A crise do regime de controle nuclear: relações políticas russo-estadunidenses, geografia e objetivos do dissuasor (2002-2023)
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Data
2024-04-11
Autores
Orientador
Fuccille, Luís Alexandre
Coorientador
Pós-graduação
Relações Internacionais - IPPRI 33004110044P0
Curso de graduação
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Tipo
Dissertação de mestrado
Direito de acesso
Acesso aberto
Resumo
Resumo (português)
Desde meados da Guerra Fria, o imperativo de evitar uma escalada da corrida armamentista, de garantir transparência e de manter os arsenais nucleares russo (anteriormente soviético) e estadunidense em níveis dissuasórios deu origem a um conjunto de tratados, essencialmente bilaterais, voltados para a limitação e redução das capacidades nucleares estratégicas e dos veículos de entrega destas duas potências. O regime de controle nuclear estabelecido a partir destes acordos foi, durante muitos anos, um dos grandes responsáveis pela manutenção da estabilidade estratégica. Mais recentemente, no entanto, com a denúncia dos Estados Unidos ao Tratado ABM (2002), o fim do Tratado INF (2019), as ameaças à continuidade do New START (2021) e, finalmente, a suspensão da participação russa neste último tratado (2023), tem-se observado o que pode ser entendido como uma crise do regime de controle nuclear até então vigente, surgindo a possibilidade de que, pela primeira vez em mais de 50 anos, não haja nenhum mecanismo vinculante limitando os dois maiores arsenais nucleares do mundo. Diante desse contexto, a presente dissertação se propõe a compreender algumas das causas e características da crise do regime de controle nuclear russo-estadunidense. Para isso, utiliza-se como referencial teórico o framework proposto por Barry Buzan (1987) para compreender a dissuasão, analisando-se três de suas variáveis intervenientes – as relações políticas entre os Estados envolvidos, a geografia e os objetivos políticos dos dissuasores – de forma a tentar compreender como as mudanças ocorridas nestes âmbitos contribuíram para o enfraquecimento da dinâmica dissuasória entre Rússia e Estados Unidos. Conclui-se que, em graus diferentes, as três variáveis colaboraram para a erosão do regime de controle nuclear ao aumentar a desconfiança entre os dois países; contudo, talvez ainda mais importante, destaca-se que, longe de estarem isoladas, estas variáveis interagem entre si no sentido de se reforçarem mutuamente e gerarem um resultado maior e mais complexo do que a soma das partes é capaz de explicar.
Resumo (inglês)
Since the middle of the Cold War, the imperative to avoid an escalation of the arms race, to guarantee transparency and to keep the Russian (formerly Soviet) and US nuclear arsenals at deterrent levels has given rise to a set of treaties, essentially bilateral, aimed at limiting and reducing the strategic nuclear capabilities and delivery vehicles of these two powers. The nuclear arms control regime based on these agreements was, for many years, one of the main responsible factors for maintaining strategic stability. More recently, however, with the United States' denunciation of the ABM Treaty (2002), the end of the INF Treaty (2019), threats to the continuity of New START (2021) and, finally, the suspension of Russian participation in this latter treaty, there has been what can be understood as a crisis in the hitherto prevailing nuclear control regime, with the possibility that, for the first time in more than 50 years, there will be no binding mechanism limiting the world’s two largest nuclear arsenals. Against this backdrop, this dissertation seeks to understand some of the causes and characteristics of the crisis in the US-Russian nuclear control regime. To this end, we employ the theoretical framework proposed by Barry Buzan (1987) to understand deterrence, analyzing three of its intervenient variables– the political relations between the states involved, geography and the deterrer’s political objectives – to try to understand how the changes that have occurred within these areas have contributed to the crisis. We conclude that, to varying degrees, the three variables have contributed to the demise of the nuclear arms control regime by increasing mistrust between the two countries; however, perhaps even more importantly, we note that, far from being isolated, these variables interact with each other by reinforcing one another, thus producing a greater and more complex result than the sum of the parts can account for.
Resumo (espanhol)
Desde mediados de la Guerra Fría, el imperativo de evitar una escalada en la carrera armamentista, garantizar la transparencia y mantener los arsenales nucleares ruso (anteriormente soviético) y estadounidense en niveles disuasorios, ha dado lugar a un conjunto de tratados, principalmente bilaterales, orientados hacia la limitación y reducción de las capacidades nucleares estratégicas y los vehículos de entrega de estas dos potencias. El régimen de control nuclear establecido a partir de estos acuerdos fue, durante muchos años, uno de los principales responsables de mantener la estabilidad estratégica. Sin embargo, más recientemente, con la denuncia de Estados Unidos al Tratado ABM (2002), el fin del Tratado INF (2019), las amenazas a la continuidad del New START (2021) y, finalmente, la suspensión de la participación rusa en este último tratado, se ha observado lo que puede entenderse como una crisis del régimen de control nuclear hasta entonces vigente, surgiendo la posibilidad de que, por primera vez en más de 50 años, no haya ningún mecanismo vinculante que limite los dos mayores arsenales nucleares del mundo. Ante este contexto, la presente disertación se propone comprender algunas de las causas y características de la crisis del régimen de control nuclear ruso-estadounidense. Para ello, se utiliza el marco teórico propuesto por Barry Buzan (1987) para entender la disuasión, analizando-se tres de sus variables intervinientes: las relaciones políticas entre los Estados involucrados, la geografía y los objetivos políticos de los disuasores, con el fin de intentar comprender cómo los cambios ocurridos en estos ámbitos contribuyeron al debilitamiento de la dinámica disuasoria entre Rusia y Estados Unidos. Se concluye que, en diferentes grados, las tres variables contribuyeron a la erosión del régimen de control nuclear al aumentar la desconfianza entre los dos países; sin embargo, quizás aún más importante, se destaca que, lejos de estar aisladas, estas variables interactúan entre sí para reforzarse mutuamente y generar un resultado mayor y más complejo que la suma de las partes puede explicar.
Descrição
Palavras-chave
Rússia, Russia, Rusia, Estados Unidos, United States, Controle de armas nucleares, Nuclear arms control, Control de armas nucleares, Relações políticas, Political relations, Relaciones políticas, Geografia, Geography, Geografía, Objetivos políticos de dissuasão, Deterrer’s political objectives, Objetivos políticos del disuasor
Idioma
Português
Como citar
FIOREZE, Rafaela Elmir. A crise do regime de controle nuclear: relações políticas russo-estadunidenses, geografia e objetivos do dissuasor (2002-2023). Orientador: Luís Alexandre Fuccille. 2024. 172 f. Dissertação (Mestrado em Relações Internacionais) – UNESP/UNICAMP/PUC-SP, Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais San Tiago Dantas, São Paulo, 2024.