As consequências do consumo de antidepressivos e etanol em gestantes

Abstract

Durante a gestação, o corpo da mulher passa por alterações para acomodar o feto, de forma que a fisiologia do organismo se modifica. Cerca de 10 a 20% das mulheres têm um episódio depressivo durante a gestação ou no primeiro ano pós-parto, sendo que porcentagem semelhante de gestantes fizeram uso de etanol durante a gestação. O consumo de antidepressivos ou etanol neste período pode acarretar distúrbios gestacionais como prematuridade, baixo peso ao nascer, diminuição do escore de Apgar e diminuição da circunferência cefálica e desenvolvimento deficiente no primeiro ano de vida, além disso, o consumo de etanol pode causar malformações congênitas que caracterizam a síndrome alcoólica fetal. Essas malformações são classificadas como de origem evitável. Os profissionais da saúde devem estar atentos à possibilidade da gestante ser usuária de etanol e devem contribuir na análise do risco-benefício para a escolha de tratamento com antidepressivos. Por este motivo, se faz necessário um acompanhamento eficiente buscando a prevenção e promoção à saúde, por meio de campanhas educativas e ampliação do acesso aos serviços de pré-natal de qualidade.

During pregnancy, the woman's body undergoes several changes to accommodate the fetus, so that the physiology of the organism changes. Around 10 to 20% of pregnant women have a depressive episode during pregnancy or in the first year postpartum, a similar percentage of pregnant women consume ethanol. The consumption of antidepressants or ethanol in this period can cause gestational disorders such as prematurity, low birth weight, decreased Apgar score, decreased head circumference and poor development in the first year of life; moreover, ethanol consumption can cause a set of congenital malformations that characterize the fetal alcohol syndrome. These malformations are classified as being of preventable origin. Health professionals should be aware of the possibility of the pregnant woman being a user of ethanol and should also contribute to the risk-benefit analysis for the treatment with antidepressants. For this reason, efficient monitoring is necessary, seeking prevention and health promotion, through educational campaigns and expansion of access to quality prenatal services.