Apropriações sociais e formativas das tecnologias digitais por adolescentes e suas relações com o ensino e aprendizagem na escola

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Data

2016-03-30

Orientador

Lima, Claudia Maria de

Coorientador

Pós-graduação

Educação - FCT

Curso de graduação

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Tipo

Tese de doutorado

Direito de acesso

Acesso abertoAcesso Aberto

Resumo

Resumo (português)

A presente pesquisa, inscrita na linha de pesquisa “Processos formativos, Ensino e Aprendizagem”, é constituída de duas questões fundamentais: os modos de apropriação e estratégias de aprendizagem mobilizadas por adolescentes em contextos de aprendizagem com o uso das tecnologias digitais e as práticas pedagógicas adotadas em tais contextos. Partindo desses pontos básicos propomos para a presente pesquisa dois objetivos: 1) identificar e analisar os modos de apropriação e estratégias de aprendizagem mobilizadas por adolescentes dos anos finais do ensino fundamental e do ensino médio em contextos de uso das tecnologias digitais; 2) identificar e analisar representações dos professores sobre as suas práticas no uso das tecnologias digitais no processo educativo, com vistas a refletir sobre diretrizes de um futuro modelo formativo docente pautado em pressupostos teórico-metodológicos consoantes com os processos de aprendizagem mobilizados por alunos em ambientes de aprendizagem virtualizados. A pesquisa assumiu abordagem qualitativa com delineamento descritivo-explicativo e possuiu três fases de coleta de dados: a) entrevista, do tipo semidirigida, com 11 professores que atuam nos anos finais do ensino fundamental e ensino médio; b) aplicação de questionário, do tipo semiestruturado, junto a 112 alunos dos anos finais do ensino fundamental; c) entrevista com princípios do método clínico com nove adolescentes entre 13 e 17 anos de idade. A análise dos dados se deu mediante a técnica da análise de conteúdo e eixos de análise determinados por meio do método clínico. O referencial teórico constituiu-se da abordagem vigotskiana de desenvolvimento humano e a abordagem da cognição distribuída, estabelecendo as relações destas com compreensões oriundas da teoria das Representações Sociais. Por meio da inter-relação dos dados presentes na entrevista, nos questionários e nas entrevistas clínicas, obtivemos como resultados que o aprender dos adolescentes fora da escola ocorre por meio de práticas socioculturais viabilizadas pelas tecnologias digitais, que refinam suas competências cognitivas quando promovem novas formas de socializar, de construir e de distribuir os saberes. No entanto, essa aprendizagem não corresponde ao que os adolescentes representam como aprendizagem de conteúdos escolares. Quando o conteúdo a ser aprendido é vinculado à escola, os adolescentes pautam os seus processos de aprender a modelos pedagógicos tradicionais que priorizam a linearidade e a centralização dos saberes. Por outro lado sentem a inadequação da escola frente ao contexto sociocultural e se mostram apáticos aos processos educativos nela vigentes. Os professores desconhecem a nova cultura da aprendizagem da qual os alunos participam e têm representações sociais relacionadas ao uso das tecnologias pelos alunos voltadas ao entretenimento, desconsiderando a dimensão da aprendizagem. As compreensões construídas nesta investigação nos permitiram assumir que o aprender é um processo estendido para além dos muros escolares. O uso das tecnologias digitais pelos indivíduos promove práticas socioculturais que incidem diretamente nos processos de aprender. A participação dos adolescentes nas redes, consumindo, agindo e distribuindo saberes faz com que as tecnologias digitais sejam mais do que recursos para acesso à informação, mas elementos mediadores que agem sobre os processos cognitivos dos adolescentes. No entanto, não há práticas pedagógicas direcionadas às necessidades formativas dos alunos e a instituição escolar vivencia um embate entre as práticas pedagógicas tradicionais e o aprender dos alunos, que têm nas tecnologias digitais instrumentos do pensar e de desenvolvimento sociocognitivo. Esperamos que os resultados da presente pesquisa contribuam para a formulação de propostas de formação docente que se volte para a compreensão do contexto sociocultural e para as diversas experiências relacionadas ao processo do aprender.

Resumo (inglês)

This research, inserted in the line of research "Formative Processes, Teaching and Learning," is made up of two key issues: the modes of appropriation and learning strategies mobilized by adolescents in learning environments with the use of digital technologies and pedagogical practices adopted in such contexts. Based on these basic points, we propose two goals to this research: 1) identify and analyze the modes of appropriation and learning strategies mobilized by teenagers from the final years of elementary school and from the high school in the use of digital technologies contexts; 2) identify and analyze teachers' representations about their practices in the use of digital technologies in the educational process to reflect on guidelines for a future teacher training model based on theoretical and methodological principles consonant with the learning processes mobilized by students in virtualized learning environments. The research is in a qualitative approach with descriptive and explanatory design and have owned three phases of data collection: a) interview, semi directed type, with 11 teachers working in the final years of elementary school and in the high school; b) questionnaire, semi structured type, along with 112 students from the final years of elementary school; c) interview with principles of clinical method with nine teenagers aged 13 to 17 years old. Data analysis took place through the content analysis technique and analysis axes determined by the clinical method. The theoretical referential constitutes the Vygotskian approach to human development and the distributed cognition approach, establishing their relations with comprehensions derived from the theory of social representations. Through the interrelation of data present in the interview, the questionnaires and the clinical interviews, we obtained as results that the learning of adolescents out of school occurs through cultural practices by digital technologies that refine their cognitive skills when it promotes new ways to socialize, to build and to distribute knowledge. However, this learning is not what teenagers represent as learning school subjects. When the content to learn is linked to school, teenagers guided their processes to learn in traditional educational models that prioritize the linearity and the centralization of knowledge. On the other hand, they feel the inadequacy of school front the sociocultural context and show apathetic to into its current educational processes. Teachers are unaware of the new culture of learning in which students participate and have social representations of the use of technology by students focused on the entertainment, ignoring the dimension of learning. Understandings built in this research allowed us to assume that learning is a process extended beyond the school walls. The use of digital technologies by individuals promotes socio-cultural practices that have a direct impact in the processes of learning. The participation of adolescents in networks, consuming, acting and distributing knowledge makes digital technologies more than resources to access to information, but mediators elements that act on the cognitive processes of adolescents. However, there are pedagogical practices directed to the training needs of students and the school institution experiences a clash between traditional teaching practices and learning of the students, who have the digital technology as tools of thinking and social cognitive development. We expect that the results of this research contribute to the development of teacher training proposals to turn toward understanding the sociocultural context and the various experiences related to the process of learning.

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Português

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