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Diálogos entre comportamentalismo skinneriano e princípios anarquistas

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Data

2022-01-13

Orientador

Carrara, Kester

Coorientador

Pós-graduação

Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem - FC

Curso de graduação

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Tipo

Tese de doutorado

Direito de acesso

Acesso abertoAcesso Aberto

Resumo

Resumo (português)

Esta pesquisa tem por objetivo estabelecer aproximações e distanciamentos entre princípios anarquistas e as discussões societárias de Skinner. O anarquismo é uma ideologia política surgida nos anos de 1860 e que se caracteriza por determinadas críticas, proposições, estratégia e valores. Analogamente, partiu-se do entendimento nesta pesquisa de que as discussões societárias skinnerianas também podem ser entendidas em aspectos propositivos, críticos, estratégicos e valorativos. Portanto, estabeleceu-se comparações proposições-proposições, críticas-críticas, estratégia-estratégia e valores-valores entre as discussões societárias skinnerianas e os princípios anarquistas. A partir das análises comparativas feitas, avaliou-se que, no que diz respeito aos aspectos propositivos, Skinner se aproxima em termos econômicos dos anarquistas ao defender – tal como se pode depreender da comunidade Walden II – a socialização dos meios de produção e da riqueza social; e culturalmente na forma como aborda questões concernentes à religião, família, ao sistema educacional e ao amor em uma nova sociedade. Contudo, politicamente, as propostas anarquistas e skinneriana se distanciam, uma vez que a Junta de Planejadores/Administradores existente na comunidade fictícia Walden II e a atitude de B. F. Skinner quanto ao papel da ciência na construção de uma nova sociedade representam entraves à autogestão defendida por anarquistas. No que diz respeito aos aspectos críticos, avaliou-se que tanto Skinner quanto anarquistas se aproximam no sentido de se oporem ao governo, ao capital e à agência religiosa. Entretanto, os argumentos críticos skinnerianos se inspiram, sobretudo, em uma ciência do comportamento, enquanto anarquistas se valem de diversos outros referenciais teórico-metodológicos. No que tange aos aspectos estratégicos, entendeu-se que o principal ponto – dentre vários – de distanciamento entre Skinner e anarquistas diz respeito ao fato de que, enquanto o primeiro faz um apelo às comunidades experimentais como via de transformação social, os últimos defendem uma estratégia revolucionária. Finalmente, embora Skinner e anarquistas professem os mesmos valores, ainda que possam ter divergências quanto aos seus significados, o valor mais caro a B. F. Skinner parece ser a sobrevivência da cultura/humanidade, enquanto aos anarquistas parece ter maior peso a liberdade. Concluiu-se que, embora muitas aproximações sejam possíveis, as divergências entre Skinner e os princípios anarquistas são suficientemente grandes para que o primeiro possa ser considerado anarquista. Mas, a despeito dessa conclusão, configura-se pertinente observar que o anarquismo pode vir a orientar política e frutiferamente a análise do comportamento em geral. Trata-se, com efeito, de um caminho a ser explorado a partir desta pesquisa.

Resumo (inglês)

This research aims to establish approximations and distances between anarchist principles and the societal discussions of B. F. Skinner. Anarchism is an political ideology originated in the 1860s and is characterized by a given set of critics, propositions, strategy, and values. Similarly, it was assumed in this research that the skinnerian societal discussions could also be interpreted as composed of propositions, critics, strategy, and values. Thus, propositions-propositions, critics-critics, strategy-strategy, and values-values comparisons were established between both projects, anarchist and skinnerian. From the comparative analysis, it was evaluated that, regarding to the propositional aspects, B. F. Skinner is economically close to the anarchists in defending – as can be seen from the Walden II fictional community – the socialization of the means of production and social wealth; and culturally in the way of approaching issues concerning religion, family, the educational system, and love in a new society. Nevertheless, politically, the anarchist and skinnerian proposals are distant, since the Board of Planners/Administrators existing in Walden II and the skinnerian attitude regarding the role of science in the construction of a new society represent an obstacle to the self-management defended by the anarchists. With regard to the critical aspects, it was evaluated that both Skinner and anarchists come together in the sense of opposing government, capital, and religion agency. Nevertheless, the skinnerian critical arguments are primarily based on a science of behavior whereas the anarchist critical arguments are based on a variety of theoretical and methodological frames. Concerning to the strategic aspects, it was proposed that the main point – among others – of difference between Skinner and anarchists is related to the fact that the former appeals to experimental communities as a way of social transformation whereas the latter ones defend a revolutionary strategy. Finally, although both Skinner and anarchists prescribe the same values, eventually considering them in different ways, the most central value for Skinner seems to be cultural survival, whereas for anarchists freedom seems to be more central. It was concluded that, albeit many proximities are possible, the differences between Skinner and anarchist principles are great enough to consider Skinner an anarchist. Nevertheless, despite this conclusion, it is relevant to observe that anarchism can function as a political and fructiferous guide to behavior analysis in general. It is, in fact, a path to be explored from this research.

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Português

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