Práticas espaciais da cultura periférica de jovens mulheres negras na constituição de periferias vivíveis
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Data
2024-11-20
Autores
Orientador
Turra Neto, Nécio
Coorientador
Pós-graduação
Geografia - FCT
Curso de graduação
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Tipo
Tese de doutorado
Direito de acesso
Acesso aberto
Resumo
Resumo (português)
No anseio de viver da arte e traçar outras trajetórias de vida espacializada, jovens mulheres negras se encontram na cultura periférica, produzindo narrativas sobre si e contribuindo na reconfiguração das periferias, enquanto espaços vivíveis. Elas instituem práticas espaciais e desencadeiam outras, a partir da organização de coletivas para onde confluem fluxos de jovens de diferentes áreas das cidades, que rompem com barreiras socioespaciais em busca da sociabilidade e da expressão. Nesse movimento, esta tese objetiva compreender as relações entre práticas espaciais de coletivas de jovens mulheres negras da cultura periférica e as lógicas de produção das cidades e como essa cultura contribui para a instituição de suas espacialidades e identidades. Trata-se de um estudo urbano comparado entre a metrópole de São Paulo (SP) e as cidades médias de Londrina (PR) e de Presidente Prudente (SP), que se desdobrou em duas frentes: primeiro, a interpretação das práticas espaciais de deslocamentos pela cidade e de apropriação dos espaços públicos realizadas por jovens que participam de quatro coletivas culturais: a Batalha Dominação, o Sarau do Capão, a Batalha da Máfia e o Slam Quilombo de Dandara; e segundo, a tessitura de uma trama que relaciona a estrutura socioespacial e temporal com as trajetórias interseccionais de vida espacializada de oito jovens mulheres negras que organizam as coletivas culturais, no esforço de pensar o conceito de contexto geográfico. A pesquisa é etnográfica e colaborativa, em que foram realizadas entrevistas, aplicação de questionários, elaboração de mapas e proposição de uma representação cartográfica. Defendemos que a tese se estrutura sobre alguns pontos principais: interseccionalidades e espaço geográfico formam um movimento indissociável, em que a cultura periférica é responsável por positivar as identidades de jovens mulheres negras; as práticas espaciais da cultura periférica são insurgentes e ao mesmo tempo que reforçam as lógicas socioespaciais de produção das cidades, também as contrariam, como na emergência de um movimento periferia-periferia; e a cultura periférica constitui uma identidade periférica transescalar, que extrapola a delimitação espacial de uma única periferia na cidade e conecta diferentes periferias.
Resumo (inglês)
In the desire to live from art and trace other trajectories of spatialized life, young black women find themselves in peripheral culture, producing narratives about themselves and contributing to the reconfiguration of the peripheries as liveable spaces. They institute spatial practices and trigger others, based on the organization of collectives where flows of young people from different areas of the city converge, breaking down socio-spatial barriers in search of sociability and expression. In this movement, this thesis aims to understand the relationship between the spatial practices of collectives of young black women from peripheral cultures and the logic of city production, and how this culture contributes to the institution of their spatialities and identities. This is a comparative urban study between the metropolis of São Paulo (SP) and the medium-sized cities of Londrina (PR) and Presidente Prudente (SP), which unfolded on two fronts: firstly, the interpretation of the spatial practices of moving around the city and the appropriation of public spaces carried out by young people who take part in four cultural collectives: Batalha Dominação, Sarau do Capão, Batalha da Máfia and Slam Quilombo de Dandara; and second, the weaving of a plot that relates the socio-spatial and temporal structure to the intersectional spatialized life trajectories of eight young black women who organize the cultural collectives, in an effort to think about the concept of geographical context. The research is ethnographic and collaborative, in which interviews were conducted, questionnaires applied, maps drawn up and a cartographic representation proposed. We argue that the thesis is structured around a few main points: intersectionalities and geographical space form an inseparable movement, in which peripheral culture is responsible for positivizing the identities of young black women; the spatial practices of peripheral culture are insurgent and while they reinforce the socio-spatial logics of city production, they also counteract them, as in the emergence of a periphery-periphery movement; and peripheral culture constitutes a trans-scalar peripheral identity, which goes beyond the spatial delimitation of a single periphery in the city and connects different peripheries.
Descrição
Idioma
Português
Como citar
MARQUES, Ana Carolina dos Santos. Práticas espaciais da cultura periférica de jovens mulheres negras na constituição de periferias vivíveis. Orientador: Nécio Turra Neto. 2024. 266 f. Tese (Doutorado em Geografia) - Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Estadual Paulista, Presidente Prudente, 2024.