWs (31,2°C) compared to the control treatment (27,3°C), with response variables including latency, predator feeding rate, hemolymph glucose-glycogen ratio, and predator hemolymph lactate rates. Both male and female predators were used in the experiments. We observed that only in females did the marine heatwave scenario reduce latency for the predator to capture prey. The predator's feeding rate showed no effects between treatments in both sexes. In females, among the physiological analyses conducted, only the stored glycogen concentration rate in the hepatopancreas was lower under heating scenarios, with males showing no effects in any parameter. Our results indicate that heatwaves do not increase prey consumption by the predator, but in females, they reduce reaction time, leading crabs to capture prey more quickly, possibly associated with lower glycogen rate.

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Idioma

Português

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