Intoxicação crônica por cobre em equinos: relato de dois casos

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Data

2024-02-27

Orientador

Oliveira Filho, José Paes de

Coorientador

Pós-graduação

Programa de Residência em Medicina Veterinária da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - FMVZ

Curso de graduação

Título da Revista

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Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Tipo

Trabalho de conclusão de residência

Direito de acesso

Acesso restrito

Resumo

Resumo (português)

A intoxicação por cobre pode ser aguda ou crônica, sendo mais comum ocorrência em ovinos, no entanto casos de intoxicação já foram descritos em bovinos e cães. Este estudo tem como objetivo relatar dois casos de intoxicação por cobre em equinos atendidos pelo serviço de Clínica de Grandes Animais da FMVZ – UNESP - Botucatu. Ambos os equinos são da mesma propriedade e apresentaram anemia recorrente, icterícia, urina enegrecida como queixa clínica, e o equino 2 apresentava também abdominalgia. Ao exame físico, os animais apresentavam taquicardia (FC média: 68 bpm) e taquipneia (FR média: 20 mpm), icterícia, tempo de preenchimento capilar de 3 segundos, baixo escore de condição corporal (ECC: 1,5/5) e hipomotilidade no caso do equino 2. Ao hemograma, os equinos apresentavam anemia normocítica normocrômica e anisocitose. Na análise bioquímica sérica, observou-se elevação da atividade das enzimas hepáticas (AST média: 2.616 UI/L e GGT média: 188,85 UI/L), hiperbilirrubinemia (BB total média: 3,25 mg/dL e BB indireta média: 2,95 mg/dL) e hipoalbuminemia (média: 1,65 g/dL). Os níveis de cobre estavam elevados em tecido hepático (37.82 µmol/g) e renal (2.07 µmol/g) no equino 1, assim como ao nível sanguíneo (40.00 µmol/L) e hepático (36.64 µmol/g) no equino 2. Ambos os animais foram submetidos a tratamento de suporte, que inclui analgesia, fluidoterapia com reposição hidroeletrolítica e, no caso do equino 2, foi necessária transfusão sanguínea. Foi administrado molibidato de amônia como quelante por via oral (VO) no equino 1 e intravenoso (IV) e VO no equino 2, contudo não foi observada melhora no quadro hemolítico. Diante da piora clínica, ambos os animais vieram a óbito. Os principais achados anatomopatológicos observados foram hiperemia de mucosa gástrica e duodenal (equino 1), ascite e cistite hemorrágica (equino 2) e palidez de mucosas, em ambos os casos. Microscopicamente, observou-se deposição de pigmentos acastanhado no citoplasma de hepatócitos e das células epiteliais dos túbulos renais, hepatite crônica e necrose tubular. Com base nos achados clínico, laboratorial, toxicológico e patológico foi possível diagnosticar dois equinos intoxicados cronicamente por cobre.

Resumo (inglês)

Copper poisoning can be acute or chronic, being more common in sheep, however cases of poisoning have already been described in cattle and dogs. This study aims to report two cases of copper poisoning in horses attended by the Large Animal Clinic service at FMVZ – UNESP - Botucatu. Both horses are from the same property and presented recurrent anemia, jaundice, blackish urine as clinical complaints, and horse 2 also presented abdominal pain. Upon physical examination, the animals presented tachycardia (HR mean: 68 bpm) and tachypnea (RR mean: 20 mpm), jaundice, capillary refill time of 3 seconds, low body condition score (BCS: 1,5/5) and hypomotility in the case of horse 2. On the blood count, the horses showed normocytic normochromic anemia and anisocytosis. In the serum biochemical analysis, an increase in the activity of liver enzymes was observed (AST mean: 2.616 IU/L and GGT mean: 188,85 IU/L), hyperbilirubinemia (total BB mean: 3,25 mg/dL and indirect BB mean: 2,95 mg/dL) and hypoalbuminemia (mean: 1,65 g/dL). Copper levels were high in liver (37.82 μmol/g) and kidney tissue (2.07 μmol/g) in horse 1, as well as in blood (40.00 μmol/L) and liver (36.64 μmol/g) in horse 2. Both animals underwent supportive treatment, which included analgesia, fluid therapy with water and electrolyte replacement and, in the case of horse 2, a blood transfusion was required. Ammonium molybidate was administered as a chelator orally (orally) in horse 1 and intravenously (IV) and orally in horse 2, however, no improvement was observed in the hemolytic condition. Given the clinical worsening, both animals died. The main anatomopathological findings observed were hyperemia of the gastric and duodenal mucosa (equine 1), ascites and hemorrhagic cystitis (equine 2) and pallor of the mucous membranes, in both cases. Microscopically, deposition of brownish pigments was observed in the cytoplasm of hepatocytes and epithelial cells of the renal tubules, chronic hepatitis and tubular necrosis. Based on clinical, laboratory, toxicological and pathological findings, it was possible to diagnose two horses chronically poisoned by copper.

Descrição

Idioma

Português

Como citar

SILVA, Kaíque Pires Moura da. Intoxicação crônica por cobre em equinos: relato de dois casos. Orientador(a): José Paes de Oliveira Filho. 2024. Trabalho de Conclusão de Residência (Medicina Veterinária) – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade Estadual Paulista (Unesp), Botucatu, 2024

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